Capítulo 1 - Areias misteriosas

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**GLOSSÁRIO**

Amira - princesa, em árabe.

Amir - príncipe em árabe

Eazizi - querida, em árabe.

Baba - papai, em árabe

Bei - príncipe soberanos vassalos do sultão otomano, em turco

Sahm Alsahra' - literalmente, flecha do deserto, em árabe.

Vizir - governador ou ministro nomeado por soberano de um reino muçulmano.

Califa - líder religioso da comunidade islâmica.

Habib - significa "amado" ou "querido"


ATO I

Em algum lugar do deserto da Arábia

O vento forte castigava o deserto, todos permaneciam com os rostos cobertos e os cavalos estavam amedrontados. Aladdin e seus comparsas caminhavam sendo guiados apenas pelo escaravelho dourado que voava pelo deserto indicando o caminho. Quando o escaravelho parou no ar e caiu no chão perdendo o brilho, a caravana parou.

— É aqui? — Abul perguntou olhando para os lados.

— É o que o escaravelho diz. — Aladdin respondeu saltando do cavalo.

— Mas não tem nada aqui! — Iago, um dos homens respondeu irritado. — Isso é ridículo! Viajamos por noites inteiras para nada!

Iago mal terminou de falar quando o chão começou a tremer, um buraco se formou na areia e do meio dela uma caverna no formato da cabeça de um tigre com os olhos flamejantes se ergueu, deixando todos maravilhados! Haviam encontrado a lendária Caverna dos Desejos.

— Quem vem perturbar meu sono? — A voz imponente perguntou em meio aos trovões.

— Sou eu, Aladdin. — O líder respondeu.

Os olhos fulgurantes voltaram para si analisando-o por um tempo.

— Hm, prossiga. Mas lembre-se: não toque em nada além do que realmente veio buscar.

A boca do tigre se abriu dando acesso ao interior da caverna que brilhava como o sol tamanha a quantidade de ouro e preciosidades naquele lugar.

Aladdin olhou para trás vendo seus homens encararem a caverna com temor, e sendo o único permitido a entrar, caminhou por entre o ouro a procura do artefato. Caminhou por um tempo cada vez mais para o interior da caverna, até que avistou uma grande escadaria de pedras onde, no topo, uma lâmpada brilhava entre a escuridão. Ele subiu até parar a frente do objeto, pegando-o com cuidado.

— É só isso? — Perguntou descrente jogando o objeto para cima. — Essa lâmpada não é nada demais.

Ao tentar pegar a lâmpada, essa escorregou de sua mão e estava prestes a cair nas pedras. Seu contrato dizia que o objeto deveria ser entregue íntegro ou então não veria sua recompensa. Por isso, saltou em direção à lâmpada e após dar uma cambalhota no ar, caiu, sentindo a dor nas costelas. Abraçou o artefato e escorregou pelas pedras abaixo até chegar ao final da escadaria. Após recuperar o fôlego, olhou para o objeto com atenção e passou a mão para tirar o excesso de areia a fim de verificar sua integridade.

A lâmpada tremulou em sua mão tornando-se mais brilhante e então saltou, ficando suspensa no ar. Uma grande fumaça anil saiu da ponta e então uma presença gigantesca se manifestou na caverna.

— Mas o que é isso? — Aladdin perguntou assustado.

O ser de aspecto humano flutuava no ar, da cintura para cima, tinha a aparência de homem robusto de pele azulada, cabeça raspada com um pequeno rabo de cavalo no alto da cabeça. Mas após o grande cinturão dourado, não havia nada além de uma fumaça azul-acinzentada.

A flecha do desertoOnde histórias criam vida. Descubra agora