Capítulo VIII - Descortês.

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Londres, 1222

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Londres, 1222.

Jungkook nunca se sentira tão chateado em toda a vida.

Não era ele o noivo ali? Entretanto, todos os homens presentes pareciam embasbacados pelo Lord Seokjin de Pontypoole, incluindo seu omma e seu noivo. Bem poderia estar em outro país, considerando a atenção que dispensavam à beldade durante a ceia. Correu o olhar pelo salão, ao longo dos ricos tapetes que balançavam levemente no ar quente, por sobre os rostos que brilhavam como estátuas de bronze à luz dourada dos archotes e velas. Sobre as toalhas brancas reluziam taças de prata e travessas de madeira polida. Aromas deliciosos desprendiam-se dos pratos condimentados que chegavam sem parar em meio ao burburinho e às risadas. Apesar do barulho, os menestréis com seus instrumentos seguiam apresentando sua arte.

Se ao menos pudesse deixar a mesa principal e juntar-se aos homens do castelo de Namjoon. Entre eles, ficaria bem mais à vontade do que exilado ao lado do próprio noivo, como estava. Como iria se sentir no dia seguinte, quando seu omma houvesse partido? Ele não participaria da festa. Concordara em chegar a Ravensloft um dia antes sob tal condição, pois não gostava de passar mais de um dia fora de seu castelo. Arrancou uma perna do pato assado e devorou-a, empurrando-a goela abaixo com a ajuda do vinho. Mais uma vez, o punho da manga resvalou na travessa, ganhando mais uma mancha de gordura. Pensou em limpar a sujeira com o guardanapo de linho, mas ficou com dó de sacrificar um artigo tão fino. Que importância tinha sua aparência? Ninguém ligava.

Dali a dois dias, quando estivesse casado, iria se vestir como bem quisesse. Se o casamento acontecesse.

Enquanto mastigava um naco de pão branco, olhou de soslaio para Seokjin. Nunca se sentira tão inadequado como agora, diante dele. Além de não se vestir como o primo de Jimin, e de não se comportar como ele, também não comia como o ômega e Jimin. Eles só beliscavam os alimentos, como se comer fosse muito menos importante do que exercitar-se em conversas educadas e perspicazes. Sentia-se completamente deslocado, ainda que Jimin lhe dedicasse um sorriso charmoso de vez em quando, ao qual deveria corresponder, se conseguisse pensar em algo brilhante para dizer.

Uma contagiante risada masculina chamou a atenção para o trio a sua esquerda.

— Se faz questão, senhor Namjoon — dizia Seokjin, divertido. — Mas tenho certeza de que os homens de meu primo podem cuidar dos seus cavalos.

Namjoon possuía a costumeira carranca.

— De qualquer forma, tenho por hábito verificar se os animais foram devidamente alimentados e acomodados para a noite.

De fato, mesmo tratando-se da menor tarefa, Namjoon não confiava cegamente em ninguém, a não ser em seus filhos.

— Se me der licença, volto num minuto — declarou Namjoon, já de pé, curvando-se para o outro ômega.

No meio do salão, chamou dois de seus homens com um sinal de cabeça e retiraram-se.

— Nossa, ele tem presença, não? — elogiou Seokjin, inclinado para Jimin. — Poderoso.

O Esposo do Guerreiro • Jjk + Pjm [ABΩ]Onde histórias criam vida. Descubra agora