— EU NÃO FUI...
— Não lhe permito que me interrompa. — Suspirei. — Vocês se comunicam com os diretores, professores e os fundadores daquela maldita biblioteca de Calanthe, o escritor oficial separou os livros conforme o governador ordenou, eu não sei como ele teve acesso aos arquivos íntimos de Drystan, mas é para isso que vocês servem, seu maldito trabalho é verificar se está tudo em ordem, e essa negligência acabou de custar muito caro.
— O que aconteceu com o governador? — Taya perguntou.
— Não lhe convém saber. — Dareen respondeu de imediato. — A acusação é muito séria, senhora, se não provarem a inocência de vocês, não haverá nada que possamos fazer. O resultado é morte pública.
Silêncio.
— Dareen. — Virei-me para o meu irmão e andei até ele, nenhum dos professores abriria a boca e meu irmão estava tão impaciente quanto eu. — Elis pediu que eu não demorasse, preciso ir para Calanthe.
— Você acha que esse é o momento certo? Calanthe também nos traiu... Não é seguro que você esteja lá.
— Não se preocupe comigo. Nada me acontecerá lá.
— Você não pode garantir.
Falávamos baixo para ninguém nos ouvir.
Os acusados discutiam entre si no salão, buscavam meios de entrar em um consenso, entre acusações e defesas.
— Assim que isso aqui acabar, resumirei para você e vou direto para Calanthe, fique no palácio e não cometa a estupidez de sair e como novo governador, e seu irmão mais velho, ordeno que me diga o que vai fazer.
Beijei sua testa e saí do salão assim que pude.
Quando cheguei na porta de meu quarto vi que Vivian me aguardava com impaciência.
— A Majestade de Calanthe está furiosa e Koyran suplicou que você chegasse logo.
A porta se abriu e a única coisa que tive tempo de fazer antes de correr para a carruagem, foi tomar um copo d'água.
— Cristina está enraivecida, mas que relação eu tenho com isso?
— Pelo que eu entendi... — Ela gaguejava um pouco. — Um soldado Anwariano invadiu o palácio de Calanthe e matou cinco cozinheiras... Ele... Ele deixou um recado e...
— Fale logo!
— E meio que você tem relação com tudo isso, acreditam que foi a mando seu... É claro que Koyran está tentando fazer a mãe dele se acalmar, não porque ela acredita que foi você, claro, mas porque o conselheiro dela também foi assassinado e tinham uma carta de Drystan em cima de cada cadáver.
Meu coração parou, eu não tinha paz.
— O que estava escrito nas cartas?
— Não eram as originais, eram cópias... Estavam tão cheias de sangue que não dava pra ler nada, tudo estava borrado, a única coisa que dava para ver a assinatura de Drystan e seu nome escrito na caligrafia dele... A carta original está com, seja lá quem for que matou essas pessoas.
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Incorrigível Tirania
FantasyHá muitas coisas a serem realizadas quando alguém detém, em suas mãos imundas, a maior autoridade sobre um lugar. Os reis, pais da princesa Daryia, decidiram ser bons governantes para o povo - e terríveis, ausentes e narcisistas pais para sua única...