Morte ao Conselheiro | Tolkien

Capítulo 2

Do Mereth In Gillith

Bem, os Elfos da floresta tinham o costume de comemorar as coisas. A gente tinha banquete para tudo. Para o primeiro sol do verão, a primeira lua, e os últimos também, e também tinha uma festa dessas para o inverno, o outono e a primavera. Também comemoravamos as viradas dos anos do Sol, e os anos da vida dos outros, e os anos de Arda, os quais apenas Thranduil sabia de cabeça, pois ele obviamente era mais velho que todo mundo por aqui. Ah, e sem se esquecer, também celebravávamos as estrelas, no que chamavaos de Mereth In Gillith.

Esse era o banquete das estrelas, e acontecia com maior frequência do que os outros, já que não havia um motivo específico para ele.

Eu não me importava, claro, afinal, qualquer razão para beber e comer pudim de nozes de Lórien eu aceito de muito bom grado. Inclusive, é uma ótima oportunidade para eu me mandar com meu amigos para a cachoeira.

— Não, nem pensar! — Tauriel disse ao me flagrar seguindo os pobres coitados que estocavam os barris de vinho que o Rei recebera de presente do elfo maluco marinheiro que mora na praia e guarda os navios para os elfos se mandarem para o oeste. — É noite do Mereth In Gillith e o rei quer a guarda toda de vigia. Não temos tempo para ficar tomando conta de você na floresta.

— Mas eu não estava fazendo nada.

— Eu não sou tão idiota pra cair nessa. — Ela cruzou os braços para mim. — Fique longe da Adega, e longe de meus guardas. E longe de qualquer coisa que pegue fogo também.

— Sim, capitã.

Eu lhe mostrei o sorriso mais falso do mundo e esperei ela sumir para poder pôr meu plano em ação. Eu iria para a cachoeira sim! E iria beber até me afogar. Na água ou no vinho.

Encontrei meus amigos, Adonnen, Caladhon e outros dois elfos da guarda na adega, e os cumprimentei animada.

— Meus amigos!

— Ah, oi, Mellody! — Adonnen me deu um abraço. — Você anda desaparecida. Pensamos que o rei Thranduil tivesse ordenado a sua execução.

— Bem, isso não seria muito difícil. — Ouvimos uma voz diferente e eu me virei para trás, deparando com Elrohir, que vinha logo atrás de mim.

— Elrohir? — Ele ergueu a sombrancelha. — O que faz aqui?

Agora lhes devo alguma explicação. Elrohir e o irmão gêmeo dele, Elladan, são filhos do Elrond, o tal elfo que mora em Valfenda e entulha filhos de gente humana em sua casa como se fosse um orfanato. Eles também tem uma irmã mais nova, que eu particularmente considero como a pessoa mais normal dessa família ( como se alguém lá fosse normal ), e ela não mora com eles desde criança.

— Uau! Você nem parece feliz em me ver.

— É porque não estou. Você e seu irmão atraem desgraça por onde vão. — Respondi.

— Eu não fiz nada! — Elladan reclamou, acabando de chegar, acompanhado de um dos irmãos de Haldir, de Lórien. ( Eu não sabia o nome dele, só o de Haldir, por isso o chamo de irmão do Haldir ).

— Mas... Quem foi que chamou vocês? — Resmunguei.

— Legolas, que ao contrário de você é meu amigo. — Ele riu.