Capítulo Três

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Ao contrário do que Akaashi pensou, eles não começaram diretamente na pintura. Eles começaram com uma sessão de fotos. Kiyoomi queria descobrir todas partes do corpo de Akaashi. Coisas como; seus melhores ângulos, onde a luz batia melhor, as poses que mais valorizavam seu corpo.

Foi extremamente desconcertante ficar nú na frente de Kiyoomi, porém ele não fez piadas ou focou demais em algum ponto. Havia sempre um roupão pronto para ser vestido durante as pausas. O olhar de Kiyoomi era profissional de uma maneira que, apesar da vergonha, não fazia Akaashi ficar desconfortável. Ele também falava bastante, dava instruções precisas e sempre se assegurava de que Akaashi estava bem.

Ele oferecia doces e pão de mel de brigadeiro para Akaashi durante as pausas.

Embora tentasse evitar, Akaashi estava caindo cada vez mais fundo. O que era para ser um amor unilateral e escondido estava ficando cada vez mais difícil de conter. Estava lhe deixando ganancioso.

Kiyoomi dizia coisas muito ambíguas. Coisas que poderiam ser interpretadas como flertes. Mas flertes lhe dariam esperança. E esperança machucava.

E quanto a Shoyo? Ele havia criado um grupo com Kiyoomi e Akaashi, por algum motivo do além. Porém não houveram muitas conversas. Era apenas Shoyo sendo unilatel e mandando fotos de flores e jardins. Akaashi salvou todas em sua galeria.

Como Shoyo se sentiria a respeito dos possíveis "flertes"? Isso podia ser considerado uma traição, não? Exceto que talvez eles tivessem descoberto sobre a paixão de Akaashi. E então eles estavam brincando com ele. Mas... Eles não seriam tão cruéis. Seriam?

— Vamos fazer uma pausa — declarou Kiyoomi. Ele olhou algo em seu celular. — Shoyo está perguntando se você prefere frango ou peixe.

— Hã?

— Para o jantar. Uma dica, ele gosta de fazer o oposto do que a gente diz, então diga ao contrário do que você quer. Então... Frango ou peixe?

— Frango.

Kiyoomi digitou a resposta e um segundo depois levantou um olhar sorridente para Akaashi.

— Ele disse que vai fazer peixe.

Akaashi não resistiu a um risinho.

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Os braços de Shoyo estavam cheios de sacolas. Algumas portavam flores que roubou da estufa quando seu professor não estava olhando, outras eram aquilo que viria a ser seu jantar.

Estava animado com a perspectiva de poder cozinhar para Akaashi. Já amava cozinhar para Kiyoomi. Particularmente, adorava a forma como ele pausava o que quer que estivesse fazendo para comer com calma qualquer comida preparada por Shoyo, mesmo que fosse um simples sanduíche.

Era uma prova de amor.

E pensar que agora cozinharia não apenas para Kiyoomi, mas também para Akaashi... Era um sonho virando realidade.

As mãos de Shoyo estavam ocupadas trançando algumas rosas, já limpas de seus espinhos, em uma coroa de flores. Já havia uma repousando em sua cabeça, que iria para a cabeça de Kiyoomi. Com alguma dificuldade conseguiu abrir a porta e entrar em casa. Sua sala de estar estava uma bagunça, porém o que lhe fez estagnar não foi isso.

Foi a visão de Akaashi. Deitado em um divã preto. Seus olhos estavam fechados, seu rosto estava sereno, seu peito se movia lentamente. Ele estava adormecido.

— Essa foi a pose que decidimos.

Kiyoomi estava sentado em um banco rotatório, seu caderno pendendo frouxamente em seu colo, um lápis quase escorregando de seus dedos. Ele lançou um breve olhar para Shoyo, que dizia o quanto ele próprio estava encantado.

O Sol, A Lua E As Estrelas Que Akaashi Queria Beijar (OmiAkaHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora