Capítulo 16

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Por Felipe

Sou bem tranquilo em relação a bebidas, não fico bêbado rápido, então desfruto dos micos das pessoas pra guardar de recordação.

Observo Analu e Manoela dançarem no meio do povo completamente desengonçadas, aprecio a cena dando um gole na minha bebida. As duas estão bem bêbadas e tenho certeza que não vão lembrar de nada depois.

Já passaram das 6h da manhã, dia está claro e a festa ainda rola. Música alta, bebidas que não acabam mais e muita gente. Eu tava dançando junto com elas, só que eu cansei e sentei na nossa mesa.

Observo quando Pedrinho chega e pega pela cintura da Manu e a gira, depois fala algo em seu ouvido. Ela vem em direção a mesa e ele vai perturbar a Analu, que está evitando ele a noite toda.

— Argh, cansei! — diz ofegante e isso arranca um sorriso minimalista meu.

— Tá sentindo alguma coisa? Coração acelerado? Alguma dor? — nega.

— Calma homem, relaxa. — nos encaramos por alguns instantes e ela volta a falar — Lembra quando eu "mijei " na sua cama? — faz aspas com a mão.

— Sim. Você ficou com muita vergonha. — ela assente.

— Sonhei com você e... — chega mais perto e eu repito sua ação — Você fuma maconha?! — indaga com certa indignação.

— Claro que não garota. Eu não fumo. — dou risada. — Por quê?

— No meu sonho você fumava maconha. — fica olhando pro nada. — E você também fazia umas coisas comigo...

Pera... O quê?!

— Que coisas, Manoela? — pergunto muito interessado.

— Umas coisas bem... — desvia seu olhar no exato momento em que Pedrinho se balança igual um doido na frente da Nalu e dá risada. — Olha aquilo!

Ela tá fazendo uma cara revoltada, mas a conheço e sei que está gostando. Ficou de cara emburrada a noite quase toda porque ele estava conversando com uma garota aí, quando ele vinha conversar com a gente ela virava a cara e tratava ele com ignorância.

Ela gosta dele. E pelo que eu tô percebendo, não é de agora.

Encaro a mulher sentada a minha frente mexendo no celular, quando percebe que estou olhando me encara também. Percebi seu olhar mais fechado, nem com cara de bêbada ela não consegue ficar feia.

— Estou com sono. — Manu diz com a voz arrastada. — vamos pra casa?

— Pra minha ou a sua? — pergunto.

— Sua cama é mais confortável que a minha. — ela dá um meio sorriso. — preciso relaxar.

— Então bora. — me levanto e ela faz o mesmo.

— Casal, já estamos indo. — ela fala pros dois. — Você vai ficar ou vai com a gente? — pergunta pra Ana Luísa.

— Vou ficar. — assenti.

Nos despedimos dos dois e pegamos um uber indo pra minha casa. Antes de entrarmos passo na padaria ao lado e compro pão.

Chegamos e encontramos minha mãe tomando café.

— Bom dia mãe. — beijo sua testa e sento na cadeira.

— Bom dia tia — me imita.

— Bom dia crianças. Vocês estão fedendo a cerveja, tomem um banho, por favor. — dá risada — Estou indo trabalhar, se cuidem.

— Leva pão, acabei de trazer. — a mãe faz um pão rapidinho e depois se levanta.

Vejo ela saindo do cômodo, mas seu perfume doce permanece na cozinha. Volto a fitar a Manu que tá quase dormindo no balcão da cozinha.

"Sempre foi você"Onde histórias criam vida. Descubra agora