07 | Holofotes e garota de programa

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Eu tentei não me importar com os múltiplos olhares que recebi assim que Minho me deixou na sala e saiu com Changbin e Felix ao seu lado.

Respirei fundo e apertei a alça da mochila. Andei com passos rápidos e desesperados até meu lugar de sempre: o fundo, no canto. Me sentei e encostei a cabeça contra a mesa, que estava tão fria quanto o vento lá fora. Contorci os lábios.

O que eu inventei de fazer?

Por quê eu fui dizer aquilo?

Não posso negar, foi uma primeira vez e tanto, porém não posso me desvencilhar tão fácil de Minho agora. Eu ainda quero que ele me toque, quero ouvir seus gemidos roucos e quero sentir sua língua contra a minha.

Esperei que passasse pelo menos meia hora da aula de história para que eu me levantasse e fosse ao banheiro. Os corredores pareciam mais largos, ou talvez fosse minha visão brincando comigo, já que eu não comi nada antes de sair da casa de Minho; ele podia dopar a comida e me entregar.

Eu não vou negar que Minho é um gostoso do caralho, mas eu não sinto nada por ele. Foi só uma transa. E eu espero que aconteça mais vezes.

Empurrei a porta do banheiro e andei até os espelhos: lavei o rosto com água gelada e olhei para o vidro. Minha cabeça doía. Geralmente, quando eu ficava muito tempo sem comer, minha cabeça doía por uma semana, e nenhum remédio a ajudava a melhorar. Eu não estava com saco para aguentar isso, justo em semana de aulas importantes.

A porta foi aberta novamente e dela surgiu um Minho indeciso entre sorrir e controlar a surpresa.

— Vai matar aula também? — ele indagou. Neguei com a cabeça e ele encolheu os ombros. Depois, se aproximou de mim e tocou minha cintura — mate aula comigo — ele sussurrou em meu ouvido e apertou seus dedos contra o tecido da blusa. Engoli em seco e respirei fundo. A cada respirada, minha cabeça parecia doer mais, e acho que Minho notou isso já que tocou minha testa e eu imediatamente fechei meus olhos — Jisung? — ele indagou suavemente, sem o jeito cafajeste ou safado. Deixou sua mão ali, e por mais incrível que pareça, seu toque me fez esquecer da dor — quer ir para a enfermaria?

Assenti com medo de a dor voltar e logo senti o corpo quente de Minho: ele me pegou em seu colo e depositou um beijo em minha testa, antes de sairmos do banheiro e eu fechei os olhos, me aconchegando em seu peito.

[...]

Abri lentamente os olhos ao sentir uma respiração quente mexendo meus fios.

Era Minho.

Sua mão direita estava em volta de minha cintura e eu estava deitado sobre seu braço esquerdo, enquanto ele me encarava com um sorriso fofo nos lábios. Algo fofo em Minho significa que ele quer algo em troca.

— Está melhor? — ele indagou.

— Um pouco — disse sincero. A dor maior havia passado, mas mesmo assim era difícil manter os olhos abertos.

— Você precisa comer — murmurou.

— Estou bem — respondi e ele apertou sua mão contra minha cintura e me encarou.

— Você anda com a gente agora, talvez pensem que eu te mandei parar de comer — Minho disse e eu ri soprado — sua saúde é importante, princesa.

Assenti apenas para acabar com aquele assunto e fechei os olhos novamente. Me aproximei um pouco do corpo de Minho, que me ajeitou em seus braços e pousou seu queixo sobre minha cabeça.

— Me deixe dormir mais um pouco — pedi.

— Quando o sinal da última aula bater, eu o acordo — ele disse.

— Obrigado — murmurei antes de regular minha respiração.

— Eu não disse como vou te acordar — abri os olhos e o encarei incrédulo. Minho riu — vou te acordar com beijos, Jisung.

Contorci os lábios e mandei meu coração parar de bater rápido.

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Han Jisung, The Virgin | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora