[Em andamento]
Choi Soobin se encontra cursando seu último ano do ensino médio. Um nerd de humanas muito desastrado e que odeia matemática, encontra-se em uma fase complicada de sua vida. Como um bom cineasta e que consome todo tipo de mídia, se co...
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Choi Soobin 25 de março de 2024
- Mas isso é uma completa mentira! - gritei, não conseguindo esconder a óbvia indignação em minha voz.
Oddie, deitado em meu colo, há pouco recebia carinho em suas costas, tendo um grande prazer proporcionado pelas minhas atitudes carinhosas, o coitado acabou saltando junto comigo quando me sobressaltei, assustado. Os fones de fio remendados deslizaram sobre meus ouvidos quando me pus de pé em um movimento brusco (que por sorte, meu amiguinho foi mais rápido ao saltar para cama antes que houvesse uma queda pior), meus olhos estavam arregalados e eu estava estupefato com o que eu podia ver na tela do meu celular.
"Aranha é pego em flagrante!", essa era a maldita manchete que circulava em todos os veículos de notícias nacionais, dimensões maiores eu já nem conseguia saber a proporção. Só podia mordiscar os lábios ao analisar as imagens vazadas na internet, o protagonista daquela gravura era o dono dos fios ruivos como brasa junto a sua capa de teias, ambos em movimento, enquanto ele fugia da delegacia. A situação não era nada favorável devido às circunstâncias, teorias não faltavam, afinal, era um suposto herói com objetivos até então desconhecidos na cena do crime de um vilão tão misterioso quanto ele. Porém, o que enchia meu peito com a sensação de querer esmagar meu aparelho era ver aqueles jornalistas oportunistas encherem a boca para falar do que nem sabiam. O cenário não colabora em nada, eu entendo porque a população está tão amedrontada, mas aquele vídeo não passava disso: coincidências infelizes. O segundo Aranha só estava no local errado, na hora errada, não era motivo para tamanho alarde.
Embora só eu soubesse disso, era impossivel esconder minhas frustrações ao ver as pessoas dizerem que o segundo Homem-Aranha era aliado do estranho Duende-Verde, já que, só eu sabia o que de fato acontecia naquelas imagens, afinal, eu estava bem ao lado dele no momento. Mas, como as pessoas poderiam saber disso se eu estava invisível? Aparentemente, meu maldito azar estava começando a contaminar as pessoas ao meu redor.
Eu só pude bufar, baguncei os fios de meu cabelo, jogando a caneta antes presa a minha orelha no chão, lugar em que ela pôde se juntar ao amontoado de papéis e livros que virei a noite revisando. Maldita hora que fui fazer uma pausa, aquilo só serviu para me estressar com aquelas notícias cada vez mais mentirosas que a mídia pelo visto não cansa de espalhar.
Pensei que jogar uma água no corpo para esfriar a cabeça seria a opção mais sensata, já que banhos são sempre a melhor parte do dia e senti-la bater sobre minhas costas relaxava meus músculos de formas indescritíveis.
Quando já estava em baixo do chuveiro, joguei o cabelo com o meu rosto para trás, fechando meus olhos para aproveitar melhor aquele momento em que a água corrente me atingia em cheio e a temperatura elevada inebriava meus sentidos.
Aquilo era tão injusto!
Não que eu me importasse com aquele Aranha, só de ter esse pensamento eu sentia meu sangue subir para minhas bochechas, eu teria o mesmo sentimento se fosse com qualquer outro. A questão em si não era quem, mas o que aquelas ações provocavam. Inclinando meu pescoço para baixo, abri os olhos mais uma vez, encarando um ponto fixo que ia muito além do box daquele chuveiro. Com todo meu cerne, desde os meus olhos agora frios e opacos, até o último fio de cabelo em meu corpo, você pode ter a certeza de que eu odeio injustiças.
