Capítulo 3 - Um mercenário real

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ATO II

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Uma grande comitiva se aproximava da capital, camelos e cavalos atravessavam as areias do deserto trazendo presentes, bagagem e vários servos. Afinal, aquela não era uma caravana de comerciantes, e sim a caravana de um certo príncipe otomano. À frente da liderança do líder tribal oguz Ottman I, o pequeno principado crescia com grande velocidade pela Anatólia e Síria, e já havia se aproximado da Arábia.

Felizmente, mantinha boas relações com Agrabah, e por isso estava mandando como representante, um dos filhos de seu conselheiro. O bei em questão era Omar, filho de Salomon, que veio especialmente representar seu irmão como candidato a noivo da princesa de Agrabah.

Entretanto, ele não estava entre os membros da comitiva, mas sim, cavalgando com pressa pelas areias para o ponto de encontro acordado com seu contratante. Por que, o bei que já está em Agrabah não possui apenas o sangue da nobreza, mas também alguns talentos especiais.

E, enquanto observava pelo alto de uma duna o casarão no meio do deserto bem longe de onde a caravana otomana estava, Omar tocou o anel com a gema lilás em seu indicador. Vestido com roupas gastas e simples, viu como mágica si a barba espessa desaparecer de seu rosto até que apenas um grosso bigode e seu tom de pele adquirir uma coloração mais bronzeada. Um artífice mágico como este sendo altamente necessário para nobre que também é um mercenário. Ainda mais sendo ele o líder deles.

— Está atrasado. — Ele ouviu assim que entrou no escritório acompanhado de Abul, um de seus companheiros. Um homem alto de vestes escuras estava de costas para a porta, avistando a cidade pela janela.

— Peço desculpas. — Pediu sem verdade alguma em sua voz.

O homem alto virou-se de frente para o mercenário e caminhou parando na frente da mesa dando a possibilidade do ladrão observar tanto o rosto coberto pelo tecido preto como o cajado dourado em forma de serpente que trazia em uma das mãos.

— Belos rubis. São autênticos?

— Desculpas aceitas, Aladdin, líder mercenário. — Desconversou com a voz grave, mas estranhamente calma. — Conseguiu pegar o artefato?

Aladdin alargou o sorriso e cruzou os braços assumindo uma postura despreocupada.

— Obviamente, meu senhor. Mas saiba que custou muito caro para mim.

— Tudo o que é valioso custa. — O contratante respondeu simplista fazendo Aladdin franzir o cenho.

— Eram os meus homens que estavam lá. — Retrucou e o homem alto sorriu curto.

— Está falando dos mesmos que o traíram por causa de um pouco de ouro? — Alfinetou. — A vida deles já não valia muita coisa desde o início. Um preço irrisório a se pagar pelo real valor do artefato.

Irrisório?

Aladdin não gostou nenhum pouco desse homem estranho.

— Onde está o motivo de eu ter o contratado? — Ele perguntou impaciente.

Aladdin fez um sinal com a mão e então Abul se aproximou com uma caixa mediana de madeira e a colocou em cima da mesa.

Os olhos do homem alto duplicaram de tamanho ansiosos, ele encostou o cajado na mesa e mexeu as mãos inquieto saboreando lentamente a excitação que preenchia seu corpo ao imaginar tudo o que finalmente poderia fazer. O que merecia fazer.

Ergueu a tampa da caixa e retirou o fino tecido que cobria a lâmpada. Aladdin olhou para o artefato se sentindo inquieto, algo dentro de si dizia que aquela não era uma boa ideia.

A flecha do desertoOnde histórias criam vida. Descubra agora