|Kento Nanami

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Kento Nanami não queria estar naquele ambiente enfeitado por luzes vermelhas e intensas que bate em seu rosto como se fossem sangue.

As pessoas dançam colados uns aos outros, as mulheres se esfregam nos homens que as agarram sem pudor algum.

Nanami faz uma careta e procura por Gojo, mas, sem sucesso, ele provavelmente já deve estar enfiado nas pernas de alguma mulher.

O homem loiro engole de uma vez o líquido azul que desce queimando em sua garganta, ele geralmente curte algo amargo com um bom pão doce, no entanto, no momento, as bebidas ruins são a sua única opção de tentar esfriar a cabeça.

Mas isso é quase impossível com a música alta da boate que toca alguma música americana que cita sexo, drogas e álcool.

Tão típico daquela indústria.

Kento sente-se deslocado por estar em um lugar que odeia e por ter que esperar a boa vontade de seu companheiro de trabalho, Satoru Gojo, aparecer, já que ele tem as chaves do seu carro.

Ele vira mais uma bebida e a luz vermelha volta a focar em seu rosto, seus cabelos loiros se destacam na penumbra e o maxilar definido fica sombrio a cada movimento seu.

Mais pessoas se beijam a sua frente e ele se pergunta como conseguem fazer isso em público e com completos desconhecidos.

O mundo já não é mais o mesmo ou ele é apenas apegado demais à sua época e esquece que os tempos são diferentes, com ideologias, músicas e até seres humanos diferentes um dos outros. Mas, ranzinza como é, prefere botar a culpa nos jovens por serem tão vulgares e fugaz com suas vidas empáticas.

—Uau, você é tão bonito! Não combina em nada com esse lugar ridículo.

Mesmo com o som alto, Nanami consegue captar a voz feminina ao seu lado e pende seu rosto para ela, notando uma figura minimamente agachada com um vestido extremamente curto e que marca por demais o corpo dela.

Ele desvia o olhar, fingindo que não a escutou.

—Está tudo bem, eu não mordo.— ela se apoia na parede em que o loiro está encostado, distante, e parece querer ajeitar o seu sapato —Que porcaria de salto, mil vezes tênis a isso!

—Tudo bem com você?— pergunta por casualidade, torcendo que a mulher não o tenha escutado.

No entanto, para a sua infelicidade, ela o escutou e muito bem.

—Sim, quer dizer, não muito.— a mulher, ainda curvada, consegue desamarrar os fios do seu salto tirando-os em uma ação só —Que alívio. Eu sou a [S/n], qual o seu nome, senhor?

[S/n] se ergue por inteira e direciona o seu rosto para Nanami, o que foi um erro.

Um terrível erro.

Kento se vê admirando o rosto meio arredondado com uma franja cobrindo toda a sua testa. Mesmo estando quase escuro, ele percebe o quão bonita a mulher é.

—Senhor? Aconteceu algo?

Senhor. Uma jovem o estava lhe chamando de senhor.

—Kento Nanami.— depois de um tempo informa o seu nome, ríspido, indicando que não quer manter uma conversa.

—Ah, nome legal.— a jovem fala entre dentes e Kento percebe que ela notou o desgosto dele em estar conversando com alguém  —Bem, até mais, Kento Nanami.

Ele gostou da forma que ela pronunciou o seu nome e se sente muito mal por isso, pois, pela estatura dela, ainda deve ser uma adolescente.

—O que você faz aqui?— Nanami se pega puxando conversa e se arrepende profundamente quando ver os olhos dela brilhando para ele, sedenta por uma conversa.

EUDAIMONIA, Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora