Gridélia é golpeada com uma espada por trás, no meio das costas, e quanto notaram, era o Tirandul, ele tira a espada e ela volta o olhar para ele.
"Aquele colar não absorveu completamente a consciência do Tirandul, por isso ele me ataca." Gridélia dispara um relâmpago com a varinha no Tirandul, mas ele resiste a magia, causando um estrondo e agora ele estava com uma magia elétrica ao redor.
"Eu poderia desfazer a magia, mas preciso dos dois, onde está a vassoura?" – Gridélia parecia assustada, e quieta, mas Tyrena lia todos os pensamentos dela sem ser notada. A vassoura finalmente surge, derrubando o Tirandul, a bruxa verde se apoia nela com uma mão e a outra na ferida exposta, e sai voando, porém, ela deixou uma lembrança do momento, três elementais da terra hostis.
Foi muito rápido, mas os barulhos de antes fizeram quase todos acordarem e saírem de suas casas, Veniesla e dois guardas levam as crianças para um local mais seguro e maioria se agrupa para destruir os elementais conjurados, guardas, conselheiros, Torfirus, outros moradores e até Tirandul. Um por um, a vila derruba as criaturas invocadas pela bruxa, e a crianças ficam admiradas com os movimentos de luta e magias, entretanto, ainda faltara uma situação a se resolver, a de Tirandul.
Tyrena contou tudo rapidamente do que havia lido dos pensamentos de Gridélia, e Aldereth foi buscar a caixa. Nesse meio tempo, Tyrena e Rastelio retornavam onde Yvilena estava deitada há pouco tempo antes, o susto e o medo repentinos deu início ao trabalho de parto. Aldereth trouxe a caixa e já abrira, deixando-a no chão, maioria das pessoas recuam, colocando de volta para as casas e inclusive as crianças.
- Eu, Fygna, Torfirus e vocês dois. – Aldereth aponta pra dois guardas. – Ficam aqui, o resto, pra casa. – Dizia Aldereth a fim de expulsar o resto dos curiosos já que tudo estava mais calmo. Torfirus ao ver o pai naquela situação desde que começou a batalhar até o momento, olhava várioas vezes para ele, até que finalmente ele fala.
- O que a bruxa fez... com o senhor? – Torfirus tenta toca-lo, mas o corpo de Tirandul se afasta levemente, tenta mais uma vez, e o corpo faz a mesma reação.
- Podem desfazer isso? – Ele redirecionava o olhar pros dois conselheiros, com medo. Ambos começam a conjurar dissipar magia, Aldereth mirava no colar, e Fygna, no corpo de Tirandul, ambos emanando uma energia vermelha. Ao conjurarem, as energias de ambos são afetadas pela magia, e param de brilhar, a sensação de desconforto causado pelo colar é cessado, e o corpo de Tirandul quase cai no chão se não fosse por Torfirus segurando a tempo pelas costas com as duas mãos.
Um momento de silêncio entre os que estavam ali pairava, Tirandul fez tanto pela vila e acabou por morrer daquele jeito, mas pelo menos, finalmente descansou em paz. Torfirus coloca o corpo do pai cuidadosamente no chão e fecha os olhos dele. Aldereth ordena os dois guardas para carregarem o corpo para uma das camas da sala do curandeiro, fechando a caixa com o colar dentro e Fygna se ajoelhava consolando Torfirus, abalado em ver o pai naquele estado.
– Vou colocar a caixa no templo, e conversamos sobre o colar quando eu voltar.
- Tem que ser hoje ainda Aldereth? – Fygna mencionava com o olhar para Torfirus, mas ele reagia
- Não, ele está certo Fygna. – Dizia o Torfirus se soltando do abraço – O colar não está seguro conosco, ele é instável, desconhecido e perigoso, e olha que ninguém mal conseguiu segura-lo, exceto a bruxa. Podemos leva-lo para a vila de Ostigna.
- De fato, mas quem levará? – Aldereth por um momento parava de olhar pros dois e encarava a caixa trancada.
- Eu levo, mas não agora, outro dia, amanhã irei preparar o ritual para queimar o corpo. – Ele dizia se levantando e ajudando Fygna a fazer o mesmo.
- Queimar o corpo? – Aldereth perguntava com receio.
- É. Gridélia pode querer o corpo pois foi afetado pelo colar.
- Não costumamos cremar os corpos como tradição, mas da minha parte, eu permitirei, mais seguro para todos. Tem um lugar próximo ao para cremá-lo e seguro também, algumas pessoas vão querer ajuda-lo com toda certeza. Agora, me deem licença. – Aldereth se retira.
Fygna acompanhou Torfirus até a casa, e ele não foi o único a passar o resto da noite em claro. Tyrena e Rastelio ficaram acordados até o amanhecer com Yvilena, e em meio aos gritos de dor, o choro do recém-nascido enfim foi ouvido, um bebê saudável que recebeu o nome do pai em homenagem.
A vila tinha sempre os imprevistos, mas sem Gridélia atormentando, estava uma verdadeira paz, depois de ter quase sido morta duas vezes, ela não mais apareceu naquela vila. O corpo de Karisil foi encontrado na própria casa, ou o que sobrou dele, considerado um traidor por uns, e por outros, alguém com desespero em salvar a vila, a casa dele foi aproveitada pelo conselho, caso outro druída quisesse morar ali. Outro velório foi feito para Tirandul e o corpo cremado, em paz ele se foi, mas a história, jamais será esquecida.
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O Soldado Amaldiçoado
Ficção GeralNas florestas de Mognalle, habitavam os elfos da floresta, e um soldado que protegia sua vila com afinco, não só criaturas que tinham interesse, mas também, uma bruxa ardilosa tinha um interesse em particular. Uma obra inspirada no RPG de mesa Dunge...