Capítulo 14

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~ Kang Yeosang ~

Puxei o pulso de Yun Ho que tinha adormecido com o filme que colocou para nós assistirmos e já vi que passava das 3 da manhã. Eu estava apreensivo, Jong Ho estava demorando pra caramba. Já que o serviçal não estava nenhum pouco up, eu fui explorar o cativeiro de novo em busca da minha mochila. Eu tinha uma finíssima esperança de que meu celular ainda estivesse lá dentro, então podia mandar minha localização ou chamar por alguém. Vasculhei tudo, até mesmo olhei embaixo do sofá, mas não encontrei nada. Girei as articulações do meu corpo dolorido outra vez. Eu já estava com certa liberdade, então podia ir até a cozinha beber água. A porta de escape estava ali ao meu alcance de novo, mas trancada. Olhei para Yun Ho, ele deve estar com as chaves...

ㅡ Não, Yeosang, não. ㅡ Centrei meu pensamento. ㅡ Já passou o dia 6. Só mais esse dia, meu pai vai dar o dinheiro e eu voltarei a ter a minha vida como sempre foi. ㅡ Falei para mim mesmo até que ouvi o carro encostar de novo. Finalmente, eles tinham chegado. O barulho fez com que Jeong despertasse e fosse abrir a(s) porta(s) com rapidez. Me prontifiquei na sala com um sorriso aberto e aliviado.

ㅡ Cheguei, Yeosang. E ainda mais, cheguei com minha neném. ㅡ Tirou a jóia da bolsa da jaqueta para que eu pudesse vê-la de perto. Wow. Então é por essa magnificência que eu fui sequestrado. Realmente era bonita e brilhava, estava lapidada e em perfeitas condições. E ele também, não parecia estar ferido. ㅡ Hmm... Já que você se comportou bem enquanto eu estava fora... Eu pensei bastante nisso, Yeosang.

ㅡ O que? Do que você está falando? ㅡ Expressei confusão com meu rosto.

ㅡ Quando amanhecer por completo, eu vou te levar de volta para sua família. Já tomei tempo da sua vida demais. ㅡ Eu senti meu coração palpitar, meus pés levitaram, eu ouvi direito? Será que estou sonhando?! É pegadinha, né?

ㅡ ... É sério? Mas e os 10 mil? ㅡ Questionei com o coração se acelerando mais e mais sem freio.

ㅡ Eu não quero mais. A única coisa que eu quero é que seja feliz, Yeosang. Eu não vou te prender. Quero que você esteja livre e espero que me perdoe pelo que fiz com você. ㅡ Ele ficou olhando para o chão cabisbaixo, chutando o ar. Min Gi que estava atrás reapareceu com um buquê de flores, um pouco mais cheio do que o que Byeol me deu. ㅡ Quando estiver em casa, abrace sua família, fale com seus amigos e esqueça de mim. Não irei mais interferir. Vou deixar os Kang em paz.

Meu olhar estava marejado. Os dois emocionados, corri em direção a ele e o abraçei, sendo guiado pelo meu contentamento. Ele se assustou com o impacto por alguns segundos, mas depois retribuiu. Eu nem acreditava que eu iria para casa em algumas horas. Ele riu baixo e acabou fazendo carinho em meu cabelo.

ㅡ ... Por que está fazendo isso, Jong Ho? ㅡ Sussurrei um pouco melódico. ㅡ Você ficou cansado de mim, não foi? Eu sou mesmo uma pessoa difícil de se lidar. ㅡ Brinquei consigo.

ㅡ Ha ha ha. ㅡ Afastou meu corpo do seu e me encarou nos olhos. ㅡ Eu estou fazendo porque... ㅡ Meu olhar ficou arregalado já que ficou sem resposta, mas podia ouvir seu coração batendo. abraçei as flores com mais força de vontade. ㅡ Você é um pobre coitado. Já sofre demais, se duvidar até mais que eu. ㅡ Tocou meu rosto e me deixou arrepiado com o contato. Como resposta dei apenas um gargalhar e mais outro abraço. Nada poderia estragar aquele dia, então.

ㅡ Muito obrigado. Muito, obrigado.

Bem, eu estava tão feliz que eu parecia ter tomado um galão de Red Bull. Já Jong Ho e os outros, depois de terem tomado um banho pela aventura do dia, se aprontaram para descansar um pouco. Eu me aquietei ao seu lado no quarto da porta arrombada, ele pendurou um lençol para substituí-la por enquanto. Me olhava bobinho, com os olhos saltitantes, algo parecia ter florescido em si. Deve ser aquilo, sabe? A sensação de ter feito uma coisa boa. Mas era inevitável e eu estava ansioso, meu quarto, minha casa, minha escova de dentes, ahh, eu vou ter tudo isso de volta em breve!

ㅡ Yeosang, pelo menos posso pedir por uma coisa enquanto ainda está aqui? ㅡ Voltei a atenção para ele curioso. Choi respirou fundo e parecia tomar coragem para falar. ㅡ ... Você pode me beijar?

ㅡ ... Q-Q-Quê?!! ㅡ Extasiei um pouco surpreso. Engoli a seco e ele estava vermelho como molho de pimenta.

ㅡ Eu vou te libertar e nunca mais irei te ver nas nossas vidas, tudo que eu quero de você agora é um beijo. ㅡ Dei um estalo com a língua.

ㅡ Espera um pouquinho, eu passei 6 dias trancafiado sem ver a cor do dia lá fora, sem comer, beber, cagar e tomar banho, com uma arma na minha cabeça 24hrs, passei por um sequestro duplo. Sem contar que você me bateu, na minha bunda, e ainda tem coragem de me pedir um beijo? ㅡ Desentalei frustrado.

ㅡ Pois agora você só vai ser liberto se me beijar! ㅡ Franziu as sobrancelhas me fazendo engolir a seco. ㅡ Estou brincando, bobinho! ㅡ Ele riu alto. ㅡ Você tem razão. Não precisa me dar beijo.

Respirei fundo. Enclinei meu corpo delicadamente sobre o seu e depositei uma pequena bicota na sua bochecha. Ele olhou para mim surpreso, por tamanha imprevisibilidade, afinal de contas, pra quem já comeu o pão que o Diabo amassou nas mãos dele, dar um beijo não era nada. Depois disso eu fiquei meio tímido, mas Jong Ho puxou meu rosto e me deu um beijo nos lábios. E eu retribuí, já fizemos isso antes, de qualquer forma. Meu coração estava batendo feito louco, seus lábios tinham um gosto bom e uma textura boa.

Ele aprofundou, ficou mais intenso, pediu passagem com a língua e eu facilmente concedi. Com as mãos em minha cintura ele foi me deitando na cama devagar, se pondo acima de mim e no meio das minhas pernas. Os beijos desceram para meu pescoço, onde ele também deixou uma mordidinha. Puxou meu pulso machucado e o colocou acima da minha cabeça, me impedindo de tocar a si. Aproveitei, não estava sendo bruto, pelo contrário, estava me tratando com leveza. Acabei dando um sorriso em meio aos beijos. Choi Jong Ho, com poucos atos me deixou entregue para si. Flexionei para o dar mais espaço e olhei seus olhos voluptuosos.

ㅡ Pronto? Eu dei o seu beijo. Agora, você pode me deixar ir. ㅡ Sooei um pouco irônico. Ele deu uma pequena mordiscada no lábio inferior e se permitiu rir.

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