|Yuta Okkotsu

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A intenção dessa história é ser um tanto bizarra e inquietante, por isso pode haver um certo incômodo.

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Desde o momento em que ele entrou pela porta da sala soube que não era um bom presságio, uma brisa fria e orgulhosa se perpetuou pelo cômodo repleto de alunos ansiosos para conhecerem o novo indivíduo que estudaria História, conosco.

Os sapatos brilhosos foram os primeiros a passarem a porta, depois todo o seu corpo se fez presente. Altos suspiros de aprovação e excitação foram emitidos pelas garotas e, a contra gosto, tive que assistir a apresentação simples e carismática do jovem transferido de outra unidade.

Mas, logo atrás de Yuta Okkotsu, está aquela coisa imensa, feia e protetora. O ser estranho se agarra a ele com possessividade, grunhi e geme para cada mulher que o olha com segundas intenções. Paralisei, todos os alunos se levantaram para fazer uma breve reverência mas não tive a coragem, meus pés nem se moveram por minhas pernas estarem bambas de medo.

Aquele sorriso bonito e convidativo deixa a situação mais aterrorizante e tudo pirora quando a sua cadeira é indicada para ser a minha frente. Os passos calmos do transferido até mim parecem ser uma longa tortura e, em um cumprimento educado, ele se dirige a mim que me limito a responder um baixo "oi", fraco, gago e manso, sem coragem alguma de olhá-lo em seus olhos.

Péssimo erro.

Aquela coisa monstruosa gruda em mim em um grito, meu estado de choque pareceu ser visível por sentir o sangue ir embora de minha face, no entanto, não queria que ele soubesse que avisto essas coisas, nunca quis e nem quero uma maldição ao meu redor. Os dedos enrugados tocam o meu cabelo, como se desaprovasse, e seguro fortemente a cadeira abaixo de mim, sentindo meu sangue parar de correr e minhas mãos ficarem frias ao esboçar um mínimo sorriso na falha tentativa de mostrar que não tem uma maldição de mais de dois metros me tocando.

"Rika", escuto-o chamar a criatura pelo nome e minha respiração volta a circular por meu corpo quando a vejo desaparecer do meu lado e ficar diante dele, a espera de algo. O susto foi inevitável e, se antes não me mantinha focada nas anotações, agora que não consigo mesmo, com os meus olhos analisando cada aspecto surreal dessa situação estranha e macabra de se assistir.

A aula se passa e o prodígio Yuta mostra o motivo de ter sido aceito em uma universidade melhor e de seu patamar, ele é, de fato, quase um gênio, sabendo responder perguntas que os professores demorariam dias para formularem.

Ele é peculiar e suspeito demais, mas as pessoas e até mesmo os professores não notaram nada de anormal no novato inteligente que conquistou a todos em apenas uma aula de apresentação, então, dicido por manter distância dele e da namoradinha encapetada, por proteção.

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A vida de uma universitária não é fácil, as vezes você tem que se locomover do seu conforto para outro lugar, apenas para tentar ter uma vida melhor e financeiramente aceitável. Mas isso custa, as realizações são demoradas e, a cada delonga, sinto a frustração e a ansiedade me tomarem por inteira em um infortúnio nada bem vindo.

A tela em minha frente brilha intensa demais para os meus olhos que já estão secos, meus dedos estão doloridos de tanto escrever e apagar um único parágrafo, sem ideia do que realmente resumir sobre "Sociologia e Comunidade". É algo extremamente simples, mas meus devaneios não deixam a concentração chegar até mim por livre e espontânea vontade, tenho que me forçar ao extremo para sair desse ponto e nunca consigo.

EUDAIMONIA, Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora