CAPÍTULO 6 - A percepção é a melhor arma da visão

4 0 0
                                    

   Poucos dias se passaram desde o arqueiro ter avistado o corpo de Tirandul, mas não mais foi encontrado, Karisil estava aparecendo menos frequentemente nos arredores da vila, na maioria do tempo, recluso na própria casa, e o pouco tempo que tinha, seguia para a casa de Yvilena, uma elfa viúva que estava grávida, e perdeu o marido antes mesmo da bruxa agourar as terras da floresta, quase 8 meses atrás.

   Depois de muita relutância, resolveram investigar onde Tirandul foi enterrado, mas nada encontraram, nem resquícios de magia, ou alguém tê-lo tirado dali, o resultado foi pior, como tudo aparentava, o corpo saiu por conta própria. Com esses mistérios, perceberam algo positivo em meio a investigação, no lugar onde o menino foi enterrado, o solo estava fértil e a grama nascendo no lugar, continuando assim, o broto iria surgir no início do inverno, sendo o momento apropriado para protege-lo da neve, entretanto, essa responsabilidade seria do Karisil, e ele mal estava cuidando dos afazeres cotidianos.

   Tyrena estava evoluindo rápido, e insistira que Yvilena estivesse na casa de Rastelio, para que ambos pudessem averiguar a saúde do bebê, sem hesitar, ela aceitou. Anoitecera e Tyrena havia percebido o Karisil inquieto e impaciente.

- Algum problema? – Ela olhava diretamente para ele, dizendo num tom de curiosidade.

- Estou só preocupado com o bebê. – Ele dizia andando de um lado a outro, roendo as unhas.

- O bebê é seu?

- O quê? Não! – Ele para de imediato de andar.

- Então... acalme-se, ela está no quarto com o mestre Rastelio, e está dormindo. – Nesse momento, Tyrena olhava para Karisil dos pés à cabeça.

- Karisil, pode ir buscar umas roupas para Yvilena? Em caso de precaução.

- Mas você disse que ela estava bem.

- E está, só por precaução.

Karisil dava de ombros e saía da sala, Tyrena parecia preocupada, procurava o Rastelio e o via longe da Yvilena, adormecendo numa cadeira com a boca aberta, e ela o acorda, cochichando.

- Estou preocupada, Karisil não é de roer as unhas, e nunca gostou de Yvilena, por quê só agora?

- Acho que... todo mundo pode mudar, ela está grávida. – Ele dizia ainda sonolento.

- Ele não come mais os pêssegos da própria árvore, e nem os esquilos sobem até a casa dele e o pior, não está mais usando o bracelete de prata da bisavó, ele mudaria a esse ponto?

E nesse momento que o Rastelio perde completamente o sono, os dois por um momento olham para aonde Yvilena dormia profundamente.

- Temos que tira-la daqui, a bruxa quer o bebê. – Ele se levanta da cadeira, saindo do quarto

- Por que? – Tyrena o acompanha.

- A bruxa foi atacada, colocar e tirar praga custou muito dela, você tira ela daqui Tyrena.

- Rastelio... esp... - Ela é interrompida

- Você está sendo uma excelente aprendiz Tyrena. Mas sozinha, você não consegue lidar com a Gridélia, ela não é uma bruxa qualquer, siga pelo caminho dos fundos

De imediato, Tyrena acorda calmamente Yvilena, enquanto Rastelio pegava o cajado e se preparava para uma futura batalha. Saindo do cômodo, Yvilena nada entendia, mas os dois curandeiros se encaravam por uns momentos, como se fosse o último momento juntos, e as duas saíam pelos fundos, descendo uma escadaria.

- Está tudo bem? – Yvilena pergunta preocupada.

- Só vou te levar ao conselho, nada mais.

Ao abrir a porta, ambas se deparam com Karisil, apontando uma varinha na direção delas.

- Esperta, agora me entregue a grávida. – A voz dele estava mais horripilante, mas Tyrena não se deixou intimidar-se por isso, ficando na frente de Yvilena.

- Você não vai ter esse bebê, Gridélia.

- Gridélia? – Yvilena pergunta assustada se apoiando em Tyrena, e a bruxa se revela, depois de uma polimorfia.

- Eu não posso ter o colar agora e nem o corpo de Tirandul, ou é o bebê ou é a vila.

- Por que Gridélia? Por que matou Tirandul?

- Essa vila já me atrapalhou demais e matar o Tirandul seria meu objetivo. Karisil me procurou um dia depois da morte dele para deixar a vila em paz de uma vez, então deixei, mas eu queria algo em troca, o corpo dele e uma mulher grávida, adivinhem quem ele recomendou?

- Já decidiram? – Ela começava a mirar a varinha no chão.

- Não Gridélia! Eu me entrego – Yvilena dizia com uma certa dificuldade.

- Não vou permitir, Yvilena.

- Perdeu a esperteza? Saia logo.

As duas gritavam nosilencioso vale, e os moradores aparecerem, em meio às ameaças, Gridélia...

(Continua...)

O Soldado AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora