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8 De Ouros
15 anos

Encarei o relógio digital em cima da mesa de centro a madeira escura indicava ser de Carvalho, 10:25 o relógio marcava com suas letras grandes e vermelhas brilhantes olhei para cima sentindo os olhos do velho homem sobre mim no momento em que nossos olhos se encontraram ergui uma sobrancelha ele abaixou o olhar e anotou algo na prancheta de madeira escura que segurava Cretino , essa era a minha décima sexta sessão de terapia 32 horas de terapia forçada nos 5 primeiros dias ele tentou falar comigo perguntas simples e chatas do dia "como foi o seu dia hoje ?" Eu não disse uma só palavra ele continuou insistindo por 5 dias 10 horas de terapia até desisti dizendo algo como "fale quando se sentir pronta" como se você não tivesse tentando me obrigar a falar por 10 horas , depois desse dia assim foram as nossas sessões silêncio um perfeito e maravilhoso silêncio é claro se não fosse o par de olhos velhos e enrugados me encarando e escrevendo toda fez que eu me mexo - e isso nem é exagero ele realmente escreve toda fez que eu viro a cabeça- tem pessoas que achariam isso sufocante mais eu achava libertado eu olhava para algum lugar na parede e me perdia em meus pensamentos apreciando o silêncio é claro eu consigo ouvir o chão rangendo o barulho da caneta sobre o papel em cima da prancheta de madeira quando o meu terapeuta sr.gilbet escreve o som do estofado quando um de nós muda de posição no sofá de couro marrom o som da chuva e do vento batendo contra o vidro eu amava a chuva o cheiro de terra molhada era relaxante o som da chuva me distraia me fazia fugir da realidade indo direto para os meus pensamentos... ouvi o som do alarme virei meu rosto para o relógio de letras vermelhas sobre a mesa de Carvalho 10:30 a sessão avia terminado me levantei pegando minha bolsa uma bolsa estilo carteiro preta com apenas 3 botos , 1 dos estado unidos, outro da França e um ouro das cartas de baralho desenhado

- bom até a próxima semana Ouros - o Cretino estendeu a mão colocando a prancheta sobre a mesa de Carvalho logo após se levantar apertei meus pulsos cobertos pelas minha luvas pretas de couro limpei a saia preta colada curta- ia até a metade da coxa - a meia calça preta que usava por baixo por causa do frio chequei ela também e depois o uniforme da minha escola uma gravata preta e um blezer preto também a loco da escola bordada no blazer no meu peito direito

Apertei a mão do idiota apenas para tentar olhar a prancheta na mesa de Carvalho eu gostava dessas cores escuras mais para o consultório de um terapeuta era bem estranho nos meus outros terapeutas eram sempre salas claras e com aquele ar acolhedor com brinquedos no fim eles sempre colocavam um urso de pelúcia do meu lado dizendo que seríamos grandes amigo só de pensar nisso meus olhos reviraram

Enquanto saia do consultório do terapeuta pensei o que será que ele falava para os meus pais eu não dizia literalmente nada durante as sessões sei que 1 vez por mês meus pais se encontravam com ele ou seja alguma coisa ele dizia

- Alexandro- comprimento meu segurança que já me esperava do lado de fora do consultório ele me guiou para o carro - qual é nem uma palavra para mim ?

- nem tente Ouros , você vai direto para casa seus pais já estão te esperando e não irá fugir dessa vez - meus pais ?

- impossível, alex meus pais só aparecem para me dar bronca e vão embora bem rápido nem mesmo quando operei o apêndice eles apareceram - entrei no carro e Alex já começou a dirigir ele se fazia de sério mais sempre que eu fazia minhas brincadeiras ou pegadinhas podia ver um pequenino sorriso se formando em seu rosto sério - aconteceu alguma coisa com a Copas ? Não eles não viriam por ela nem eu sei se viria - dei de ombros Alex não me respondeu mais o pequeno sorriso apareceu em seus lábios

O resto do caminho foi silêncio nem percebi quando chegamos a rua estava tão calma ouvi o baralho da chuva no teto do carro me vem suspirar

Entramos pela porta principal nós morávamos em um luxuoso apartamento em Paris a uns 2 anos

Minha mãe estava sentada no sofá bebendo seu copo de um líquido transparente mais eu sabia muito bem que não era água , ela usava um vestido preto colado que ia até seus joelhos os cabelos pretos e lisos - assim como os meus- estavam soltos caindo em suas costas os lábios pintados de vermelho cereja abriram em um sorriso ao me ver - essa não isso não era bom- meu pai surgiu atrás de mim seus cabelos eram castanho claro e seus olhos azuis ele caminhou até a minha mãe dando um curto beijo em seus lábios vermelhos foi então que avistei minha irmã Copas sentada de frente pra minha mãe não precisei ver seus rosto para saber que ela estava tão confusa quanto eu seus cabelos castanhos claros igual aos de nosso pai tinha pequenas ondas o vestido que usava vermelho ia até seus joelhos ela sempre gostou dessa cor
Copas tinha olhos castanhos assim como minha mãe já eu avia herdado olhos azuis céu de meu pai

- nós temos novidade!!! - Mamãe exclamou animada no mesmo momento senti meu coração gela eu já sabia o que ela iria dizer - vamos nos mudar !!! - de novo já aviamos morado em todo tipo de lugar Grécia , Estados Unidos , Inglaterra , Rússia , deus até mesmo moramos no Egito e nunca passamos mais de 1 ano nesses lugares papai sempre tinha que viajar de novo e de novo já avia me acostumado e sinceramente não ligava mais Copas não ela sempre se apegava seja ao lugar ou as pessoas ou na casa em que morávamos mais essa era a nossa vida papai trabalhava com relações internacionais ele sempre ia de país em país e nós sempre íamos juntos

Lágrimas brilharam nos olhos castanhos de Copas burra porque está chorando ? Não vê que é isso que ela quer mamãe gargalhou quando olhou para Copas mais logo parou murmurando algo no ouvido do meu pai que o fez sorri revirei meus olhos quando Copas começou a soluçar

- para onde nós vamos dessa vez ? - perguntei entediada Copas correu para seu quarto chorando ouvi a porta bater isso não vai ser bom

- Thunder Bay

Continua...

As cartas -Madden Mori - Devil's NightOnde histórias criam vida. Descubra agora