02 | Estamos aqui pelo mesmo motivo

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Eu estava estático. Minho me olhava de uma forma tentadora, e eu não sabia como responder àquilo.

Ele ficou me encarando por longos minutos: sua respiração perto da minha, seu cabelo cor de mel caindo em seus olhos, sua boca entreaberta: Deus, o que Minho tinha de irritância, tinha de beleza.

Engoli em seco e o empurrei para trás.

— O que foi, Jisung? Você não quer?

Rolei os olhos e o deixei sozinho. Tentei andar sem tropeçar pela biblioteca; meu coração faltava sair pela boca.

Assim que virei o corredor, comecei a apertar o passo, e trombei com quem eu menos queria.

— Jisung, os anos passam e você continua nanico — quando não é um demônio, é o outro. Felix.

— Melhor ser baixinho que um bicho-pau.

Felix riu soprado, e eu aproveitei a deixa para sair correndo dali. Deus, onde estava Hyunjin? Me ajude, nunca te pedi nada.

Continuei a correr até encontrar o cosplay de urso-negro asiático e o chutei assim que me aproximei.

— Ji, isso doeu — ele murmurou — está assim porque não foi convidado?

— Quê? — em uma das mãos de Hyunjin, tinha um pequeno pedaço de papel. O puxei de seus dedos e encarei aquela caligrafia horrorosa — não me diga que você está cogitando a possibilidade de ir nessa festa.

— Ah, Ji! Vai ser legal — Hyunjin disse empolgado. Revirei os olhos — você pode ir de penetra, que tal?

— E por quê eu iria nisso?

— Minho vai.

— É lógico que ele vai. Está escrito aí que a festa é na casa dele e... — Hyunjin me lançou um olhar malicioso e eu bati em seu braço — o que está tentando insinuar?

— Eu? Nada.

Suspirei profundamente.

— Você vai me irritar pra caralho se eu continuar dizendo "não", não vai? — indaguei, massageando as têmporas.

— Claro. Nós temos que ir — ele sorriu.

— Inferno — murmurei — passe lá em casa quando estiver próximo do horário, então.

Hyunjin me abraçou e eu quase perdi a vida quando ele me soltou: eu quase parei no final do corredor.

Sério, ele não sabe controlar a força.

[...]

— Festa? — minha mãe indagou.

— Infelizmente.

— Use camisinha — ela deu um sorriso travesso e eu encostei a cabeça contra a bancada. O que eu fiz para merecer isso?

Ouvi a campainha soar e fui até a entrada: Hyun estava parecendo um ser humano normal trajado daquela forma. Estava bonito.

— Vamos, Ji? — ele perguntou e eu assenti.

Hora de aturar gente bêbada e me esconder de um mosquito que transmite uma doença contagiosa: Minretardadismo.

Nós andamos até a casa de Minho, e quando ouvi a música alta, quis sair correndo. Odeio lugares barulhentos. Respirei fundo e acompanhei Hyun até dentro da casa.

Como ele é do time de basquete, se enturmou facilmente com os colegas. E eu, me sentei em algo que parecia um bar.

Não pedi nada para beber, mas fiquei observando o movimento das pessoas: tantas.

— Olha só quem temos aqui — droga. Minho sorriu e se aproximou da onde eu estava sentado — pensei que não viria.

— Essa era minha intenção.

— Ah, Jisung — Minho colocou um copo de cerveja na minha frente e eu arqueei uma das sobrancelhas — vamos transar.

— Q-Quê?

— Estamos nessa festa pelo mesmo motivo — ele molhou os lábios. Deus, que pedaço de mal caminho. Controle-se Jisung — e você sabe mais que ninguém que eu quero te foder.

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Han Jisung, The Virgin | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora