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8 De Ouros

15 Anos

tem coisas que não podemos controlar, essa foi uma das primeiras coisas que aprendi, não importa o quanto tentamos á coisas incontroláveis, mas eu demorei um pouco para perceber que isso se resume até a nós mesmos 

a coisas em nós mesmos que não podemos mudar ou apagar, traços que são fundamentais para nossa existencia, e isso é bom, pelo menos é o que dizem para pessoas como Ivar e Copas até mesmo para Mads, porém nunca disseram para mim, eu sempre fui a estranha, sempre constantemente comparada a minha irmã, os professores olhavam para mim e simplesmente não entendiam como poderiamos ser irmãs como teriamos o mesmo sangue

eu não sei se sempre fui assim, eu acho que não era, talvez eu só fosse uma criança quieta, curiosa, que pensava demais mas não falava, e isso não é um problema, o problema começava quando as pessoas olhavam para mim e procuravam Copas 

eu não era Copas, não era amigavel, gentil, não sorria para os professores, não gostava de abraços, porém as pessoas ainda esperavam diferente

a decepção é algo perigoso quando juntado com a raiva

você não pode olhar para alguem procurando outra pessoa, mesmo sabendo que não iria encontrar, eles tentam, são movidos pela esperança a continuar e quando não acham o que procuram ficam decepcionadas não consigo mesmos mas comigo, e então são movidos pela raiva a me ver como culpada 

como eu disse á coisas incontroláveis, e essa é uma delas 

eu não podia me tornar Copas, eu tentei e muito, mas...não funcionou

então fiz o que tinha que fazer, me tornei o que queriam, isso foi mais fácil

acho que é mas fácil cavar quando estiver no fundo do poço do que tentar subir, porém quanto mais fundo você cava mas longe você fica e quando percebe você simplesmente não sabe mas como subir, você esta sozinho no escuro no eterno vazio, e é isso que você sente, o vazio e a completa noção de que você foi fundo demais, que você deixou tudo para trás, sua dor, seu medo, a tristeza, a alegria mesmo que seja pouca e a unica coisa resta é a raiva 

a vezes em que volta, em que por uma fração seu subconsciente se permite sentir antes de ergue as muralhas novamente, aviam momentos em que isso era bom, a felicidade, porém ela logo sumia e o vazio voltava, na maioria das vezes o que voltava era as lembranças, a dor, a tristeza e o medo, diferentes da alegria esses tinham que ser expulsados e eles demoravam para ir

eram nesses momentos que eu me convencia que não tinha sido a pior das decisões, porque sentir se todos os sentimentos são ruins ? porque tentar se todas as tentativas provaram falhar ? 

eu avia tentado, eu avia falado, eu confiei no meu psicologo, eu disse a ele exatamente o que sentia e a minha agonia e medo de simplesmente estar viva, e depois de tudo fiquei sentada em um sofá enquanto ele contava cada palavra a minha mãe, enquanto ela me olhava com raiva por algo que eu ainda não entendia

eu pensei que as coisas ficariam melhores, mas tudo que ganhei daquele dia foi um tubo de comprimidos e um olhar feio da minha mãe 

o desespero nos leva a fazer coisas estupidas por ajuda, eu deveria ter mentido, deveria ter sido forte o bastante para isso

existem coisas que não podemos controlar, os sentimentos, podemos não demostrar mas não a como eles sumirem pelo menos é isso que eu pensava 

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- como foi o seu dia Ouros ? - perguntou a garota/psicóloga, revirei os olhos, eu odiava ter que comparecer as sessões mas aparentemente essa foi a maneira que minha mãe encontrou de me punir pelas minhas investigações - fico feliz que decidiu comparecer as sessões - ergui um sobrancelha a garota me deu um sorriso doce - é um grande avanço - afirmou 

eu não respondi, não fiz nada além de olhar para a janela fechada e trancada, assim como a do banheiro a tranca só pode ser aberta com uma chave e como isso não é um filme e eu não tenho um grampo de cabelo, estou presa aqui a quase duas horas 

- sabe você poderia me contar sobre sua nova escola, se sente falta dos seus amigos da frança deve ser muito dificil ficar longe deles - a garota falou com um ar de compreenção, tive que virar a cabeça para esconder o sorriso misericordia 

eu não respondi mas é claro que a menina não entendeu o recado revirei os olhos quando ela abriu a boca 

- Ouros, nos podemos conversar sobre o que quiser, porém não posso te ajudar se você não falar - ignorei o comentario, ela me ajudaria muito mais ficando quieta 

ouvi o alarme tocar, dei alto suspiro de alivio como se um peso tivesse sido tirado de minhas costas, a menina me olhou com pena mas ignorei, já cai em armadinhas parecidas 

- até semana que vem menina - falei de um jeito sarcástico, sai sem me dar ao trabalho de olha-la 

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Ás de Espadas

15 anos

Continuei tentado escrever a redação de historia que tinhamos que entregar em 3 dias mas é claro que Ivar esta fazendo de tudo menos a sua redação, tirei os olhos da tela do notebook pela primeira vez em 1 hora apenas para encontrar Ivar olhando pensativamente para o calendário de papel em sua mão, revirei os olhos ele só podia estar brincando. Quando Ouros e eu voltamos para a sala Ivar tinha um olhar idiota em sua rosto e Copas parecia radiante o que resultou em um olhar entediado e enojado de Ouros não posso culpa-la era como se estivéssemos no século 18 e Ivar tivesse decidido finalmente pedir permissão para corteja-la e é claro que o tirei de lá antes que ele estraga-se tudo ou fizesse perguntas demais 

- pelo amor de deus apenas escolha a droga de um dia Ivar - eu disse atraindo a atenção de meus tios para nós - se continuar olhando para esse calendário como um idiota o ano vai passar e você não ira nem notar - Ivar olhou para mim depois para o calendário e então pra mim novamente 

- ele ainda não decidiu ? - perguntou Michael com um sorriso suspirei cansado 

- é so a porra de um dia escolhe sei lá uma sexta feira - damon levou um cigarro aos lábios, ele não devia estar fumando tia Winter detestava quando ele fazia isso mas é claro que nenhum de nós iria dedura-lo 

- e porque tá com essa droga de papel ? tem essas merdas no celular hoje em dia sabia - Will apontou para o calendário Ivar o deixou cair na mesa de centro com um suspiro 

voltei a minha redação, até que depois de alguns minutos percebi que a sala estava silenciosa demais ergui a cabeça vendo Ivar encara algo em cima da mesa com um pequeno sorriso então ele olhou para mim e depois para a mesa novamente olhei ao redor vendo diferentes reações enquanto olhavam para a mesa também a maioria parecia achar graça, abaixei a tela do notebook e quase desmaiei quando vi meu celular, a tela estava acessa com um notificação brilhando 

uma mensagem de Ouros visivel para todos na sala 

continua...

As cartas -Madden Mori - Devil's NightOnde histórias criam vida. Descubra agora