CAPÍTULO 4 - O velório e a restauração

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   A aprendiz Teryna era acordada por Torfirus, os guardas que antes estavam ali, deixaram Torfirus a sós com ela. Ela se espantara com a cena, o comandante com o corpo decomposto, deitado sob o altar, a pele morena substituída por um acizentado e de textura seca, com algumas partes em carne exposta e podre, apenas o cabelo e unhas estavam intactos. Teryna não tinha tocado no corpo, e estava para consolar o jovem, o abraçando, enquanto se lembrava de ser resgatada na floresta pelo comandante. Torfirus pediu para Teryna passar a noite ali, e ela permitiu, aconselhar nada adiantava, a morte de Tirandul afetara a vila como um todo. Na manhã seguinte, quase todos da vila se despediam do homem, a morte de alguém numa vila pequena, afeta a vida de todos os moradores, mesmo não sendo família, um depende do outro.

 A tarde começava o funeral do menino que fora perfurado pela madeira no dia do desabamento e o do Tirandul, diferente dos grandes reinos, os elfos dessa região faziam o ritual fúnebre de outro modo, primeiro carregavam o corpo para uma clareira da floresta; segundo, cavariam um buraco com um metro de profundidade, pondo nas mãos do falecido uma semente ou fruto para crescer como uma árvore, Tirandul já havia mencionado sobre o assunto, escolhendo uma maçã, enquanto o menino, nem sequer haviam conversado sobre morte para ele, então o pai escolheu para ele uma castanha; por fim, enchiam parte do buraco com folhas secas e terra úmida, e depois de enterrados, começava as preces.

   Normalmente, os druidas do local que faziam o rito, neste caso, seria Karisil que faria o ritual, porém, ele adoeceu, deixando Teryna com essa responsabilidade.

   Quatro dias depois, voluntários de Avietla e Ostigna chegaram no lugar, reforçando a segurança e trouxeram remédios, poções, curandeiros, salvando a vida dos guardas e o Rastielo que antes estavam em coma. Também averiguavam o templo sagrado local avaliando a situação dos artefatos guardados, mesmo o Conselheiro Aldereth insistindo que não precisava de ajuda, os vizinhos não estavam dispostos a ouvi-lo, iniciando-se uma discussão no templo, porém nem mesmo Fygna e Veniesla foram a favor de Aldereth, permitindo os vizinhos a estadia. Uma semana depois, praticamente toda a vila estava restaurada, a colheita não estava mais podre, os animais retornavam a circular e os pássaros voltavam a cantar. Em troca, os voluntários receberam plantações raízes, tais como cenouras e a dita batata doce que apenas florescia ali perto, como também avelãs e cacaus. Teryna junto com o mestre curandeiro e professor, prepararam antídotos para venenos e águas encantadas para as mais profundas feridas.

   Dois moradores de Avietla resolveram ficar e auxilar a guarda local, mesmo Aldereth estando contra, contudo, enquanto as pessoas restauravam a vila, o conselheiro estava recluso a própria indignação e tradição, pois por tradição, eram os Zaerthelinos que auxiliavam as vilas élficas da floresta, e não o contrário. E o mais importante, o colar não se manifestara em nenhuma energia, sendo observado uma vez por dia e uma vez por noite.

O Soldado AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora