Vidas

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Sanzu estacionou sua moto na calçada e caminhou até as escadas, a escadaria da qual ele tinha total conhecimento, ele já havia subido e descido muitas vezes aquelas escadas quando era o vice-comandante da quinta divisão da Toman.

Assim que subiu as escadas, encontrou Draken e Takemichi, Draken como sempre estava com o seu semblante posturado e Takemichi seguia o mesmo jeito, porém um pouco mais desleixado.

—Não adianta Takemichy. — Sanzu riu. —Eu consigo perceber que o seu jeito estabanado ainda não mudou nem um pouco.

—Você não deveria se dirigir a ele dessa forma, já que Takemichy é o capitão da primeira divisão. — disse Draken se aproximando mais um pouco. —E você não faz mais parte da Toman!

—Isso era para me assustar? — disse Sanzu erguendo uma sobrancelha. —Kenzinho, eu não ofendi ele, só disse que ele ainda continua com o mesmo jeito estabanado!

—Não ouse me chamar de Kenzinho! Isso é ridículo!

—Ops, eu me esqueci! — disse Haruchiyo rindo. —Só o Mikey pode te chamar assim não é mesmo?

Draken ficou sem palavras, pigarreou e fingiu uma tosse para disfarçar, Sanzu sorriu e disse:

—Não vim aqui para causar nenhuma afronta, vim por ordem do Mikey. — ele disse e entregou a maleta a Draken. —Os problemas financeiros da Toman estão resolvidos.

—Mikey não precisava se preocupar com isso.

—Você conhece o Sano. Ele vai sempre se preocupar com tudo e com todos. — disse Sanzu se virando de costas. —Mikey vai sempre se preocupar e cuidar de todos vocês da Toman.

Antes de Draken e Takemichi dizer algo, Sanzu desceu as escadas, e enquanto descia elas, tirou do bolso do seu blazer uma pílula de Ecstasy, e a ingeriu a seco, sem água.

Respirou fundo, e subiu em sua moto, com destino a uma boate que tinha ali perto, queria se distrair um pouco, a reunião da Bonten havia sido longa e cansativa.

╰────────╯<•>╰────────╯

S/N tinha realizado todas as sessões com os pacientes, e como estava com hora vaga, se dedicou para resolver seus negócios, algumas observações dos pacientes, próximas consultas, despesas com o consultório e outros.

No meio do seu trabalho, foi interrompida pelo seu celular que estava dentro de sua bolsa, ao olhar na tela, era a sua mãe.

—Oi mãe! Quanto tempo! Tudo bem?

—Oh meu Deus S/N! Eu sinto tanto a sua falta sabia? Quando você pretende vir ao Brasil para me fazer uma visita?

—No momento mãe só no final do ano. Eu estou com a agenda de atendimento cheia.

—Isso é ótimo! É sinal que o seu atendimento é muito bom.

—Deve ser. Como estão as coisas por aí no Brasil? Meu pai está bem? E a vizinhança?

—Está tudo do mesmo jeitinho sabe? Não mudou nada. Seu pai foi promovido no trabalho.

—Nossa que demais mãe! Eu estava torcendo muito para isso acontecer!

—Ele merece né? Bom, e como está as coisas por aí no Japão?

—Tudo certo. Abri um consultório novo, e estou recebendo muito mais pacientes.

—Você merece! Você estudou e batalhou tanto para estar onde está hoje S/N! Eu fico muito feliz. Más eu ficaria mais ainda se você me desse a honra de ter um genro.

—Ainda nessa história mãe?

—Você sempre me disse que queria um japonês. E aí têm japonês de sobra!

—Sim, más eu não encontrei uma pessoa especial sabe? Quando ele aparecer, eu prometo, vou levar ele ao Brasil.

—Acho bom S/N.

A ligação foi longa, más ao mesmo tempo ótima, afinal S/N e sua mãe se viam poucas vezes, apenas uma ou duas vezes ao ano, no natal e no aniversário da sua mãe.

Ambas tinham as vidas corridas, más a vida de S/N era uma verdadeira loucura, más era do jeito que ela sonhava, independência, liberdade, sucesso e morar no Japão, nunca se sentiu tão conquistada.

╰────────╯<•>╰────────╯

Sanzu estava sentado em uma mesa, um pouco mais afastada das demais, com assentos estofados e uma mesa de vidro com uma toalha de mesa rendada vermelha, e no centro dela, o símbolo da boate, um sapato de salto.

Sob a mesa, havia um copo de uísque, uma garrafa de Jack Daniel's e três pacotes vazios de narcóticos, Haruchiyo já sentia o seu mundo girar e sua visão ficar turva, más ele ainda continuava consciente e bem, pelo menos em sua percepção.

Sanzu foi interrompido quando sentiu um tapa no seu ombro e depois um tapa leve no rosto.

—Quem você pensa que é porra?! — disse Sanzu se virando de costas, e ao olhar sorriu.

Ali estava dois homens, um com o cabelo preso pós duas tranças e de semblante passivo e o outro loiro com mexas azuis e óculos redondo, Sanzu poderia estar entorpecido, más jamais iria deixar de reconhecer os irmãos Haitani.

—Como que você ainda está vivo? — disse Rindou. —Admiro o seu organismo, era para você estar debaixo da terra faz tempo seu drogadão.

—Vai pra porra Haitani! — disse Sanzu rindo. —Para de falar merda e bebe.

—Vou mesmo! Opa têm até Jack Daniel's!

—Rindou nunca vai mudar esse jeito dele, foi mal. — disse Ran.

—Eu já estou acostumado com isso. — disse Sanzu. —E aí, como estão as coisas?

Estão bem. Nada muito diferente vêm ocorrendo. Exceto o fato da Black Dragon ficar nos provocando de vez em quando, más está tudo "certo".

—Mikey sabe dessas provocações?

—Sabe, más ele prefere só agir violentamente caso aconteça coisas piores.

—Vindo daquele Taiju, não é de se assustar que poderá vir algo pior. Fica esperto, ele é imprevisível.

—Engraçado, você sempre sabe de tudo o que acontece nas gangues. — disse Rindou.

—Digamos que eu sou igual dinheiro, eu estou em todos os lugares. — disse Sanzu rindo e em seguida franziu cenho. —Ei, é o Hanma? — ele disse apontando para um homem alto que estava andando pela boate.

—É ele mesmo. — disse Ran. —Ei! Hanma!

Hanma franziu cenho e olhou em todas as direções procurando a voz de Ran, a boate estava lotada, más assim que ele os encontrou sorriu e foi até a mesa.

—Que coincidência. Os irmãos Haitani e o Sr. Ecstasy.

Vocês só sabem me zoar né? — disse Sanzu rindo. —Senta, vamos conversar.

O Paciente Da Bonten (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora