Nothing Is Real

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Depois de pegar no sono sorrindo, acordei após do horário de almoço, algo muito estranho pra mim, não estava acostumada a acordar tão tarde.

As janelas ainda estavam fechadas até Valeria entrar. Como ela sabia que eu acordei?

- Bom dia, senhorita! - Ela falou alegremente - Pronta pra ir embora?

- Bom dia! - Sorri - Estou, estou bastante ansiosa também, John já está aqui?

- Não - Ela pegou a bandeja que estava ali desde ontem - Mas logo ele está aí, fique tranquila - Piscou para mim.

- É - Ri nervosamente fitando meus pés cobertos pelo lençol.

E se ele esqueceu? Sei lá, eu sei que ele veio me visitar ontem e tudo mais, mas, e se ele foi ensaiar ou saiu pra beber e esqueceu?, pensei.

- Anna - Valeria me chamou atraindo a atenção para ela - Ele não vai esquecer, fique tranquila.

Arregalei meus olhos encarando-a. Qual é a dessa enfermeira?!

- O-Ok - Assenti lentamente e ela riu.

- Nos vemos mais tarde - Sorriu e saiu.

Estou começando a ficar com medo.

Estava sem fome então passei a tarde inteira cochilando e encarando meus pés e a janela.
15:40, Resolvi me vestir em caso de ele aparecer e sentei na cama já pronta, aguardando.

16:00, 17:00, 18:00, 19:00.

20:00!...

- Droga - Resmunguei.

- Oi - Valeria entrou indo direto para janela fechá-la.

- Ele não veio... - Suspirei.

- Quem disse que não? - Ela riu e encarou a porta.

- Com licença? - Nesse momento John abriu a porta vestindo um terno, ele estava tão maravilhoso, estava perfeito.

Sempre que o via de roupas de couro era tudo, mas John vestindo terno era mais que tudo, eu fiquei hipnotizada. E quando vi, Valeria já não estava mais no quarto.

- Oi! - Sorri.

- Achou que eu não viesse mais? - Riu.

- Sinceramente? - Me levantei indo até ele - Achei.

- Pensei nisso o dia todo - Ele abriu aquele sorriso maravilhoso e acariciou meu rosto - Podemos ir?

Olhei para os lados vendo se não esqueci nada.

- Vamos - Ele pegou minha mão, saímos do quarto e caminhamos pelo corredor a caminho da porta.

Procurei Valeria enquanto caminhava e nem sinal dela. Gostaria muito de agradecê-la, mas não consegui nem mesmo me despedir e isso me entristeceu um pouco, eu queria tanto agradece-la por tudo que fez por mim.

Enfim saímos do hospital e eu pude respirar aquele ar maravilhoso da rua, o céu já escuro, a rua cheia de jovens, tudo do que senti falta.

Caminhamos lentamente até chegar no pequeno edifício onde era o apartamento de Ringo.

- Você e Pete estão de mal? - Perguntei enquanto subíamos a escada até o quarto andar.

- Não - John respondeu rapidamente.

Notei que talvez ele não estivesse muito afim de conversar, então continuamos em silêncio até chegar a porta de Ringo.

John abriu a porta sem bater - e estava aberta, por estranho que pareça -, tudo se encontrava apagado até John ao meu lado acender a luz.

She's Leaving Home ~ John LennonOnde histórias criam vida. Descubra agora