Capítulo 40

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Por Felipe

— Leandro Dos Santos Fernandes, 43 anos, nascido em 28 de novembro de 1982. Nos últimos anos ele se acabou no mundo das drogas, ficou devendo dinheiro pro tráfico e, pra pagar suas dívidas ele serviu a eles como aviãozinho por um tempo. — Patrick me entrega a pasta com os dados do meu pai. — Por essa razão, foi preso.

Folheio todas as páginas, prestando atenção em cada detalhe.

— Foi internado numa clínica de reabilitação, mas fugiu, voltando ao mundo das drogas e foi preso novamente. Agora está sob regime semiaberto, trabalhando durante o dia numa oficina e dormindo na prisão. — encerra. — Sabe o que isso significa?

— Ele mentiu, de novo. — dou de ombros. — Já esperava isto, mas quero saber o que ele quer comigo.

— Sim, mas isso só você pode descobrir. — diz.

— O que você acha que tenho que fazer?

— Acho que deveria dar corda. Não demonstra confiança de primeira porque ele pode desconfiar, já que sabe que você o odeia, mas vai soltando a corda aos pouquinhos. Ele sabe que você não vai perdoar ele fácil, então se demonstra irredutível primeiro e depois entra no jogo dele.

Assinto, concordando com ele.

— O que achou do meu novo terno? — olho pra ele de cima a baixo, achando aquela cor horrível.

— Quer sinceridade ou educação?

— Eu estou falando sério, Felipe. — apoio meus punhos sobre sua mesa e cruzo os dedos.

— Eu também, Patrick. A cor é horrível, parece bosta. — ele ri. — Combinou contigo não.

— Que bom que tenho você, sabia? Gosto do seu apoio moral.

— Eu gosto de apoiar as pessoas, me deixa leve. — debocho. — Não tem mais nada pra eu fazer não?

— Bom, eu acho que não. Acho que você já pode ir.

— Tá tão bonzinho você, me liberando cedo. O que aconteceu?

— Acho que você se esqueceu que dia é hoje. — diz desviando o olhar, aparentemente abatido.

— É claro que não. — analiso ele.

O semblante descontraído de segundos atrás cai, dando lugar a um angustiado, cansado e triste.

— Quer conversar? — indago.

O vejo caminhar até a sua cadeira e sentar-se de forma relaxada, afrouxando sua gravata e desabotoando o paletó.

— 3 anos do acidente delas. 3 anos que a Paula se foi. — fita um ponto fixo da sala. — Nos últimos anos eu senti, mas consegui me controlar. Eu tive você e tive a Paloma comigo, não me deixaram só. — permaneço quieto perante sua fala. — Mas, esse ano é diferente, Manoela também está aqui e aparenta estar bem pior que eu. Parece que ela não conseguiu seguir em frente, é como se sua mente estivesse presa lá. Naquele dia, dentro daquele carro.

— E isso te deixa preocupado. — ele assente.

— Sim. Eu vou lá pra ficar com a minha filha, Paloma me disse que ela não comeu hoje e está no quarto desde que acordou. — franzo o cenho.

"Sempre foi você"Onde histórias criam vida. Descubra agora