Já passava da hora do almoço quando Jasmine terminou de se arrumar após um banho demorado. Após a insistência de Samia, havia cochilado um pouco pela manhã, tentando esquecer toda aquela confusão.
— Amira? — Ela ouviu batidas suaves na porta. — O sultão deseja vê-la.
Jasmine caminhou tranquilamente até o escritório de seu pai, encontrando-o cabisbaixo olhando pela janela.
— Me chamou, baba?
Ele olhou para a filha, sentindo os olhos marejarem, mas engoliu em seco, sorrindo.
— Sim, eazizi. Gostaria de almoçar comigo?
— Claro que sim, baba.
A refeição seguia silenciosa, os pratos eram leves e foram preparados com cuidado para a recuperação da saúde dos dois.
— Eu queria me desculpar. — O sultão começou. — Não. Eu devo me desculpar.
— Baba, não foi sua culpa. Não podíamos imaginar que há anos estava sendo hipnotizado pelo Ja'Far.
— Não, isso não é completamente verdade. — Ele retrucou — Minha teimosia com as tradições fez com que Ja'Far encontrasse uma brecha para me manipular. Eu também fui muito ingênuo em acreditar em tudo o que ele dizia. Me perdoe, eazizi.
Jasmine soltou os talheres e envolveu a mão do pai.
— Baba, está tudo bem. Eu te amo, você é minha única família. É claro que eu perdoo você.
O sultão fungou limpando o rosto com o guardanapo e então se ajeitou na cadeira.
— Tomei uma decisão. — Disse sério. — Você não precisa mais selecionar um candidato a casamento agora. Me reuni com os conselheiros e foi decidido por unanimidade que você realizará a cerimônia de coroação do sultanato sem a necessidade de estar casada. Ainda precisará se casar para consolidar seu reinado, mas está livre para escolher você mesma e no tempo que precisar. Eu já não concordo com esses termos, mas o avanço é feito em pequenos passos. É tudo o que posso fazer por você agora, minha filha.
Jasmine saltou em direção ao pai e o abraçou forte.
— Obrigada, baba. Te amo muito.
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— Posso entrar? — Jasmine olhou para a porta encontrando Faruk com um pequeno curativo na bochecha e Amin com a cabeça enfaixada.— Entrem! — Ela pediu se levantando enquanto acariciava a cabeça de Rajah.
— Parece estar bem, amira. — O futuro Califa falou gentil e ela sorriu. — Fico feliz por isso.
— Eu também, Faruk. — A princesa observou o cajado de serpente nas mãos do amigo. — O que irá fazer com isso? — Perguntou curiosa.
— O levarei para o salão de tesouros do Templo. Não podemos permitir que isso caia em mãos erradas.
— E você, Amin? Está quieto demais — Ela brincou com o comandante que sorriu nervoso.
— Não é nada demais, amira. Eu gostaria apenas de sua benção. — Jasmine arqueou as sobrancelhas e sorriu sugestiva.
— É o que estou pensando?
— Sim, pedi a Samia em casamento.
Jasmine bateu palmas e sorriu animada.
— Finalmente! Já estava preocupada com a lerdeza de vocês. — Amin coçou a cabeça e sorriu envergonhado. — Serão muito felizes. Tem a minha benção.
— Obrigada, amira. — O comandante respirou fundo e olhou para a janela. — Acho que agora é, oficialmente, o fim de tudo. — Comentou chamando a atenção dos amigos. — As comitivas estão indo embora nesse momento.
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A flecha do deserto
Fantastik(+12)Jasmine é a princesa do reino de Agrabah. Filha única do sultão Murad, um homem bondoso porém fraco, vive sua vida pacata e cheia de regras no palácio. Porém, quando todos estão dormindo, ela é Sahm Alsahra', a flecha do deserto, uma ladra que...