Prólogo

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Abraço

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Abraço

Abraço (s.m.) o golpe mais efetivo contra a saudade. é quando a gente se encaixa perfeitamente um no outro. quando a minha alma beija a sua. é a ação de encostar um coração no outro. a dívida mais gostosa de se pagar. a melhor forma de salvar alguém da tristeza. é sorrir com os braços.

JOÃO DOEDERLEIN

Ela tinha oito anos quando viu Regina pela primeira vez, e a achou a menina mais bonita do mundo

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Ela tinha oito anos quando viu Regina pela primeira vez, e a achou a menina mais bonita do mundo. A garota nunca tinha parado para olhar uma menina dessa forma, mas mesmo sem entender aquela moreninha em específico tinha algo diferente.

Naquele mesmo dia, Emma também não entendeu, porque quando Regina a pegou pela mão e a puxou para parquinho, o seu pequeno coração deu um pulo tão forte em seu peito, que ela achou que estivesse doente. Ou porque o seu rostinho ficou vermelho, quando a pequena Mills lhe deu um beijinho na bochecha em agradecimento por ela dividir o seu lanche. Emma não sabia explicar o que eram todas aquelas sensações.

A verdade é que ela era muito jovem e inocente demais, para entender a grandiosidade e a dimensão do que estava sentindo.

Um pouco mais velha, Emma ouviu muitas vezes que: "o tempo sempre ajeitava tudo. E de acordo com que ele passa, nós entendemos melhor as coisas." E ela entendeu. Entendeu sobre amor. Entendeu que gostava de garotas. Entendeu que amava Regina Mills. E entendeu também o quanto amar poderia doer.

No primeiro ano, a amizade era suficiente, e nas palavras da própria Regina, Emma não era somente a sua amiga. Emma era a sua melhor amiga, e para Mills os melhores amigos eram para sempre. Por um longo tempo tudo foi perfeito. Todos os sorrisos de Regina eram de Emma, e todos os melhores abraços Emma eram reservados para Regina. Mas, o tempo passa, as coisas mudam e o novo é inevitável. À distância, passou a não ser apenas das cidades que as separava, os interesses tinham mudado... Regina ficou mais interessada em garotos, e na atenção que eles davam a ela. Enquanto Emma se tornou fissurada no basquete e achava os garotos uns chatos. A adolescência tinha chegado para Regina, e elas mal tinham notado. A primeira briga séria entre elas, fez Emma decidir passar menos tempo das suas férias em Nose Hill, foi também a primeira vez que Regina teve o seu coração partido por um garoto. E a primeira vez que ela percebeu o quanto sentia falta dos abraços de Emma Swan.

A distância emocional entre elas, fez a loira começar viver as suas próprias experiências emocionais. Sete minutos no céu e o giro de uma garrafa, foi o que fez Bill Backster dar um beijo em Emma. O primeiro beijo dela. Para ela não foi nada interessante, e nem como todas as meninas sempre descreviam. E ela jurou que jamais iria repetir a dose.

Nesse período as coisas entre Emma e os pais se tornaram um caos, ela não queria ser o que eles desejavam. Ela só queria ser ela mesma. Em meio às turbulências, e em um consenso mútuo, a solução foi Emma passar um longo tempo com a sua tia Enola em Nose Hill. A cidade deixou de ser só um lugar de férias, Frank e Lucy Elliot se tornaram sua família e Nose Hill se tornou seu lar.

Regina foi a primeira a entrar em êxtase por saber que agora veria Emma todos os dias, e no fundo Emma também ficou. Todas as distâncias entre elas desapareceram, mas ainda havia algo estranho no ar.

Regina era estrela da escola balançando pompons nos jogos de basquete e Emma só queria jogar basquete e passar despercebida. Mas ela tinha mudado, e os olhares voltados para a loira passaram a ser frequentes. Emma ignorou todos os garotos, mas as garotas eram diferentes. A verdade era que fazia algum tempo que ela vinha notando isso, mas nunca teve coragem de tomar iniciativa. Até Maxine Vermond aparecer. A garota de cabelos roxos e jaqueta de couro tinha atitude, e não fez a menor questão de esconder que estava interessada em Emma. Um dia sem mais nem menos no vestiário, Max simplesmente a beijou, e para Emma tudo fez sentido. Swan tinha quinze anos quando teve total certeza de que gostava de garotas. Demorou um mês até que Emma contasse a Regina, mas nada entre elas mudou. Elas se ajustaram bem e viveram a melhor época juntas, mas ainda havia Max Vermond.

Emma passava muito tempo com ela, e isso significava se dividir entre a namorada e a melhor amiga, algo que passou a incomodar Regina mais do que a morena queria admitir. Ela dizia ser só preocupação e nada além disso, e Emma achava uma explicação plausível.

Em um ano as coisas esfriam e Maxine se foi, Emma entendeu que estar com qualquer garota a fazia se sentir bem e inflava o seu ego, mas ninguém a fazia se sentir como Regina Mills. Segurar a mão de uma garota era incrível, mas era só quando Regina segurava a sua mão que Emma sentia borboletas no estômago.

Foi difícil e doloroso para Emma admitir que amava Regina desde sempre, mas a morena só a via como melhor amiga. Nessa época Elise Mills tomou um lugar maior nos dias de Emma, ela era um escape e era para onde a loira corria sempre que precisava desabafar sobre o que sentia por Regina. Foi numa das muitas conversas com Elise, que Emma decidiu enterrar no fundo do seu coração o que sentia por Regina. O título de melhor amiga era seguro, elas estariam sempre uma na vida da outra e não haveria medos ou mágoas.

O tempo seguiu seu curso, e quando elas menos pensaram, o fim do ensino médio aconteceu e a faculdade não era só mais planos distantes. No primeiro ano elas conseguiram cursar faculdade no mesmo campus, até uma oportunidade única acontecer para Emma.

- Você precisa ir para tão longe Swan? - Regina perguntou a amiga, querendo ter certeza da decisão de Emma. A loira tinha ganhado uma oportunidade em Toronto, a sua única chance de se tornar bombeira.

E também a chance de tentar tocar sua vida longe de Regina, doía deixar tudo o que conhecia para trás. Regina tinha alguém e estava vivendo a sua vida, Emma também estava disposta a fazer o mesmo e seguir em frente. Ela precisava, pois sabia que Regina Mills jamais a amaria como ela a amava. Ela sempre seria a sua melhor amiga, mas nada além disso. Então não havia razão para ficar, ela precisava ir.

- Sim, Mills. Eu já te disse: é a minha chance. E lembre-se que você disse que me apoiaria. - Emma respondeu usando seus melhores argumentos. Era verdade, Regina tinha a incentivando, mas não achava que Emma teria que se mudar para tão longe e por tanto tempo. Talvez fosse egoísmo, mas a morena jamais admitiria que não queria que sua melhor amiga partisse.

A gama de sentimentos que a invadiu quando Emma lhe contou que iria embora, virou Regina do avesso, a deixou desesperada, confusa e com medo. Talvez estivesse começando a ver as coisas de outra forma, mas ela nunca conseguiu dizer o que realmente estava sentindo.

- Promete que vai voltar. - A morena pediu.

- É claro que eu vou voltar Mills. De alguma forma, eu sempre volto para você. - Emma garantiu.

Abraços apertados, beijos sobre a testa e promessas feitas que logo seriam quebradas.

Foi numa sexta feira à tarde, que Emma se despediu de todos aqueles que chamava de família e deixou a cidade. A vida tomou rumos desconhecidos. O futuro se tornou um borrão. E com o tempo, Regina percebeu o quanto sentia falta do seu porto seguro. O único lugar no mundo que se sentia em paz... No abraço de Emma Swan.

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N/A: Votos e comentários são bem vindos e motivam a autora a voltar mais rápido, então me contem o que acham desse prólogo. Volto ainda essa semana.

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