Alguns dias já haviam se passado desde a viagem a Nova York, mas Lily não conseguia esquecer da sensação que era ter os braços grandes e musculosos de seu chefe ao redor de seu corpo. Não era malicioso claro, foi um abraço genuíno, ele apenas estava agradecido, pela companhia, pela conversa e conselhos, por mais que a secretária tivesse a plena certeza que ele não iria seguir nada do que ela lhe disse. E também entendia, não era como se fosse fácil desmarcar do dia pra noite, um casamento que havia sendo idealizado e esperado por anos.
Mas por outro lado, eram sentimentos que estavam em jogo, eram...corações. Além do fato de que, para Lilian o casamento era algo sagrado, que precisa acima de todas as coisas, envolver amor, o que Eduardo com certeza não sentia por Angelique, então como poderiam se casar?— Heey! — resmungou levando a mão à testa após levar um tapa meio fraco. — Por quê fez isso bobão?
— Porque você estava há mais de dez minutos no mundo da lua, de novo. Isso se tornou meio recorrente nos últimos dias, não é? — questionou sarcástico. — Desde que voltou daquela viagem com o seu chefe!
— Shiuuu! Fala baixo! — resmungou tampando a boca do amigo. — Sabe que o papai é maluco, e pode entender tudo errado!
— Desculpa, mas é verdade. Você está muito estranha, o que houve? — questionou curioso e um pouco preocupado. — Ele fez algo?
— O quê? Não! — disse rapidamente. — Não é nada demais, não fique pensando coisas Teo. — resmungou e se levantou. — Bom, eu preciso ir, nos vemos mais tarde!
— Lilian, Lilian... cuidado.
Resmungou mas a amiga fingiu não ouvir enquanto pegava uma fruta e a enfiava de qualquer jeito na bolsa, apressadamente. Por quê deveria ter cuidado? Não estava fazendo nada de perigoso. Pelo menos, não ainda.
[...]
Era dia de reunião com os acionistas da empresa, que consistiam em Eduardo, sua mãe Cristina e seu padrasto Rúben, Oliver, seu melhor amigo e diretor geral, Angelique, sua noiva que é vice presidente, e os pais dela que são fundadores da empresa ao lado de sua mãe e de seu falecido e memorioso pai. Lilian ainda não conhecia os acionistas mais velhos, que eram os pais, e sinceramente estava bem nervosa enquanto separava as pastas que ia apresentar para eles, tinha que ter a plena certeza que estava tudo certo e impecável para não abrir espaço para reclamações ou algo do tipo.
Enquanto terminava de organizar tudo, já que a reunião seria em menos de vinte minutos, seu celular começou a tocar, confusa, já que só recebia ligação de casa, pegou imediatamente e estranhou ao ver que era Teo. O que será que ele queria ?— Alô Teo, diga rápido porque tenho compromisso!
"Lily, não se esqueça que hoje é a nossa noite do cachorro quente hein? Não se esqueça de passar no supermercado e comprar as coisas!"
— Jura que você só me ligou pra isso ?? Você poderia ter mandado mensagem Teodoro, eu não posso ficar atendendo telefone assim não... ! — resmungou.
"Eu te mandei, mas você não respondeu. E sim era só isso, sabe que eu te amo não é? "
— Claro eu também te amo Teo mas...
Ia continuar falando mas foi interrompida pela porta sendo aberta e Eduardo passando por ela a encarando. Suspirou apreensiva e se apressou em dar tchau ao amigo e encerrar a ligação. Era muita falta de sorte mesmo, o que seu chefe pensaria dela?
— Olá Sr Eduardo.... — disse sem jeito repousando o celular na mesa.
— Olá Lilian, desculpa te interromper ao falar com o seu namorado, mas eu vim te dizer que meus sogros e a minha mãe já chegaram. Então, acho melhor caminharmos para a sala de reuniões. — disse seriamente caminhando até a mesa. — Esses são todos os balancetes desse mês?
— S-sim... senhor... — se apressou, se levantando enquanto pegava o restante das pastas já que seu chefe tinha uma em mãos enquanto analisava.
— É, os resultados melhoraram nos últimos quinze dias, com você trabalhando aqui. — disse com um sorriso contido. — Isso é bom, parabéns pelo ótimo trabalho.
— Que nada Senhor, tudo que eu faço é dar sugestões e estudar as melhores decisões, o senhor quem faz o trabalho de verdade. — disse sem jeito quando já o seguia corredor a fora.
Eduardo nada disse, apenas a entregou a pasta, passando primeiro pela porta da sala de reuniões. Os olhares se focaram nele e logo em seguida, em sua secretária. Sua sogra, não conseguia esconder a cara de espanto ao analisar Lilian, e muito menos a sua mãe. Era como se tivessem diante de uma assombração ou algo do tipo, aquilo de certa forma incomodou Lily, que só queria desaparecer naquele momento. Se sentia tão pequena.
— Mãe, queridos sogros e Rúben, que eu considero como pai, esta é minha secretária Lilian Fernandes. — disse com um sorrisinho, principalmente direcionado a noiva Angelique que rolou os olhos. — E vão se surpreender com o desempenho dela nos últimos dias !
— Achei que ela fosse sua secretária pessoal Eduardo, e não da empresa, para isso temos Berenice. — Angelique respondeu meio ácida.
— Sim, mas também temos um cérebro muito bom como a senhorita Fernandes que entende tudo de finanças. — rebateu de forma sutil.
— Bom querido, então vamos logo para a reunião, se você diz que os resultados são bons, agora estou curiosa! — sua mãe disse animada.
De fato, com a presença de Lilian na empresa, o financeiro havia melhorado e muito, já que a mulher fazia questão de calcular cada mísero gasto, pesquisar preços, e dispensar gastos desnecessários, coisa que as últimas ocupantes do cargo não se atentavam, já que estavam ocupadas demais estando por baixo de seu chefe, em alguma mesa por exemplo, mas o que importava era que Lily teve seu trabalho reconhecido, e fora muito bem elogiada por todos os acionistas, até mesmo por Oliver, que pegou na sua mão e lhe esboçou um sorriso amigável. Apenas Angelique não fez questão de parabenizá-la ou falar com ela, em sua cabeça, a noiva de Eduardo achava que Fernandes poderia ser cúmplice das artes do futuro marido.
— Lily, você foi incrível ! — sorriu abraçando sua secretária de lado.
Bom, na verdade era um abraço desajeitado, já que o presidente apenas passou seu braço ao redor dos ombros da mulher, e em seus lábios um sorriso gigante brotava.
— O-obrigada senhor Eduardo.... — disse sem jeito arrumando o óculos.
— Devíamos ter te contrato bem antes! — diz contente.— Não é mesmo Oliver? — questiona ao amigo que o encara com um sorriso de lado.
— Claro!
Mas o sorriso de Oliver não era exatamente pela reunião ter sido um sucesso, mas sim pelo fato de quem toda sua vida, nunca viu seu amigo ter atitudes tão íntimas e genuínas com alguém como um abraço, nem mesmo com a sua noiva, com quem dormia todos os dias. Jamais demonstrou afeto ou contato físico em público.
Aquilo era com certeza, algo novo.
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Oi amores ♥️
Como cês tão?
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The Ugly ◆
RomanceLilian era uma mulher de 29 anos, formada em Administração e Ciências Contábeis, com um currículo de dar inveja, tendo experiência nos dois melhores bancos do estado. Isso, fruto de muito empenho e esforço durante toda a sua adolescência. Lily, com...