CAPÍTULO 3 - A barganha indesejada

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   Caminhando sob o luar de lua nova numa primavera, depois de poucas horas, os globos de luz conjurados por um dos guardas enfraquecem, e as tochas se apagam, agora, estavam no território da bruxa. Mantendo-se firmes, adentrando cada vez mais a floresta, as ilusões eram canceladas e algumas das arvores formavam uma espécie de caminho até a bruxa, e seguiram, até encontrar as criaturas e também Gridélia,

   A bruxa verde ordenou pôr a caixa no chão e assim fizeram, sua gargalhada tenebrosa ecoava por aquela floresta, descia da vassoura e abrindo o que finalmente buscara, o Colar da Lua de Sangue. Tirandul pediu um acordo pela entrega do item, quebrar a maldição que ela causou na vila, mas a bruxa, tinha seus propósitos, concordou em quebrar a maldição, mas queria a alma de Tirandul em troca, e mesmo os guardas implorando pra que ele não o fizesse, deu um passo a frente. Gridélia pegou o colar com as mãos nuas, e espantosamente, não causou nenhum efeito nela, e estala um dos dedos, fazendo os outros guardas desmaiarem.

   Gridélia cumpriu a primeira parte do acordo, destruindo um totem havia feito para a criar a maldição, e por fim, a praga já não existira, as árvores retornavam ao formato de antes.

– A floresta horrorosa é de sua vila, faça suas preces, pois eu vou tomar sua consciência.

­– Minha consciência? – Tirandul perguntava.

­­– Sim. O colar irá absorver sua consciência por completo, me permitindo usar seu corpo como invocação e usar contra sua vila.

­– Isso nunca! – Tirandul reage, erguendo a espada que ainda estava em mãos, mas logo, a bruxa mira o colar na direção dele, o paralisando.

   Seria o fim do comandante, toda a energia do colar redirecionada num brilho vermelho como sangue, enquanto o item absorvia a energia vital de Tirandul, contudo, num golpe furtivo ela é atacada antes mesmo de começar o ritual, mas era tarde, mesmo a bruxa caída, o colar estava ligado ao Tirandul, o decompondo até um certo ponto e solta-lo. Torfirus sem acreditar, segurava o corpo do pai morto e a bruxa, fugira na vassoura com o colar em mãos. Numa atitude furiosa, o elfo pega uma de suas adagas e certeiramente, acerta a mão de Gridélia, que soltava o colar, por pouco não a fazendo cair, mas ela mesmo assim, fugiu em meio ao céu. Os guardas despertam do desmaio e não conseguem acreditar no que via, Torfirus segurando o corpo do pai que estava parcialmente decomposto.

– Pai, responde... ­– ele dizia chorando, e ficava ali, contando brevemente o que aconteceu, e eles ficavam ali, parados, de luto, mas tinham de se recompor, o colar estava em qualquer lugar, e levar o corpo para a vila.

   Os quatro se espalharam próximo onde ele tinha caído, e encontraram no gramado, ainda sem emanar energias, como também resolveram levar pedaços do totem quebrado para levar ao conselho élfico. Um dos guardas agora carregando o que restara do Tirandul, e Torfirus, havia colocado o colar na caixa. Chegaram na vila, os guardas que rondavam o lugar ficaram pasmos, entretanto, tinham que manter a posição, e o corpo foi levado até a sala do curandeiro.

O Soldado AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora