Com o passar dos anos, Chris passou a se interessar mais pelas babás de Stella do que por Stella. Então, quando Ellen se sentou com Stella e explicou a iminente ruptura de seu casamento, ela não ficou surpresa. Ela também não estava chateada com isso. "Então isso significa que eu teria que ir para a Califórnia com você? Para uma nova escola? Com novas babás? Novos amigos?" A mente de Stella transbordava de perguntas.
"Sim, mas..." Ellen começou, mas Stella a interrompeu.
"Ok," ela disse simplesmente. Ela era muito direta e genuína. Stella estava infeliz na escola há algum tempo. Ellen suspeitava que ela também estava muito infeliz com Chris.
"Eu te amo muito," Ellen falou docemente. "E seu pai também. Nós simplesmente não estamos mais apaixonados um pelo outro."
"Eu entendo," ela disse suavemente. Ela olhou para sua mãe com amor.
"Nós vamos ficar bem garota." Ellen sorriu passando os dedos pelo cabelo afro suave de Stella. Embora Ellen tenha encontrado algum alívio na reação de Stella, ela travou uma batalha interna. Ela desejou que houvesse uma maneira fácil de explicar a ela que ela tinha uma irmã. Não havia. "S," ela disse hesitante.
"Você está bem mamãe?" ela perguntou tentando não ficar preocupada.
"Estou bem," ela começou, "Há... bem," ela respirou e então, "Já que vamos nos mudar tão rápido, vamos ter que ficar com alguém por um tempo," ela mentiu.
"Tudo bem", Stella deu de ombros.
Ellen suspirou. Chega por agora, ela pensou.
A ideia de Ellen finalmente deixar Chris parecia surreal. Houve um ponto na vida de Patrick que era tudo o que ele quería. Seus desejos egoístas faziam parte sim, mas também pelo bem de Ellen. Era difícil vê-la aceitar muito menos do que merecia.
Patrick olhou para o relógio. Ele gostaria de fingir que era a primeira vez naquela hora, mas não era. Seu telefone estava sem vida na mesa e seu cérebro estava tentando impedir que seu coração causasse uma catástrofe.
O silêncio de sua casa esta noite não ajudou em sua batalha cerebral. Ele girou um copo de uisque com gelo e respirou fundo. Estava furioso consigo mesmo pela sensação em seu peito. Um sentimento que era muito familiar.
"Ei," a voz de Patrick era suave. Ele estava em um canto escuro de um bar perto de Riverside. Sua bebida firmemente segura em uma mão e seu celular na outra. "Sinto muito pelo que eu disse. Você está certa. Eu não posso opinar", ele fez uma pausa para tomar um gole. "Mas caramba, parece que eu deveria." Sua respiração era pesada, suas palavras suaves, mas acentuadas. "Se as coisas fossem diferentes..." sua voz falhou. "Eu acho que não importa. Desculpe incomodá-lo."
Patrick voltou para o bar mal iluminado. Ele deslizou o copo vazio para o barman. "5 horas em algum lugar," o barman loiro de olhos azuis disse com um sorriso amigável. O barman olhou para o relógio. Cinco horas em algum lugar, de fato, porque eram apenas onze horas aqui.
"Obrigado", Patrick assentiu enquanto enchia seu copo. Ele simplesmente olhou para ele por um longo momento. Que mudanças de alguns anos. Ele pensou para si mesmo. Se ele não tinha o direito, por que achava que isso poderia matá-lo? Foi uma dor tão brutal que ele tinha certeza de que haveria sangue. Ele o encontraria, se pudesse apontar sua dor para um ponto. O que ele deveria fazer? Continuar sem ela? Fingir que não a tinha abraçado, provado seus lábios, sentido seu corpo perfeito pressionado contra o dele?
Ele se levantou e caminhou até seu canto, "Na verdade, importa. Veja, importa porque estou apaixonado por você. Não tenho certeza do que poderia importar mais do que isso." Ele clicou no botão de desligar e mais uma vez voltou ao seu lugar. Ele começou a sentar e depois se levantou novamente.
"Cara", disse o barman com sinceridade. "Eu acho que você deveria parar." Ele tinha um sorriso simpático, "pare enquanto está à frente."
"À frente", Patrick riu, "estou há cerca de três anos." Ele olhou para cima de sua bebida percebendo o quanto ele tinha bebido. "Ela vai se casar hoje."
O celular de Patrick tocou, trazendo-o de volta à realidade. "Olá", ele respondeu ansiosamente.
Ele podia ouvi-la sorrindo do outro lado da linha. Ela não disse nada por um momento e então, "Eu fiz isso", Ellen falou, "Você está falando com uma mulher livre."
"Estou orgulhoso de você El." Ele sorriu de orelha a orelha. "Você merece um pouco de liberdade."
Ellen sentiu algo familiar em seu tom. Foi um pouco de dor misturada com saudade. Era como sua voz ficava quando ele sabia que não poderia ter algo que quería. Sua voz era sincera, mas faltava o brilho da esperança. "Patrick," ela disse apenas da maneira que podia.
"Sim", ele respondeu.
"Talvez nós dois merecemos alguma liberdade."
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Eu acho que já tive o suficiente
FanficUma batida na porta quebrou o silêncio da casa e o caos de seus pensamentos. Foi nessa tarde de verão no Maine que a vida de Patrick mudaria para sempre. Poderia uma batida na porta fazer sua vida girar por outro caminho? Ou simplesmente corrigiria...