Capítulo 25

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Lucy estava tão diferente que eu mal a reconhecia. Ela parecia bem fisicamente, mais estranha. O seu olhar pra mim não avia nem um sinal de sentimento algum. Ela não me amava mais, disso eu tinha certeza. Se ao menos ela se virasse para me ver, eu poderia ter uma esperança, quem sabe uma luz no fim do túnel. Quando Lucy e Enzo sumiu de vista senti a dor da perda, tinha perdido o amor da minha vida. Quando dei por mim estava chorando em silêncio. O que mais eu poderia fazer agora? A não ser cuidar da minha filha e seguir com a minha carreira. Limpei as lágrimas do meu rosto e sai do aeroporto. Fui direto para o hotel pegar a Bela. Eu tinha que sair da casa da minha mãe. Depois que peguei a Bela no hotel fomos ver algumas casas que estavam a venda. Bela gostou de uma casa que ficava na beira do lago. Eu não sei por que mais no momento em que eu olhei para o lago dei conta de tudo que tinha acontecido esse mês.O olhar da Lucy largou do meu. Bela então me trouse de volta puxando a minha mão.
- Papai a gente pode morar aqui?
- Claro querida!
- A mamãe também vem morar aqui?
- Não sei querida. Falei para o corretor que iria ficar com a casa e depois fomos ao parque. Bela era uma menina educada e diferente da mãe. Pra falar a verdade ela se parecia mais comigo. Bela logo fez amizade com um grupo de crianças que brincavam perto do escorrega. Mais uma menina parecia ter gostado mais dela e a puxou para brincar.
- Aquela é sua filha? - Perguntou alguém ao se aproximar.
- Sim. - Disse olhando para o lado.
Ao olhar para o lado me deparei com uma moça que aparentava ter uns 25 anos. Tinha olhos castanhos e cabelo enrolado.
- Parece que a minha filha gostou dela. Qual é o nome dela?
- Bela. Qual é o nome da sua?
- Emily. Ela não é de gostar de uma pessoa logo de cara. Sua filha é linda!
- É sim. - Disse olhando Bela brincar.
- Você não quer sentar? Tem um banco logo ali, da pra ver elas de lá.
- Não obrigado. Não quero mais perder ninguém de vista.
- Você não vai perde-la, eu lhe garanto.
Então olhei para a mulher e balancei a cabeça fazendo um sinal positivo. Caminhamos até o banco e sentamos. Ficamos um minuto em silêncio, até ela se apresentar.
- Me chamo Carly. - Disse ela me comprimentando.
- Me chamo Clark Walker.
- O pintor de Nova York!?
- Isso mesmo.
- Meu ex marido comprou um quadro seu a um tempo atrás. Ele tinha bom gosto.
- Parece que sim. - Disse rindo.
Carly então olhou no relógio e fez uma cara de preocupação.
- Emily!? Temos que ir querida.- Disse ao se levantar.
Emily e Bela caminharam até a gente.
- A gente mal chegou?
- Eu sei querida, mais estamos atrasadas. Você quer uma festa, não quer? Então, temos que arrumar tudo. - Ta bom. A Bela pode ir na minha festa?
- Claro. Eu vou te dar o meu cartão, nele tem o meu endereço. A festa começa seis horas.
- Ta bom.
- Tchau Bela! - Disse Emily abraçando Bela.
- Até mais tarde! - Disse Bela.
Assim que elas sairam Bela se virou para mim.
- Papai a gente pode comprar um presente pra Emily?
- Claro querida. Vamos no shopping escolher um presente pra sua nova amiga. - Disse pegando Bela no colo.
Depois que passamos no shopping fomos direto para o hotel. Ao chegar lá a enfermeira que cuidava da Julie veio correndo na nossa direção.
- Fiquei horas esperando o senhor chegar. A Julie foi direto para o hospital mais próximo daqui.
- Por que você não me ligou?
- Eu não achei o seu número.
- Vamos para o hospital!
Pegamos um táxi e fomos para o hospital. Chegando lá pedi para que a enfermeira fica-se com a Bela e fui procurar saber da Julie. Logo um médico apareceu e me chamou.
- Senhor Walker?
- Sou eu mesmo.
- A Julie está muito fraca e precisa ir para sala de cirurgia agora.
- Mais não é ariscado?
- Se a gente não fazer essa cirurgia aí sim ela pode morrer. Vou leva-la pra mesa de cirurgia.
Ficamos horas e horas esperando. Bela toda hora perguntava pela mãe.
- Eu já disse querida. A sua mãe está ocupada, cansada. Não sei se podemos ir vê-la hoje.
- Então por que não vamos para o aniversário da Emily ? Já deve ter começado.
- Porque não podemos sair daqui agora. Se a gente não conseguir chegar a tempo podemos dar o presente dela amanhã, o que acha?
- Tudo bem. - Disse Bela abaixando a cabeça.
As horas foram passando e o doutor não aparecia. Quando deu umas nove e meia ele apareceu, com uma expressão nada boa.
- Como foi lá!? Ela ta bem?- Perguntei ao me aproximar.
- Infelizmente Julie não resistiu a cirurgia. Eu sinto muito senhor Walker.
Parecia mentira. Eu não estava acreditando que a Julie tinha morido. Como eu iria contar isso para Bela. Ao olhar para ela meu coração se partiu ao meio. Lágrimas rolavam pelo meu rosto sem eu ter controle algum. Caminhei até Bela e a abracei forte.
- Por que ta chorando papai?
- A sua mãe ta morando no céu agora.
- Como você me disse ? Que quando as pessoas morrem vão para o céu e viram uma estrelinha?
- Isso mesmo querida.
- Então a mamãe morreu?
- Infelizmente sim.
- Eu nunca mais vou ver a mamãe?
- Só quando você virar uma estrelinha também.
- Mais eu quero ver ela agora! - Disse Bela começando a chorar.
- Eu sinto muito querida. - Disse abraçando-a.
Bela não parava de chorar. Eu não sabia o que fazer. Assinei os papéis que tinha que assinar e fiquei consolando Bela até finalmente ela pegar no sono. Depois fomos para o hotel. Chegando no hotel a enfermeira começou a colocar as coisas da Julie em caixas. Pedi para que ela doace tudo dela. Peguei as roupas da Bela e coloquei em uma mala grande que estava de baixo da cama. Ao olhar para escrivaninha vi um porta jóias. Peguei o porta jóias e coloquei dentro da mala. Peguei também fotos que tinha delas duas juntas e coloquei na mala. Depois que cuidamos de tudo peguei a Bela e coloquei ela no carro. Paguei a enfermeira e fomos para casa da minha mãe. Chegando lá coloquei a Bela na cama e contei tudo que tinha acontecido para a minha mãe. A fixa ainda não tinha caído. Peguei o celular da Julie e vi a lista de contatos. Finalmente achei o número dos pais da Julie. Peguei o telefone de casa e liguei para eles. Logo a mãe da Julie atendeu.
- Alô?
- Senhora Pazzi? Aqui é o Clark Walker.
- O que você que?
- Eu liguei para informar que a Julie morreu essa noite.
Nem um som saia do telefone.
- Ainda está aí senhora Pazzi?
- Sim. Eu estou indo para Nova York imediatamente.
- OK. Quando chegar liga para esse número por favor.
- OK.
Desliguei o telefone e fui deitar.

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