CAPÍTULO 7 (Final) - A bruxaria virou contra a bruxa

6 0 0
                                    

   Gridélia é golpeada com uma espada por trás, no meio das costas, e quanto notaram, era o Tirandul, ele tira a espada e ela volta o olhar para ele.

"Aquele colar não absorveu completamente a consciência do Tirandul, por isso ele me ataca." Gridélia dispara um relâmpago com a varinha no Tirandul, mas ele resiste a magia, causando um estrondo e agora ele estava com uma magia elétrica ao redor.

"Eu poderia desfazer a magia, mas preciso dos dois, onde está a vassoura?" – Gridélia parecia assustada, e quieta, mas Tyrena lia todos os pensamentos dela sem ser notada. A vassoura finalmente surge, derrubando o Tirandul, a bruxa verde se apoia nela com uma mão e a outra na ferida exposta, e sai voando, porém, ela deixou uma lembrança do momento, três elementais da terra hostis.

   Foi muito rápido, mas os barulhos de antes fizeram quase todos acordarem e saírem de suas casas, Veniesla e dois guardas levam as crianças para um local mais seguro e maioria se agrupa para destruir os elementais conjurados, guardas, conselheiros, Torfirus, outros moradores e até Tirandul. Um por um, a vila derruba as criaturas invocadas pela bruxa, e a crianças ficam admiradas com os movimentos de luta e magias, entretanto, ainda faltara uma situação a se resolver, a de Tirandul.

   Tyrena contou tudo rapidamente do que havia lido dos pensamentos de Gridélia, e Aldereth foi buscar a caixa. Nesse meio tempo, Tyrena e Rastelio retornavam onde Yvilena estava deitada há pouco tempo antes, o susto e o medo repentinos deu início ao trabalho de parto. Aldereth trouxe a caixa e já abrira, deixando-a no chão, maioria das pessoas recuam, colocando de volta para as casas e inclusive as crianças.

- Eu, Fygna, Torfirus e vocês dois. – Aldereth aponta pra dois guardas. – Ficam aqui, o resto, pra casa. – Dizia Aldereth a fim de expulsar o resto dos curiosos já que tudo estava mais calmo. Torfirus ao ver o pai naquela situação desde que começou a batalhar até o momento, olhava várioas vezes para ele, até que finalmente ele fala.

- O que a bruxa fez... com o senhor? – Torfirus tenta toca-lo, mas o corpo de Tirandul se afasta levemente, tenta mais uma vez, e o corpo faz a mesma reação.

- Podem desfazer isso? – Ele redirecionava o olhar pros dois conselheiros, com medo. Ambos começam a conjurar dissipar magia, Aldereth mirava no colar, e Fygna, no corpo de Tirandul, ambos emanando uma energia vermelha. Ao conjurarem, as energias de ambos são afetadas pela magia, e param de brilhar, a sensação de desconforto causado pelo colar é cessado, e o corpo de Tirandul quase cai no chão se não fosse por Torfirus segurando a tempo pelas costas com as duas mãos.

   Um momento de silêncio entre os que estavam ali pairava, Tirandul fez tanto pela vila e acabou por morrer daquele jeito, mas pelo menos, finalmente descansou em paz. Torfirus coloca o corpo do pai cuidadosamente no chão e fecha os olhos dele. Aldereth ordena os dois guardas para carregarem o corpo para uma das camas da sala do curandeiro, fechando a caixa com o colar dentro e Fygna se ajoelhava consolando Torfirus, abalado em ver o pai naquele estado.

– Vou colocar a caixa no templo, e conversamos sobre o colar quando eu voltar.

- Tem que ser hoje ainda Aldereth? – Fygna mencionava com o olhar para Torfirus, mas ele reagia

- Não, ele está certo Fygna. – Dizia o Torfirus se soltando do abraço – O colar não está seguro conosco, ele é instável, desconhecido e perigoso, e olha que ninguém mal conseguiu segura-lo, exceto a bruxa. Podemos leva-lo para a vila de Ostigna.

- De fato, mas quem levará? – Aldereth por um momento parava de olhar pros dois e encarava a caixa trancada.

- Eu levo, mas não agora, outro dia, amanhã irei preparar o ritual para queimar o corpo. – Ele dizia se levantando e ajudando Fygna a fazer o mesmo.

- Queimar o corpo? – Aldereth perguntava com receio.

- É. Gridélia pode querer o corpo pois foi afetado pelo colar.

- Não costumamos cremar os corpos como tradição, mas da minha parte, eu permitirei, mais seguro para todos. Tem um lugar próximo ao para cremá-lo e seguro também, algumas pessoas vão querer ajuda-lo com toda certeza. Agora, me deem licença. – Aldereth se retira.

   Fygna acompanhou Torfirus até a casa, e ele não foi o único a passar o resto da noite em claro. Tyrena e Rastelio ficaram acordados até o amanhecer com Yvilena, e em meio aos gritos de dor, o choro do recém-nascido enfim foi ouvido, um bebê saudável que recebeu o nome do pai em homenagem.

   A vila tinha sempre os imprevistos, mas sem Gridélia atormentando, estava uma verdadeira paz, depois de ter quase sido morta duas vezes, ela não mais apareceu naquela vila. O corpo de Karisil foi encontrado na própria casa, ou o que sobrou dele, considerado um traidor por uns, e por outros, alguém com desespero em salvar a vila, a casa dele foi aproveitada pelo conselho, caso outro druída quisesse morar ali. Outro velório foi feito para Tirandul e o corpo cremado, em paz ele se foi, mas a história, jamais será esquecida.

O Soldado AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora