Capítulo 25

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Por Felipe

— Vai, agora fala. Do que a Ana Luísa estava falando naquele dia? — pergunta bem interessado.

— Cara, eu vou te contar. Mas por favor, não toque nesse assunto perto delas. — ele assente.

Passaram-se 5 dias depois do que aconteceu e o esculacho que tomei da Ana Luísa, eu estou pensando em suas palavras ácidas até agora. Não acredito que ela disse aquelas coisas para me ferir, talvez para me informar a gravidade  da merda que eu fiz, mas ela conseguiu fazer os dois.

Pedro chegou aqui tem uns dez minutos, me explicou que eles tem ido bastante na casa dela para ver se ela não faz nenhuma besteira e que Ana Luísa está lá neste exato momento e ele disse a ela que viria aqui. Aí, voltou com aquele assunto proibido.

Não acho que seja um perigo contar para ele, até porque, é o Pedrinho. Mas mesmo assim, é algo confidencial pois só eu, Manoela e Ana Luísa sabemos, fizemos Manoela prometer que não tentaria se matar nunca mais, em troca não contaríamos para ninguém, muito menos seu pai.

E agora estou aqui, prestes a contar para o Pedro.

— Bom, na época do ensino médio, quando nós saímos daquela escola e no caso quando geral se separou, Ana Luísa ficava com um garoto. — ele bufa. Ignoro seu ciúme bobo. — E o caso deles era bem peculiar, digamos assim. Porque eles só ficavam as vezes e sem compromisso nenhum, Ana Luísa achava o máximo essa "relação" e contava tudo para Manoela, que por sua vez, ficava um tanto desconfortável com as aventuras da amiga. Não porque Ana Luísa contava de forma extremamente explícita, mas porque Manu era virgem e não entendia nada que a outra falava.

Sei de tudo porque tudo o que elas conversavam era passado para mim, eu já conhecia elas a alguns anos e tínhamos certa intimidade para isso. Quando era comigo eu também contava pras duas.

Em partes, Ana Luísa se tornou apocalíptica por minha causa.

— E aí, esse ficante da Ana Luísa tinha um amigo, que começou a andar com ele do nada, e consequentemente conheceu a Manu. — fecho os olhos me lembrando do rosto do desgraçado. — E começaram a conversar. No início ela foi bem irredutível, não dava confiança pro cara, deixava bem claro que não queria nada com ele, mas mesmo assim ele não desistiu. Era tipo você e Analu. — seria um ótimo exemplo eles dois, a única diferença é que o Pedro realmente sempre gostou dela. — E por algum motivo, Manoela começou a conversar com ele normalmente, trocaram números e começaram a conversar. Até que ficaram pela primeira vez, isso foi um motivo pra Manu se sentir atraída por ele. Acho que você já entendeu aonde eu quero chegar. — ele assente.

— O cara tirou a virgindade dela, e ela meio que criou uma paixonite pelo cara. Mesmo eu e Analu avisando que não era bem assim, que ela tinha que se ligar mais porque ele tinha uma fama não muito agradável, ela preferiu não nos dar ouvidos, e aí — respiro. — depois de um tempo ele começou a tratar ela mal e sumiu do mapa da vida dela.

— Até que descobrimos um vídeo que o filho da puta tinha vazado, do momento íntimo deles. Ele não aparecia mas em compensação, o rosto da Manu foi exposto. — Pedro me olha pasmo. — O vídeo já estava rolando a um bom tempo na escola, mas só descobrimos quando as piadinhas direcionadas a ela começaram. Quem recebeu o link foi a Analu, e aí me mostrou e fomos falar com a Manu, que estava triste pelo garoto tê-la tratado mal.

Lembro-me da sua reação. Ela ficou pálida por um tempo considerável, logo começou a chorar desesperadamente. Com medo daquela porra parar nas mãos dos pais dela, fomos na diretoria da escola, eu fiz questão de ir lá dar um esculacho na diretora e disse que se ela não resolvesse isso eu ia processar aquela porra.

"Sempre foi você"Onde histórias criam vida. Descubra agora