06| Você não chamará o meu nome?

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"Nós nos encontramos, eu te ajudei a sair de um lugar destruído, você me deu conforto, mas me apaixonar por você foi meu erro

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"Nós nos encontramos, eu te ajudei a sair de um lugar destruído, você me deu conforto, mas me apaixonar por você foi meu erro."

Charles acordou minutos depois da namorada sair.

Era rotineiro que saísse para correr ou trabalhar, Angele não dormia, seu sono era péssimo e várias vezes foi aconselhada pelo piloto a procurar um médico psiquiatra. Quando estavam juntos em Madrid era ainda mais comum que ela levantasse da cama para correr nos quarteirões ao redor de seu prédio, em Mônaco o mesmo, porém, Maranello não fazia sentido. Ela não conhecia a cidade, não que houvesse como alguém se perder ali, não tinha, contudo, Charles ficou pensativo.

Tentou manter seus olhos abertos para esperá-la, só que o dia na fábrica fora tão cansativo que não aguentou, adormeceu mais uma vez. Ocasionalmente acordava por não sentir o corpo dela perto do seu, as horas foram passando, entre um cochilo e outro, as dúvidas voltaram a atormentá-lo pouco a pouco. Como poderia um amor tão bonito ir findando uma situação tão dolorosa para todos os lados, Charles se culpava por isso, ele poderia ter se esforçado mais, tentado ser um namorado melhor ou um parceiro mais fiel.

Angele errou em trair, ele sabia disso, mas também se culpava. Ela nunca foi a verdadeira prioridade, grande parte dos momentos eles viviam realidades separadas e não poderia culpá-la por um erro conjunto. Só queria entender o porquê de todas as questões não sumirem de sua mente, mesmo com a confissão dela, algo ainda parecia oculto, a cena da garagem, por exemplo, morava livremente em sua cabeça. Carlos, com seus braços apoiados de maneira confortável na cintura da advogada, despertou um sentimento que Charles nunca sentiu antes.

O ciúme.

Ele nunca foi assim, ela não dava motivos, mas sempre foi um cara confiante o bastante para não imaginar sua garota nos braços de outro. Os últimos dias foram confusos, Leclerc tentou buscar respostas, procurou uma terapeuta em Madrid que atendesse casais, chegou a marcar um horário, usaria seu espanhol ruim que aprendeu com o parceiro de equipe e a namorada, tudo para reconstruir o que foi abalado.

Angele falava um francês perfeito que aprendeu justamente para conversarem, ele nunca fez tal esforço para o espanhol, mais um ato falho. Charles precisava corrigir certos erros, ser um namorado melhor ocupava o topo da lista de prioridades, a amava muito para perdê-la tão fácil, era chato para o moreno pensar em seus descuidos, tornava-se ainda pior pensar que era o único reconsiderando as coisas. Angele em momento algum disse que iria mudar, só parecia arrependida, mas arrependimento sem mudança não significa nada.

Pensando nisso, ele perdeu o sono, às seis da manhã marcaram o relógio, junto do sol nascente e nada de sua namorada aparecer. A preocupação tomou conta de seu corpo, mas precisou fazer uma conta básica para pensar onde Angele estaria, a resposta não foi a mais agradável do mundo. Ela nunca teve muitas amigas, estava sempre com Ana Sainz, em todos os lugares possíveis, até separadas, as duas conversavam o tempo todo pelo telefone e isso gerou uma aproximação entre outro membro da família Sainz. Carlos. Sempre por perto, sempre disponível, sempre amigo.

After Hours| Sainz & Leclerc.Onde histórias criam vida. Descubra agora