[Em andamento]
Choi Soobin se encontra cursando seu último ano do ensino médio. Um nerd de humanas muito desastrado e que odeia matemática, encontra-se em uma fase complicada de sua vida. Como um bom cineasta e que consome todo tipo de mídia, se co...
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Choi Soobin 03 de março de 2024
— Me espera, por favor!
Eu só podia ter cometido algum crime horrível na minha vida passada. Eu gritava, enquanto corria com todas as minhas forças, ainda assim, o motorista não fazia nem menção de que iria parar. Garotos e garotas de minha turma se juntaram no banco traseiro do transporte público somente para apontar suas câmeras para o meu desastre. Eles riam, cochichavam e me olhavam com o nariz franzido. Mesmo suando, eu consegui alcançar o ônibus e pude assistir às expressões deles mudando gradualmente. Mais burburinhos, pessoas com olhos arregalados e outras rindo mais ainda. Dei vários tapas na lataria, esperando que assim fosse ter alguma piedade comigo, mas só o que recebi foi um motor sendo acelerado jogando aquela fumaça poluente na minha cara. Se aquilo não era carma de vidas passadas, eu sinceramente já não sabia como um ser humano poderia ser tão azarado quanto eu.
Tirei meu celular do bolso de trás de minha calça, completamente amarrotada e desajeitada, exatamente igual a todo resto do meu uniforme. Ao ligar a tela, vendo o horário, pude constatar com total certeza o que já estava óbvio. Quem era o imbecil que conseguia se atrasar para o seu primeiro dia de aula no terceiro ano? Você até pode dizer que sou eu, que fui deixado para trás pelo único ônibus que eu deveria pegar, porém, ao olhar para dentro de minha bolsa, o sorriso que surgiu em meu rosto podia lhe provar o contrário.
Olhei para todos os lados antes de entrar em um beco escuro e sem movimentação, só para ter certeza de não havia nenhuma alma viva por perto. Eu poderia parecer um garoto normal do ensino médio prestes a se formar como os outros, mas há algo enorme que nos difere. Tirei o traje azul de minha bolsa, tentando me vestir rapidamente, me mascarando e tornando-me o herói dessa cidade.
Por onde começar? Muito bem, eu sou Choi Soobin. Eu fui picado por uma aranha radioativa e ao longo de dois anos eu venho sendo o primeiro e único: Homem-Aranha!
Até poderia parecer a premissa de um dia desastroso, mas graças a meu segredo, nem tanto. Afinal de contas, quando você pode se locomover pulando de prédio em prédio, é difícil que você se atrase. Sai daquele beco em poucos segundos assim que lancei minha primeira teia. Chegaria a Seul High School em poucos minutos, disso eu tinha certeza.
Pode parecer estranho, um mero estudante como eu, na realidade ser um grande herói, mas, para mim, é maravilhoso. A sensação de estar livre no ar me deixava nas nuvens. Eu preferi adotar aquilo de maneira cômica ao invés de trágica, me intitulando a Hannah Montana, versão coreana, afinal, ambos levamos uma vida dupla. A única diferença é que ao invés de ser um pop star super famoso eu sou um super-herói, e eu até prefiro assim. Ver as pessoas na rua encantadas me vendo passar por cima delas, enquanto se perguntavam se era realmente eu, trazia um sentimento bom, elas confiavam em mim para protegê-las. Todos gostam do Homem-Aranha.
Não demorei muito para alcançar o ônibus pulando em cima de seu capô. Ouvi várias vozes confusas se perguntando o que era aquilo ou o que estava acontecendo. Com um sorriso atrás da máscara, vir-me-ei de ponta cabeça na janela do motorista, só para dizer:
