Informação

1.4K 150 96
                                    

Na noite de domingo, antes de voltar ao trabalho na segunda, Paraná gastou algum tempinho fazendo uma lista do que sabia sobre Sergipe, para entregar ao potiguar no dia seguinte. Na percepção dele, seria algo útil e um bom começo. Era algo parecido com o que ele fez com Rio Grande do Sul, quando listou as coisas que gostava e que não gostava no outro sulista.

Ele riu, lembrando que precisou criar uma terceira categoria, de coisas que ele gostava e odiava ao mesmo tempo.

Enfim, certo de que viu todas as mensagens que trocou com Catarina que mencionavam o sergipano e que não saberia mais nada sobre o mesmo, nem que sua vida dependesse disso, o paranaense deu um beijinho de boa noite em sua capivara e foi dormir.

~☀️~

Já na empresa da República Federativa do Brasil, Rio Grande do Norte chegava atrasado para trabalhar. Logo ao sentar em sua mesa, no escritório da Região Nordeste, deu uma última olhada em seu celular, vendo que o paranaense tinha lhe chamado pra almoçar, hoje. O potiguar concordou, e foi trabalhar antes que levasse um xingo de Paraíba.

Na hora do almoço, ele estava ansioso para saber o que o outro queria. Se sentia meio culpado por isso, mas ainda não tinha ideia de como ajudar o sulista. Tinha certeza, praticamente, de que o irmão era caidinho por Paraná, só se negava a aceitar isso por puro orgulho, então sabia que o paranaense precisava ter paciência, e o próprio Norte talvez tivesse que dar algum tipo de dica, pro irmão parar de ser besta.

— Fala, capivara. — Não era um apelido maldoso, o potiguar simplesmente estava pegando costume de chamar o sulista de capivara. — Por que me chamou aqui?

— Bem, eu sei que você nem me pediu, mas eu fiz uma lista de coisas que eu sei sobre o Sergipe. Eu pensei que fosse ser útil pra você, dá pra ter ideia de lugares pra sair, de um pouco do que ele gosta, sei lá... — O paranaense acastanhado disse, entregando alguns papéis nas mãos de Rio Grande do Norte.

— Nossa... — Ele começou a folhear, impressionado e levemente preocupado com o quanto Paraná fofocava. Ainda assim, definitivamente estava muitíssimo grato. — Você conseguiria fazer um desses de todo mundo, é? Ou você tá tão empenhado em pegar o meu irmão que se esforçou mais? — Brincou o potiguar, que recebeu uma cotovelada do outro.

— Eu não quero só pegar o seu irmão, tá legal? — Resmungou. — Eu genuinamente quero te ajudar. Eu... sei lá, eu me sinto bem com a ideia de unir um casal! — A expressão de birra se desmanchou rapidamente, dando espaço para um sorrisinho. — Já vi o Minas ajudando o São Paulo e o Rio de Janeiro, deve ser satisfatório quando dá certo. Então eu quero te ajudar por isso também. Assim, se o Sul definitivamente não gostar de mim e me der um pé na bunda, pelo menos vai ter valido a pena pra ver você e o Gipe juntos.

Rio Grande do Norte sorriu para Paraná. O sulista não era o único que sabia sobre os sentimentos dele sobre o sergipano, mas foi o único a se propor a ajudar de alguma forma. Então, definitivamente, deveria o ajudar da melhor maneira possível.

— Obrigado, Paraná, de verdade. — Ele respondeu com um aceno de cabeça. — Eu vou ser sincero, eu não sei o que caralhos fazer com o meu irmão... Mas pode crer que eu vou dar um jeito.

— Tomara...

~☀️~

Após o almoço, o potiguar estava de volta ao escritório, trabalhando, quando entreouviu a conversa de dois colegas.

— Você lembra da festa na casa da Bahia? Quando você cantou no karaokê? Foi hilário! — Pernambuco riu com o cearense.

— Você acha que meu show foi a melhor parte? Sério? Você não viu o jeito que o Paraná ficou enciumado? Parecia cena de novela, podia jurar que eu ia morrer! — Ceará gesticulava enquanto falava, apesar de estar tentando falar baixo. — Eu não sei como aqueles dois ainda não namoram.

Double Misery!Onde histórias criam vida. Descubra agora