|Toji Fushiguro

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[Alerta gatilho]: menção de assassinato e assédio.

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Toji Fushiguro adentra a sala escura que fica silenciosa com a sua chegada. Os homens mais importantes do clã Zenin estão reunidos para discutirem os próximos passos da família mais prestigiada do Japão. E Toji é um membro extremamente importante, sendo o que mais causa alvoroço por conta de sua posição e força bruta.

Ele anda tranquilo com as suas mãos nos bolsos da calça larga, a blusa preta padrão e colada marca todo o seu corpo definido que desperta interesse em qualquer pessoa por causa da sua aparência atrativa. Ele rodopia ao redor da mesa até sentar o mais afastado possível do chefe principal, aparentemente, odeia essas reuniões mas adora a atenção que ganha dos outros.

—Atrasado, Toji.— o chefe se pronuncia naquele silêncio que se instalou na sala.

—Apenas uma entrada dramática.— diz Toji sorrindo de lado para o velho que está no início da enorme mesa central.

—Senhor Toji.— um sussurro manso faz Fushiguro erguer o rosto e avistar uma mulher franzina e com uma postura submissa bem ao seu lado, os braços cobertos por uma manga extensa estão equilibrando uma bandeja com recipiente nele —Sua bebida.

—Ponha aqui.— ele aponta e se inclina para tentar ver o rosto que está abaixado, desconfiado, enquanto a serva põe delicadamente a bebida em sua frente
—Quem é essa?

—Apenas uma puta qualquer.— Naoya Zenin abana as mãos para que a serva saia e ela o obedece. No entanto, o Fushiguro, sentado e distante de todos, prossegue não satisfeito com a resposta vazia.

—Não sabia que o clã agora se rebaixou a pedofilia.— as mãos marcadas por cicatrizes são cruzadas acima da cabeça de Toji, a risada de divertimento ecoando para todos —O que fazem com uma criança aqui?

—Essa puta é tudo menos criança, Fushiguro.— o herdeiro do clã Zenin, Naoya, se exibe igual ao Toji, tentando imitá-lo de forma tosca.

A reunião segue sem mais interrupções e se estende por toda a noite. Os corredores largos e com aberturas para o lado de fora estão repletos de Zenin's que caminham em burburinhos pela mansão típica japonesa, entre eles, Toji Fushiguro revira os olhos para cada palavra que dizem.

Perambulando como uma sombra ao redor dos outros, o homem os ultrapassa e segue o seu caminho sem qualquer impedimento ou bajulação.

Ele insiste as mãos em seus bolsos, tornou-se uma mania irritante até mesmo para si; entediado com a vista contínua, Toji Fushiguro tem a sua visão periférica preenchida por uma silhueta pequena e curvada igual a que viu no início da reunião no meio da sombra turva do quase amanhecer.

Ele muda o seu caminho para a figura feminina e a segue sem rumo algum, curioso com a misteriosa serva do clã Zenin. Entretanto, algo estranho acontece, ela endireita a postura crescendo uns dez centímetros a mais do que imaginava que teria e, pelos ombros, o encara com os seus olhos cinzas intensos, quase opacos na profundidade acinzentada.

O Fushiguro estanca no lugar, geralmente as pessoas não notam a sua presença por sabê-lo esconder muito bem, apenas uma pessoa, até agora, conseguiu enxergá-lo sem qualquer dificuldade há muito tempo atrás.

—Senhor Zenin.— ela se vira e curvar-se imediatamente, sem dar tempo de ele ver o rosto dela, de fato.

O matador de feiticeiros sente a pitada de ironia no sobrenome citado que não pertence mais a ele e permanece calado analisando a serva de olhos opacos que tem quase certeza que já viu em algum lugar.

EUDAIMONIA, Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora