Capítulo 5 - Roxenne Cher Wolf

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Aviso de Conteúdo Sensível (TW - Trigger Warning): Este capítulo contém representações explícitas e gráficas de violência (física e psicológica), abuso sexual contra crianças, trauma, e canibalismo. Por favor, esteja ciente desses temas antes de prosseguir. Se você estiver desconfortável com esses tópicos ou precisar de apoio emocional, recomendamos que evite a leitura deste capítulo. Caso precise de assistência, entre em contato com organizações locais de apoio a vítimas ou linhas de ajuda para abuso infantil. 


Havia uma sala, essa sala possuía um colchão, paredes acolchoadas e correntes de metais no fundo da parede. Sou empurrada, meu corpo era pequeno, eu ainda usava minhas roupas de ballet, colã preto, meio calça rosa, um tutu da mesma cor e sapatilhas sem ponta de um rosa claro, encardidos e desgastados. Meus cabelos presos em um coque agora bagunçados, grampos de cabelos soltos, puxando fios de meu cabelo. 

Nessa sala havia um homem, alto, gordo, cabelos finos que em uma tentativa falha cobriam a calvície no topo de sua cabeça, ele vestia uma farda, marrom claro a parte de cima, a parte de baixo era marrom escuro, quase preto, tênis desgastado e imundos de terra, havia uma espécie de cinto ao redor de seu quadril largo, uma arma e cacetete presos ao seu corpo, uma plaquinha prateada escrita em letras garrafais grandes, Hughes.

Meus olhos ardiam, lágrimas quentes rolando pela lateral de meu rosto, meu corpo tremia pelo terror, vozes na minha cabeça, várias vozes, eu queria meus pais, onde estavam meus pais?

Sou empurrada no colchão, minha barriga joelhos e cotovelos batem com força na superfície, descubro ser dura, o homem sobe em cima de mim, o hálito amargo fazendo meu corpo se arrepiar de uma forma nada boa, sua língua quente e áspera desliza pelo meu pescoço até minha bochecha, sinto algo duro cutucando minhas pernas. 

Empurro tento me virar e sair dali. Mas sou fraca, meu corpo é pequeno e delicado, meu corpo de 9 anos mal possuía curvas, era limpo e liso, bronzeado pela quantidade de vezes que eu passava com minha família no parque nos finais de semana.

Escuto o tecido da meia calça rasgar, as sapatilhas tiradas do meu pé, jogadas em um canto do quarto, mãos ásperas passeando pelas minhas costas, descendo até minha bunda e apertando a carne com força, sinto nojo, animais gritavam em minha cabeça.

Mate-o!

Era o que diziam, eu queria, pela primeira vez eu não me importaria em ver o lado animal prevalecer e matar alguém, por mais que mesmo sendo tão nova soubesse que assassinato era algo errado, mas tocar em alguém tão nova também era.  

*

Havia esse quarto em que eu estava, as paredes eram feitas de madeira, assim como todo o resto da propriedade do sítio, era diferente. No quarto havia uma grande cama, uma cama de verdade, com travesseiros grandes, uma coberta grassa e cheirava a maçã, havia um armário, feito de madeira escura, e possuía algumas roupas, e outros lençóis, um banheiro grande e uma tv. Uma tv grande não aquela que tinha em meu antigo quarto, era fina e a tela era escura que eu podia ver eu reflexo.

Esse quarto era meu? Era bonito, era silencioso era... estranho... sinto olhos em minhas costas, analisando cada movimento que eu fazia, os animais dentro de mim estavam calmos, eu deveria estar calma também?

Eu deveria estar aqui?

Meus pés descalços encontram algo macio, um tapete peludo branco que cobria a grande divisão entre a came e a tv que era presa a parede.

-Você gostou? - Aleksander pergunta, ainda perto da porta.

Seu cabelo ruivo estava bagunçado, como se tivesse acabado de se levantar, ele tinha sardas pelo rosto e um sorriso largo nos lábios rosados.

Almas Entrelaçadas - Um Romance de Harem Reverso - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora