PRÓLOGO - A princesa Dragão

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A princesa Rhaenys Targaryen, amada filha de lady Jocelyn Baratheon e príncipe Aemon Targaryen se encolheu ao ouvir mais um grito animalesco de sua adorada tia no final do corredor.

_Muña ficará bem, Rhae? –O, até então, neto mais novo do rei Jaehaerys indagou a herdeira do príncipe de Dragonstone.

As palavras do pequeno príncipe, fizeram a menina de sete anos fitá-lo com grandes olhos lilases temerosos.

_Ela ficará bem, Viserys. –Foi lady Jocelyn que respondeu o menino de quatro anos.

O menino assentiu rezando para que as quatorze chamas fizessem das palavras de sua tia realidade.

Ao mesmo tempo, o príncipe Aemon já preocupado e, ao mesmo tempo incomodado com os gritos de sua irmã mais nova, que mais pareciam rugidos de um dragão, intercedeu chamando a atenção do sobrinho:

_Venha Viserys, vamos dar uma volta.

O menino, apenas três anos mais novo que a própria Rhaenys, concordou sem muita relutância, porém a princesa de sete anos sequer se mexeu quando o pai a chamou para que ela o acompanhasse.

Minutos depois, enquanto mãe e filha ainda permaneciam nos aposentos do príncipe herdeiro, Rhaenys indagou:

_É sempre assim?

_O que você quer dizer, princesinha? –Questionou a mais velha.

_Trazer um filho ao mundo. –Respondeu a menina de cabelos tão negros quanto os da mãe.

_Na maioria das vezes. –Jocelyn se viu admitindo.

_Eu nunca terei filhos. –Decidiu a herdeira do herdeiro da coroa do conciliador.

_Oh Rhaenys... –A filha mais nova de Alyssa Velaryon disse ao pegar a filha e colocá-la em seu colo –A cama de parto é como servimos ao reino.

_Eu serei como Visenya, servirei ao reino com uma espada e um dragão. –Declarou a princesa decidida fazendo a mãe se agarrar a ela enquanto gemia em frustração.

_Só por favor, não repita isso perto dos seus avós. –A irmã de lorde Baratheon optou por dizer enquanto se agarrava a única criança viva que ela conseguiu trazer ao mundo. Afinal de contas, Rhaenys não precisaria se preocupar com herdeiros por muito tempo.

Logo, pelo que pareceu uma eternidade depois, uma das damas de companhia da consorte de Dragonstone irrompeu pelas portas dos aposentos de sua senhora.

_Nasceu minha senhora. –Anunciou a mulher de cabelos negros e olhos cinzentos.

_É uma menina? –Rhaenys perguntou esperançosamente. No entanto, sem esperar por uma resposta, desceu do colo da mãe e aproveitando-se da porta aberta, correu em direção aos aposentos dos tios. Assim, a jovem princesa aproveitou-se da porta aberta por onde o meistre saia e invadiu os aposentos onde Alyssa deu à luz ao terceiro neto do Conciliador, sem se importar com os gritos da mãe que a seguia.

_Tia Alyssa! Tia Alyssa! –A princesinha de longas madeixas negras disse aproximando-se da cama onde a tia segurava o recém-nascido envolto em um manto negro com a insígnia da casa do dragão –É uma menina?

O príncipe da primavera, que se encontrava ao lado da amada, riu inevitavelmente, enquanto pegava a sobrinha.

_Temo decepcioná-la, pequeno dragão. –Anunciou o cavaleiro de Vhagar –Mas é um menino.

Rhaenys fez biquinho enquanto olhava do tio para o bebê envolto nos braços da cavaleira de Meleys.

_Tentaremos uma menina da próxima, Rhae. –Anunciou Alyssa cansada e diante do semblante decepcionada da sobrinha, lhe propôs –Você quer o segurar?

A pequena princesa assentiu animadamente, sem sequer perceber que a própria mãe havia adentrado os aposentos.

Logo, Baelon colocou a sobrinha sentada na beirada da cama de Alyssa e com todo o cuidado do mundo, a princesa colocou o filho nos braços da sobrinha, que era ajudada pelo tio a segurar o novo primo.

_Qual o nome dele? –Indagou Rhaenys hipnotizada pelos olhos escuros do recém-nascido que lhe fitavam como se pudessem ver sua própria alma.

_Daemon, o nome dele é Daemon. –Anunciou o príncipe da primavera orgulhoso.

_Olá Daemon, eu sou sua prima Rhaenys. –A princesinha falou baixinho e no mais perfeito alto valiriano acrescentou –Prometo proteger você.

Assim, na primeira hora de vida de Daemon a, ainda inocente, Rhaenys fez a primeira promessa ao príncipe que lhe fitava com intensidade. Afinal de contas um dragão reconhece o outro e o sangue chama o sangue.


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"Apesar de orar por uma prima, ainda assim minha pequena Rhaenys ficou encantada com seu primo Daemon. Quando contei para Aemon o quão fascinada nossa filha estava com o novo primo, ele não resistiu em provocar que o sangue do dragão corre grosso nas veias de nossa e filha e não seria surpresa se ela se cassasse com Daemon. Afinal, ele tinha a sua idade quando decidiu que casaria comigo, como sempre um bobo" – Trecho do diário de lady Jocelyn Baratheon, apud TYRELL, Rhaelle. Romances e Tragédias da Dinastia Targaryen, volume III: Lady Jocelyn Baratheon e Princípe Aemon Targaryen, os reis que nunca foram.

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