Crónicas de Pepper, Os Defensores do Multiverso.

Presságio

–Então… Você veio de outra realidade, outra criação mas que também foi criada por Karma e Karajá? –M'boi pergunta e Zonlui concorda com a cabeça, comendo um pedaço de pão conforme dá umas goladas na xícara de café. 

–Pelo o que parece, sim. Ela me respondeu e explicou que cai aqui após passar pelas fendas, na teoria sou sua irmã. –A explicação deixa o Zar ainda mais confuso. Yellow, sentado do lado na cama, desistiu de entender a tempos e somente fuça a bússola universal. Tobias e Alucard ouvem tudo quietos, já tendo checado a situação da jovem e Bleeim não sabe o que pensar. É similar a um multiverso, porém é maior do que isso. –Aqui ele, ele chama Luizon né?

–Nem me lembre desse desgraçado. –Gabriele grunhe e a surpresa domina todos ali. Ninguém havia notado a presença da vampira. –Pelo visto, temos problemas.

–Como assim? –Pergunto ao virar o corpo, M'boi vê sua mulher suspirar e ajeitar o cabelo marrom atrás das orelhas, pensando na melhor forma de falar.

–Se uma Luizon passou, nada impede de uma Táu passar. –A afirmação faz eles trocarem olhares, nada contentes. Bleeim e Yellow ficam boiando, não entendendo nada junto a Yumi, apenas ouvindo tudo.

–Mas ela é mó gente fina! –Zonlui protesta. Tobias arqueia as sobrancelhas e Alucard coça a cabeça. –Minha mãe não causa problemas a tempos!

–As vezes esqueço que os sexos trocaram. –O general murmura e trava, pensa um pouco e todos o encaram, pensando no mesmo que ele. –Esperai, impressão minha…

–Ou todos da realidade dela tem o gênero invertido? –Alucard e M'boi questionam, olhando para Zonlui em seguida.

–Olha, tu parece muito com minha irmã. Tanto a energia quanto a paleta de cores. –Ela exclama apontando para o Zar, ficando vermelho ao se imaginar como seria sua versão feminina. –Aquela mulher, parece muito com o marido dela, dele, dela! Ah, também conheço o vampiro de lá! Mas, prefiro sua versão mulher.

Alucard estreita os olhos e Gabriele gargalha. M'boi cobre a boca com a mão enquanto os defensores trocam olhares, imaginando-o como uma mulher.

–De todo jeito, você veio por uma fenda. –O Imortal fala, mudando o assunto já vermelho. –Não sabemos o que elas são e nem como aparecem. Minha única teoria é dela ter sido criada por alguma luta ou algo assim.

–Que espécie de luta criaria algo que enfraqueceria as barreiras entre as criações? –Bleeim pergunta e M'boi treme.

–Uma luta contra o Colosso. –As palavras ecoam no local. Yellow, o ruivo e Yumi não entendem e Tobias dá um passo para frente.

–Isso deve ter alguma coisa haver com os fragmentos. –Ele calmamente fala, esperando todos olharem na sua direção conforme o nome do maior perigo da existência ressoa nas paredes. –Conseguimos reunir o máximo deles e, eu garanto vocês, um único daquele consegue abrir facil uma fenda entre dimensões.

–Na verdade –Yellow começa a falar e troca olhares com Zonlui, já entendendo o recado. –Um deles fez bem mais que isso.

Silêncio. Eles claramente aguardam uma explicação e o elemental trava.

–Achamos um dos fragmentos, ele conseguiu virar o Táu daqui e na luta contra ele acabei desse jeito. –A jovem dispara, tomando a explicação e Alucard arregala os olhos, não acreditando naquilo. –O, o Tupã daqui apareceu junto da Sem, do Sem, e fui nocauteada no fogo cruzado. O assustador é saber que um pedaço tão pequeno da alma do… Do Niatit da Destruição conseguiu atingir aquele nível de poder.

–Ele havia falado algo sobre já ter ultrapassado seu limite de energia anterior. –Yellow complementa, lembrando da criatura escura. 

–Então é pior do que esperava. –Alucard murmura, mordendo o próprio dedo. 

–Você não estava reunindo esses pedaços, irmão? –Gabriele questiona e os outros são tomados pela descrença. 

–Exatamente por isso é um problema. –Ele confirma, suando frio. –Se um, quando liberto, conseguiu retornar a força do original. Imagina só os outros pedaços reunidos? Todos estão inativos, mas… Céus, não quero nem pensar caso eles sejam ativados.

–Então estamos na mira dos outros Niatits? –M'boi questiona. –Segundo Zonlui, o próprio Tupã foi lá. Pro cara aparecer e dar as caras, a coisa foi séria. Tudo isso por um pedaço que tomou consciência própria. Imagina só quando ele souber…

–O que deveríamos fazer? –Gabriele questiona, cortando a fala do Zar. Todos já entenderam isso.

–Devemos libertar a sabedoria. –Uma nova voz surge e todos olham na direção dela. A imagem de um enorme homem está escorada na parede, com as mãos nos bolsos e olhos pretos focados em Alucard, totalmente sério. –Os Titans não vão nos ajudar. Assim que um deles pisar em qualquer lugar, outro Niatit ou Calamidade vai ir fazer bagunça em outro local e vão isolar cada um. Ou eles agem juntos, ou não agem.

–Você está certo, Fen. –O vampiro diz, olhando para Bleeim. –Certo, que tal montarmos o palco para sua batalha? 

–Como é? –Yellow e Yumi questionam, olhando para o ruivo. O líder dos defensores fica sério, pensando um pouco sobre os olhares dos outros e concorda.

–Quando quiser. –O elemental encara a mulher, também incredula e Zonlui fica sem entender nada. Gabriele, M'boi e o chamado Fen ficam claramente agitados. –O que eu preciso fazer?

–Descer o cacete nele. –O Imortal responde sorrindo. –O resto deixe conosco. Bem, os outros defensores vão ter que ficar para ajudar a proteger os cristais. Os reforços já se acomodaram?

–Sim. Apenas, Evan e Spokina foram passear. –M'boi fala. –O oasis é bem próximo, devem conseguir retornar caso algo aconteça. Acho dificil de sermos atacados agora, principalmente com nossos movimentos, porém caso ocorra.

–Deixe eles. –Bleeim fala, uma estranha sensação domina todos ali e, olhando para o homem, entendem o motivo disso. –Se qualquer ameaça surgir, eu mesmo vou resolver.

Silêncio. Ninguém ousa duvidar da capacidade dele de fazer isso. Apesar de que, eles conhecem o quão monstruoso Caio é e temem pelo resultado da batalha. 

–Então… aos preparativos.