Poucos dias se passaram desde o arqueiro ter avistado o corpo de Tirandul, mas não mais foi encontrado, Karisil estava aparecendo menos frequentemente nos arredores da vila, na maioria do tempo, recluso na própria casa, e o pouco tempo que tinha, seguia para a casa de Yvilena, uma elfa viúva que estava grávida, e perdeu o marido antes mesmo da bruxa agourar as terras da floresta, quase 8 meses atrás.
Depois de muita relutância, resolveram investigar onde Tirandul foi enterrado, mas nada encontraram, nem resquícios de magia, ou alguém tê-lo tirado dali, o resultado foi pior, como tudo aparentava, o corpo saiu por conta própria. Com esses mistérios, perceberam algo positivo em meio a investigação, no lugar onde o menino foi enterrado, o solo estava fértil e a grama nascendo no lugar, continuando assim, o broto iria surgir no início do inverno, sendo o momento apropriado para protege-lo da neve, entretanto, essa responsabilidade seria do Karisil, e ele mal estava cuidando dos afazeres cotidianos.
Tyrena estava evoluindo rápido, e insistira que Yvilena estivesse na casa de Rastelio, para que ambos pudessem averiguar a saúde do bebê, sem hesitar, ela aceitou. Anoitecera e Tyrena havia percebido o Karisil inquieto e impaciente.
- Algum problema? – Ela olhava diretamente para ele, dizendo num tom de curiosidade.
- Estou só preocupado com o bebê. – Ele dizia andando de um lado a outro, roendo as unhas.
- O bebê é seu?
- O quê? Não! – Ele para de imediato de andar.
- Então... acalme-se, ela está no quarto com o mestre Rastelio, e está dormindo. – Nesse momento, Tyrena olhava para Karisil dos pés à cabeça.
- Karisil, pode ir buscar umas roupas para Yvilena? Em caso de precaução.
- Mas você disse que ela estava bem.
- E está, só por precaução.
Karisil dava de ombros e saía da sala, Tyrena parecia preocupada, procurava o Rastelio e o via longe da Yvilena, adormecendo numa cadeira com a boca aberta, e ela o acorda, cochichando.
- Estou preocupada, Karisil não é de roer as unhas, e nunca gostou de Yvilena, por quê só agora?
- Acho que... todo mundo pode mudar, ela está grávida. – Ele dizia ainda sonolento.
- Ele não come mais os pêssegos da própria árvore, e nem os esquilos sobem até a casa dele e o pior, não está mais usando o bracelete de prata da bisavó, ele mudaria a esse ponto?
E nesse momento que o Rastelio perde completamente o sono, os dois por um momento olham para aonde Yvilena dormia profundamente.
- Temos que tira-la daqui, a bruxa quer o bebê. – Ele se levanta da cadeira, saindo do quarto
- Por que? – Tyrena o acompanha.
- A bruxa foi atacada, colocar e tirar praga custou muito dela, você tira ela daqui Tyrena.
- Rastelio... esp... - Ela é interrompida
- Você está sendo uma excelente aprendiz Tyrena. Mas sozinha, você não consegue lidar com a Gridélia, ela não é uma bruxa qualquer, siga pelo caminho dos fundos
De imediato, Tyrena acorda calmamente Yvilena, enquanto Rastelio pegava o cajado e se preparava para uma futura batalha. Saindo do cômodo, Yvilena nada entendia, mas os dois curandeiros se encaravam por uns momentos, como se fosse o último momento juntos, e as duas saíam pelos fundos, descendo uma escadaria.
- Está tudo bem? – Yvilena pergunta preocupada.
- Só vou te levar ao conselho, nada mais.
Ao abrir a porta, ambas se deparam com Karisil, apontando uma varinha na direção delas.
- Esperta, agora me entregue a grávida. – A voz dele estava mais horripilante, mas Tyrena não se deixou intimidar-se por isso, ficando na frente de Yvilena.
- Você não vai ter esse bebê, Gridélia.
- Gridélia? – Yvilena pergunta assustada se apoiando em Tyrena, e a bruxa se revela, depois de uma polimorfia.
- Eu não posso ter o colar agora e nem o corpo de Tirandul, ou é o bebê ou é a vila.
- Por que Gridélia? Por que matou Tirandul?
- Essa vila já me atrapalhou demais e matar o Tirandul seria meu objetivo. Karisil me procurou um dia depois da morte dele para deixar a vila em paz de uma vez, então deixei, mas eu queria algo em troca, o corpo dele e uma mulher grávida, adivinhem quem ele recomendou?
- Já decidiram? – Ela começava a mirar a varinha no chão.
- Não Gridélia! Eu me entrego – Yvilena dizia com uma certa dificuldade.
- Não vou permitir, Yvilena.
- Perdeu a esperteza? Saia logo.
As duas gritavam nosilencioso vale, e os moradores aparecerem, em meio às ameaças, Gridélia...
(Continua...)
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O Soldado Amaldiçoado
General FictionNas florestas de Mognalle, habitavam os elfos da floresta, e um soldado que protegia sua vila com afinco, não só criaturas que tinham interesse, mas também, uma bruxa ardilosa tinha um interesse em particular. Uma obra inspirada no RPG de mesa Dunge...