"Você sabe," Ellen sorriu olhando ao redor de sua nova cozinha. Havia várias caixas cheias de coisas novas. Ela não tirou muito de sua casa em Boston e Patrick certamente não tirou muito de sua casa. Ellen podia ouvir o leve riso de suas filhas. Filhas. Plural. Isso a deixou com uma sensação de calor.
"...Eu não tinha imaginado a liberdade assim." Ela riu.
"Hmmm," Patrick soltou uma mistura de um zumbido e um suspiro. Ele observou Ellen pegar uma garrafa de vinho. "Eu sei." Ele disse suavemente sob sua respiração.
Suas palavras foram silenciosas. Ela tinha certeza de que os sentia mais do que os ouvia. Isso deixou calafrios em seu corpo. Ellen não conseguia identificar, mas algo havia mudado nele. "Merda," ela murmurou remexendo na bolsa. "Esquecemos um abridor."
Um sorriso de McDreamy quebrou o rosto de Patrick, "Acho que consigo."
Ele puxou uma chave de fenda da mesa da cozinha e segurou a garrafa emum ângulo sobre a pia. Com a primeira tentativa, escorregou.
"Oh Deus", ela respondeu revirando os olhos. "Tome cuidado."
Ele tentou uma segunda vez, "uhh vamos lá", ele resmungou, não conseguindo.
"Tudo bem," Ellen sorriu.
Ele ainda não estava pronto para desistir. A rolha estourou tão de repente que a chave de fenda escorregou e raspou a pele de Patrick. "Patrick Galen Dempsey," Ellen respondeu imediatamente, "Eu disse a você..." Ele riu da maneira como ela disse seu nome. "Deixe-me ver!"
"É só um arranhão," Ele respondeu tentando dispensá-la.
"Teimoso." ela revirou os olhos.
"Onde estão os copos?" Patrick perguntou procurando por uma nova caixa.
Ellen riu levemente, "Copos. Teria sido uma necessidade."
"Nós não precisamos deles." Ele tomou um gole direto da garrafa. Ele soltou um refrescado, "Ahh." Ele tomou outro longo gole. Patrick precisava sacudir esse sentimento ou pelo menos entorpecê-lo por um momento.
"Você vai ter que dividir." Ela pegou a garrafa dele e tomou um longo gole antes de devolvê-la.
"Para a liberdade", ele assentiu. Ela sorriu levemente. Eles passaram a garrafa de um lado para o outro em um silêncio confortável por vários minutos.
"As meninas se saíram muito bem hoje", comentou Ellen quebrando o silêncio do momento.
"Parece que isso pode ser exatamente o que Stella precisava", acrescentou Patrick.
Ellen assentiu olhando para ele, "Eu acho que elas precisavam uma da outra."
"Sim," ele concordou com ternura. Havia algo na maneira como ele disse isso que fez Ellen pensar mais profundamente no que havia dito.
Ela o observou por um longo momento, a maneira como sua testa estava ligeiramente franzida, seu cabelo perfeitamente desgrenhado. Os olhos dela traçaram sua forma, antes, "Patrick, você está sangrando." A pele foi arranhada profundamente o suficiente para romper a superficie. Um pequeno fio de sangue escorria por seu pulso.
"Huh," ele acrescentou com indiferença.
Ela pegou uma toalha de papel, "Deixe-me ver", insistiu Ellen.
Normalmente, uma mudança de opinião acontece com o tempo, mas Patrick algum dia seria capaz de apontar a sua para este exato momento. Ele colocou a mão na de Ellen. Enquanto ela enxugava o sangue de sua mão, ele sentiu a represa que continha suas emoções quebrar. Eles o inundaram como uma chuva de primavera. Alimentando cada rachadura seca e abandonada. Nutrindo os lugares que mais precisavam. Tinha sido um inverno muito longo para sua alma.
Seu coração começou a acelerar rapidamente. "Na verdade, acho que tenho um band-aid." Ela falou docemente, deixando-o apenas por um momento. Ele sentiu sua ausência, embora ela tenha retornado rapidamente. Ela colocou o band-aid na mão dele e passou o polegar sobre ele para colar as bordas. Seu polegar parecia um raio correndo por suas veias. "Pronto," ela sorriu ainda segurando a mão dele.
Quando os olhos dela encontraram os dele, ele sentiu o coração disparar. A sala estava silenciosa. Os olhos dela vacilaram sobre os dele. Sua respiração tornou-se superficial. Ele sabia que havia sido feito. Ela estava familiarizada com aquele olhar, mas sua reação o surpreendeu. Ele observou o alívio se espalhar pelo rosto dela. Como se ela o tivesse visto pela primeira vez em anos. O magnetismo de sua reação química parecia puxá-los para mais perto. Como ele se afastaria disso? A pergunta passou por sua mente. Foi quando ele decidiu... Não o faria. Patrick afastou uma mecha de cabelo do rosto de Ellen com o polegar. Havia uma inocência na maneira como eles se olhavam, como se estivessem se descobrindo pela primeira vez.
"Mãe," Stella chamou da outra sala, quebrando seu momento. "Emilee pode compartilhar meu quarto esta noite?"
Ellen virou a cabeça ligeiramente para descansar o rosto em sua mão suavemente. Ela respirou fundo e apertou a mão contra a dele. Ela suspirou pesadamente ao exalá-lo enquanto tirava a mão dele de seu rosto. "Claro, Stella," sua voz falhou com a emoção que ela engoliu em seco.
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Eu acho que já tive o suficiente
FanficUma batida na porta quebrou o silêncio da casa e o caos de seus pensamentos. Foi nessa tarde de verão no Maine que a vida de Patrick mudaria para sempre. Poderia uma batida na porta fazer sua vida girar por outro caminho? Ou simplesmente corrigiria...