Esperteza

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Narrador

Dean não sabia se brigava com Castiel ou pedia desculpas ou o abraçava.
Sam ainda estava processando a volta de Castiel e como uma criança de nove anos podia ser tão esperta assim.
Enquanto Meyne adormeceu ao meio de seus pensamentos.

- Dean você precisa me esclarecer muitas coisas.- Sam se sentou na mesa principal do bunker enquanto aguardava seu irmão.

- Olha só, Sammy, se for sobre o Castiel saiba que nem o coitado sabe como voltou.- O loiro se aproximou com duas garrafas de cerveja na mão, oferecendo uma ao mais novo.

- Obrigado, Dean- O mais novo não recusou a bebida.
- Não era sobre Castiel que queria falar, mas acabou de me esclarecer essa dúvida.
O que eu quero falar com você é sobre a Meyne, a garota precisa do seu apoio, Dean, ela é uma menina muito esperta, muito mesmo! Eu me surpreendo com a clareza que ela demonstra nas suas palavras. Dean ela está precisando de carinho e atenção, você não vê isso? - Sam estava um pouco irritado.

- Castiel vai dar bastante carinho e atenção pra ela. - Dean não se importou muito.

Sam se alevantou da cadeira ficando de frente para Dean e agarrou a gola da camiseta xadrez do mais velho.

- Olha só, Dean, tu sabe muito bem que a atenção que ela precisa é a sua, então trate de ter uma boa conversa com ela! - Sam soltou a camiseta do Dean e saiu da sala principal indo para seu quarto.

- Sam está certo, Dean. - O anjo ouviu tudo.

- Você não sabe de nada, Castiel! - Dean parecia irritado.

O silêncio acumulou o ambiente.

Ponto de vista Dean

Meu irmão está certo, mas e seu eu não souber falar as coisas certas para a garota? E se eu falhar como pai também? Mas que droga, agora já estou na frente da porta do quartinho dela.
Dou exatas três batidas na porta e não recebo resposta então decido entrar mesmo.

- Tá acordada, Meyne? - Vi a garotinha tapada até a cabeça.

- Hm? - A pequena resmungou se espreguiçando tirando a coberta do rosto.

- Te acordei? Licença. - Me sentei na ponta da cama da loirinha.

- O que houve? Vamos ter que ir embora daqui de novo?- A garotinha se sentou na cama me olhando com um rostinho sonolento, ela é como um anjinho, não acredito que sou um pai babão.

- Eu vim conversar um pouco com você, Meyne. Quero ter uma relação normal de pai e filha. - Os olhinhos da garotinha brilhavam, ela ficou quieta durante uns segundos. Será que eu falei algo que não devia?

- Tio Sammy falou pra você né- Ela parecia meio envergonhada.

- Ele não me falou nada, eu estou fazendo isso pro seu bem.- Na verdade Sam me contou sim, mas não quero que ela ache que eu estou falando com ela só por conta do meu irmão, não que eu não fosse falar com ela, aí enfim.

- O que você quer falar pra mim, Dean? - Parecia que eu estava falando com uma mulher no corpo de uma criança, bem que Sammy disse que as palavras dela eram faladas com bastante clareza.

- Ahm, bom... Há muitas coisas ruins lá fora, há muitos monstros que estão atrás de você, e eu quero te proteger, só não te proteger como quero cuidar e acolher você. Eu sei que é estranho, mas muitas coisas perigosas nos perseguem. - Ela me encarava como se já soubesse de tudo o que eu falei.

- Pa-... Dean, eu sei, mamãe me contava dos monstros que algum dia viriam atrás de mim por eu ser uma Winchester, ela sempre me contou história de diversos monstros assustadores, depois que eu aprendi a ler eu passava o dia inteiro lendo livros de coisas assombrosas que eu pedia para a mamãe. Sempre tive medo de ter que enfrentar esses monstros algum dia, e depois que vi um, vi o que matou a minha mãe, meu medo passou. Na mesma hora me surgiu uma luz de que eu queria ficar com você e o Tio Sammy, mas isso pra mim tá tão difícil, eu ainda sinto falta de tudo e não quero decepcionar você e o titio, eu ainda tô com medo do que pode vir. - Caramba! Essa garota é minha filha mesmo? Não importa. Não pude evitar de abraça-lá e ouvir seu choro.

- Papai está aqui pra te proteger. - Beijei a cabeça da loirinha que diferente de mim expressa o que sente.

Fomos interrompidos com Sam entrando no quarto.

- Vaza daqui, Sammy! - Sam saiu na hora do quarto com uma expressão de choque com o que viu.

- Mas.. Dean- Eu cortei a fala da garotinha.

- Me chame de pai.- Olhei para ela
- Pode continuar.- Me senti mais aliviado.

- Ah, ok, pai, mas quem é Castiel? Ele realmente é um anjo? Eu nunca li nenhum livrinho que falava que anjos eram reais e muito menos que tinham jeito humano. - O olhar de dúvida da garotinha me encarava.

- É sim, ele vai ser seu anjinho da guarda, sabia? Ele protege eu e Sam e agora vai proteger você também. - Beijei a testa de Meyne.

- Hmmmm, eu tô com uma fominha...- Ih rapaz é minha filha mesmo.

- É assim que se fala! Vamos ver o que seu tio está aprontando na cozinha. - Peguei na mão da pequena de olhos verdes e saímos do quarto.

Narrador

Sam havia passado em uma lanchonete e comprado hambúrgueres antes de voltar para o bunker, assim o lanche seria a janta deles.
Castiel ficou protegendo o profeta em outro lugar, pois Dean não queria mais alguém para deixar a garotinha mais perdida.

- Oiii, tio Sammy, o que tem de bom aqui? - Meyne ficou na ponta dos pés espiando o que havia em cima do balcão onde seu tio estava arrumando os pratos, talheres e copos.

- Hambúrgueres, batatas fritas e refrigerante. - Sam continuou organizando as coisas.

- Ih, Sammy, tá doente? Tu comendo hambúrguer? Largou de mão os teus matos? - Dean brincou enquanto se sentava no banco.

- Não, não larguei de mão, só hoje que decidi dar uma escapadinha e não é mato, Dean, é alface e couve! - Sam se juntou a mesa.

- EII! Eu não alcanço esse banco, grandalhões! - Meyne ficou observando os irmãos rirem dela.
- Parem de rir, eu não sou palhaça! - Ela estava irritada, mas estava tão fofinha.

- Você é tão lindinha, criança.- Dean pegou a garota e colocou ela sentada no banco.
- Pronto madame? Podemos comer?- Dean brincou.

- Madame, nada! - Meyne cruzou os braços fazendo um biquinho.

- Isso é fome, come que passa- Sam entregou o prato com hambúrguer e batatas fritas para a garotinha.
- Você é igual seu pai, se tá estressado é por que tá com fome. - Sam encarou Dean e riu.

- Hm, que isso maninho me caloteando na cara dura? - Dean ficou "bravinho" e fez a mesma cara que a Meyne. Tal pai tal filha!

A Filha De Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora