Andei com passos lentos e um sorrisinho besta no rosto, olhando abobalhado para o buquê de flores que carregava em minhas mãos. Antes de sair da faculdade, a caminho da minha humilde residência, algo que eu poderia considerar esquisito e quase bom havia me acontecido: uma garota havia se declarado para mim, em pleno dia de São Valentim. Ainda lembro da sua feição fofa, as mãos trêmulas e a voz gaguejada tentando me cortejar. De longe parecia ser uma boa pessoa, era meiga e delicada. Uma pena que eu tenha nascido com o mesmo gosto sexual que o dela, mas mesmo assim, é simplesmente muito revigorante saber que alguém gosta, se importa e admira você, por isso eu não parava de sorrir olhando o buquê e os chocolates. Fiquei pensando em retribuir ao seu gesto querido, mesmo que não exista a mínima possibilidade de nos tornarmos um casal, eu seria gentil e cultivaria uma sincera amizade com Byeol.
É isso! Lembrei de uma lojinha que ficava aberta 24hrs e dei a meia-volta no prédio da facul em busca do seu presente, ainda tinha alguns trocados na carteira e faria bom uso deles. Senti meu celular vibrar no bolso da calça, então tive que parar para checar o que quer que fosse a notificação. Minha mãe havia mandado uma mensagem preocupada, perguntando se estou bem e se eu iria demorar muito. Até pensei em responder, mas por causa do seu nervosismo, apressei o passo para cumprir com meu objetivo logo. Em seguida, o celular vibrou mais uma vez.
"Estou com um mal pressentimento, Yeosang, venha para casa logo", ela pediu, com uma sequência de emojis chorosos e tristes. Respirei fundo e não a deixei sem resposta. "Tenho que fazer uma coisa, omma, irei para casa assim que terminar, te amo.", enviei ainda com um sorriso fraco. Ela pediu que eu tomasse cuidado e eu concordei com a cabeça mesmo que ela não pudesse me ver agora. Bom, guardei o celular e continuei meu caminho. Estava meio tarde, quase 1 da manhã, porque perdi as horas conversando com meus amigos sobre Byeol no barzinho em frente a facul --- eles também não acreditavam que Kang Yeosang foi cantado por uma garota!
Por isso, eu não estranhava a desertidão do lugar. Por trás da facul não há muito trânsito, sequer há luz adequada. Abracei meu corpo, começou a fazer um pouquinho de frio e o silêncio estava começando a me ensurdecer. Engoli a seco, de repente ficando arrepiado e com um embrulho no estômago. Parei, olhei para os lados, faltavam menos de 100 passos até a lojinha, um percurso relativamente curto. Se eu fosse correndo, então eu chegaria lá ainda mais rápido... O que estou pensando? Não vai me acontecer nada. Dei um estalo com a língua e continuei meu trajeto até que ouvi um barulho de folhas secas. Talvez tenha sido algum animal inofensivo. Olhei para trás rapidamente não vendo nenhuma alma viva, mas ao mesmo tempo tendo a sensação de estar sendo vigiado. A brisa soprou meu mullet e eu engoli a seco de novo.
ㅡ Quer saber? Byeol pode esperar. ㅡ Falei para mim mesmo após ver a luz brilhante da lojinha refletindo fracamente nas pétalas das flores. Estava cansado, a mochila nas minhas costas estava pesando e eu precisava urgentemente de um banho. Desisti e dei a meia-volta novamente a caminho da minha residência.
Contudo, assim que dei o primeiro passo, alguém me puxou pela mochila. Assustado, apenas a deixei para trás assim como tudo que eu carregava nas mãos e tentei correr inutilmente. Muito rapidamente percebi o assaltante, coberto de preto e com uma bala clava escondendo seu rosto. Seus olhos pareciam malvados.
ㅡ SOCOR-- ㅡ Minha boca gritou, mas antes de completar a súplica, o mesmo me abarcou por trás enquanto eu me debatia e me forçou a inalar uma substância química. Meu corpo amoleceu e perdeu a força, assim como a consciência foi esmaecendo instantaneamente. Não pude ouvir ou ver nada, muito menos sentir. Não sabia o que estava acontecendo.
( ... )
Quando despertei, meu corpo estava dolorido e eu me sentia um pouco tonto. Tateei o chão gelado, parecia uma espécie de porão abandonado, era fétido, com musgo e mofo e pouca iluminação também, mas pelo menos, minhas mãos e pés estavam livres. Meu coração começou a acelerar, meu estômago a se desdobrar por completo ao ver insetos passeando por ali, quem me garante que não tem nenhum animal peçonhento também? Tinha uma janela minúscula também, mas não era de abrir e estava alta demais para que eu pudesse escalar.
ㅡ Ah! Celular, meu celular! ㅡ Lembrei, prontamente começando a procurar nas minhas vestimentas, mas é claro que não estaria comigo, que ingenuidade a minha. Meus pulmões começaram a trabalhar pesado, estava ficando sem ar ali. Me bastou apenas gritar por ajuda. ㅡ SOCORRO!! SOCORRO!! ALGUÉM ME AJUDA!!! POR FAVOR!! EU ESTOU PRESO AQUI DENTRO!!
Berrei com a pouca força que eu podia, também encontrando uma porta bastante grossa de ferro. Comecei a esmurrar e socar, tendo que parar a cada segundo para recuperar o ar. Ela abriu subitamente, me fazendo cair para trás. Me arrastei amendrontado, eram dois capangas bastante altos e também estavam de bala clava preta. Começei a chorar desesperado ao perceber cada um segurando uma arma.
ㅡ Chorar é inútil, princesa! ㅡ Um deles falou apontando a sua para mim. ㅡ Aconselho a ficar quietinha, assim ninguém será machucado.
ㅡ Por favor, não me matem! Não me matem, eu sou estudante universitário, eu sou tão pobre lascado e necessitado quanto vocês, se querem meu celular, levem, podem levar, mas não me matem!! ㅡ Me desesperei, implorando quase que de joelhos. Os capangas então se entreolharam confusos e levantaram a bala clava, mas não pude perceber seus rostos direito.
ㅡ Huh? Min Gi, você não disse que era uma menina?! ㅡ O outro que apontou a arma para mim o empurrou com o ombro um pouco forte.
ㅡ Sim, ué... Foi isso que o patrão falou, pegar a loirinha, da pele branca com um sinalzinho no rosto, só pode ser essa daí!! Yun Ho... Não seja indelicado. ㅡ O tal Min Gi tirou o celular do bolso para mostrar a foto da possível vítima. O outro então umedeceu os lábios e deu um tapão na sua cabeça.
ㅡ Seu idiota, essa não é a Yeoreum... Você pegou a pessoa errada! ㅡ Começaram a discutir entre si.
ㅡ Ótimo, já que eu não sou quem vocês queriam, me liberem, por favor, eu sou inocente, só queria comprar flores!! ㅡ Pedi mais uma vez me erguendo do chão e tendo um ímpeto repentino de peitar neles, mas o maior em aspecto físico me empurrou e eu caí de volta.
ㅡ Nada disso, pode não ser a sua irmã querida, mas ainda é um Kang. E você já viu nossos rostos, sabe nossos nomes. Não temos ordem de te liberar. Vamos esperar o patrão chegar.
Meus pulmões começaram a trabalhar ainda mais duro.
♥︎
*pra quem queria outra jongsang
**espero que o jong ho se recupere logo
***quem sabe um dia eu faça 1 capa
****obrigada se leu até aqui bjo ♡
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THE OUTLAW | ATEEZ
Fanfictionjongsang Kang Yeosang era apenas um jovem adulto comum, prestes a terminar a faculdade, praticando esportes e saindo com seus amigos nos fim de semana. Isso até sua vida mudar totalmente da noite para o dia: Kang havia sido sequestrado por uma gangu...