Harry acordou na manhã seguinte ligeiramente confuso e desorientado. Levou alguns instantes para perceber onde estava, acordando lentamente e pensando, com certa diversão, que Snape tinha um péssimo gosto para camas. Ele olhou e viu que o próprio homem não estava lá, fato pelo qual Harry agradeceu. Ele acordou algumas vezes durante a noite e foi a coisa mais estranha do mundo ver Snape deitado na frente dele. Ele honestamente não sabia como iria sobreviver a toda a experiência.
"Oh, bem, um dia se foi, falta apenas um ano", ele murmurou, jogando o edredom para trás, estremecendo com o frio; verão ou não, eles ainda estavam em uma masmorra. Ele vestiu um suéter e olhou para o relógio – dez horas, nada mal, embora Snape provavelmente estivesse acordado desde as seis e sem dúvida teria algo sarcástico a dizer sobre seus hábitos preguiçosos. Uma xícara de chá definitivamente seria agradável para iniciar o desjejum.
Snape estava sentado em uma das poltronas, uma xícara de café em uma das mãos e o jornal na outra. Ele não ergueu os olhos quando Harry entrou na sala, apenas continuou lendo e disse, "Eu estava me perguntando quando você estaria me agraciando com sua presença."
Harry revirou os olhos e respondeu, "Eu estava cansado. Posso fazer um pouco de chá?"
"Faça o que quiser, só não estrague o lugar."
"Tão encantador," Harry murmurou, fora do alcance da voz, movendo-se para a cozinha e acendendo uma chama debaixo da chaleira com sua varinha. Depois de olhar em volta, ele conseguiu encontrar alguns saquinhos de chá e um pouco de leite, um pouco irritado por Snape não poder simplesmente dizer a ele onde tudo estava como um ser humano normal. Ele voltou para a sala de estar e sentou-se na outra poltrona, dobrando os pés embaixo dele e embalando sua caneca com as mãos. agraciado pelo calor tão necessário. "Você tem mesmo que manter este lugar como um túmulo?" ele reclamou.
Snape olhou para cima e ergueu uma sobrancelha. "Muito delicado, não é, senhor Potter?" ele perguntou com um sorriso.
"Não, apenas acostumado com temperaturas de um clima um pouco mais humano," Harry respondeu com certo sarcasmo.
Snape balançou a cabeça e acenou com a mão na direção da lareira, um fogo se acendendo e começando a arder. "Não pense que sempre serei tão complacente", alertou.
"Oh, eu nem sonharia com isso," Harry murmurou, apenas grato por finalmente ter um pouco de calor. Ele tomou um gole de seu chá, não acostumado com o tipo que Snape usava e desejando poder tomar o chá de sempre que tomavam na torre da Grifinória. Enquanto ele continuava bebendo, um maço de cartas se materializou na mesinha de centro.
"Sem corujas?" Harry perguntou.
"Dado que estamos na masmorra, como você acha que uma coruja se sairia tentando entregar cartas?"
"Bem, eu só perguntei."
Snape revirou os olhos e examinou a correspondência, descartando os itens de menor interesse até encontrar um que pareceu chamar sua atenção. Harry observou enquanto ele abria a carta, estudando seu conteúdo, seu rosto ficando sério ao fazê-lo. "Eu preciso falar com o diretor, posso deixá-lo sozinho por uma hora mais ou menos?" ele disse enquanto se dirigia para a porta, parando para olhar para Harry.
"Acho que vou conseguir sobreviver de alguma forma. Não é sobre mim, é? A carta, quero dizer," ele perguntou, determinado a saber se Snape e Dumbledore iriam falar sobre ele.
"Não, Potter, nem tudo neste mundo é sobre você, você sabe, por mais chocante que isso seja. Apenas fique longe de problemas enquanto eu estiver fora," ele disse, saindo, deixando Harry sozinho. Curioso, ele foi até a mesa, querendo descobrir o que havia incomodado tanto Snape. A carta ainda estava sobre a mesa, mas quando ele se abaixou para pegá-la, ela desapareceu em uma nuvem de fumaça. Ele se sentiu um pouco tolo; afinal, este era Snape, é claro que ele tomou medidas para garantir que ninguém além dele pudesse ler suas cartas. Mesmo assim, Harry gostaria de saber o conteúdo. Ele suspirou e se acomodou no sofá, preparado para se manter longe de problemas pela próxima hora ou mais.
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Um Admirável Mundo Novo
RomanceEstou apenas traduzindo a obra "A Brave New World" Todos os direitos reservadoa a Autora Cithara, disponível no AO3. Quando os Dursleys são mortos, Harry fica sem tutores legais e é vítima de uma lei antiga que o veria possuído por aqueles que dese...