|Suguru Geto

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—Mais uma tequila pura, por favor.— com a voz grogue e alterada, a mulher sentada no banquete do bar vira o copo de vidro e pequeno de uma vez em sua boca, jogando todo o conteúdo alcoólico que desce queimando por sua garganta.

Ela põe o objeto com força no balcão ao lado de outros copos que perdeu a conta de quantos já bebeu. Sua cabeça gira em um lembrete de que sua cota para beber está para acabar.

—Que puta dor de cabeça.— grunhe e abaixa a cabeça em seus braços no balcão —Deve ser o chifre pesando na minha cabeça. Desgraçado, odeio aquele filho da puta bonito.

—Noite difícil?— alguém pergunta, distante, mas [S/n] não levanta o rosto para saber quem é, talvez seja algum barman com pena dela.

—Nem tão difícil assim.— responde fungando —Esperava algo do tipo há muito tempo.

—Então por que persistiu?— a fala mansa e direta, bem ao seu lado, faz a mulher quase bêbada erguer o tronco e encarar o homem que pede duas bebidas para o barman.

—O infeliz é bonito, gostoso e me prometia o céu e inferno. Cai em sua conversa fiada e desperdicei dois anos da minha vida em um relacionamento em que só eu tentava fazer dar certo.— desabafa para o estranho sem se importar.

[S/n] fica um tanto impressionada ao admirá-lo amplamente, os cabelos que parece serem longos está amarrado em um coque mal feito deixando alguns fios em seu rosto, além de estar vestido com trajes pretos que o vestem tão bem. No entanto, algo lhe chama a atenção imediatamente; uma de suas mãos está na coxa e ela pode apreciar as veias ali saltadas.

Por um instante a mulher suspira alto e agradece pela bebida, preferindo se conter ao expor mais do que já fez para o completo desconhecido.

—Homens de verdade são difíceis de serem encontrados.— o desconhecido faz uma pausa antes de prosseguir
—Quem trai não passa de um moleque, sinto muito por isso, você merece mais do que meias palavras.

—Ah, que é isso.— a mulher faz um aceno com a mão e nega várias vezes com a cabeça —Eu já esperava que iria ganhar esse enorme chifre que está pesando até no meu cérebro agora. Satoru Gojo é lindo demais para apenas uma mulher, ter todas as pessoas a sua disposição causa isso; tem uma gama de opções e eu era apenas uma entre várias.

Os dedos finos dela rodeiam uma rachadura no balcão e ela se martiriza por ter falado mais do que deveria, novamente. Dá de ombros, o início de uma superação é entrar no primeiro bar que ver e conversar com estranhos sobre sua vida amorosa tão desastrada.

—Satoru Gojo?— pergunta para, logo em seguida, rir —Você não está me reconhecendo, [S/n]?

Ao ter seu nome citado, ela se sobressalta no seu assento e volta a encará-lo novamente. Sua visão turva se foca no homem mais uma vez e, como em um estalo, a imagem a sua frente é reconhecida. Os olhos dela se abrem em surpresa para, em seguida, murcharem em desânimo.

—Ah, Geto. O amigo dele.— com a voz quase abafada, [S/n] reprime qualquer ofensa para o seu ex-namorado
—Veio aqui me pedir para voltar com ele? Que ele está sofrendo e que vai mudar como sempre me diz?

Os ombros dela caem e um arrepio sobe por sua coluna, a ação não passa despercebida por Geto que se compadece cada vez mais com todo o ocorrido.

—Eu não-

—Geto.— em um impulso ela se levanta descendo do assento, pega sua bolsa e joga todo o dinheiro que tem no balcão
—Eu não me importo para o que você veio, não quero falar sobre ele e também não irei voltar. Isso nunca. Muito obrigada pela bebida e até mais.

EUDAIMONIA, Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora