Insensatez Parte I

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"Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim"


Lashbury, 17 de maio


"Acordei com uma puta dor de cabeça, e não era de se esperar menos.

Tudo o que eu queria era poder esquecer novamente todas aquelas sessões, aquele lugar, aquele odor fétido e insuportável. Eu só queria ter paz em meio a tanto caos.

Levantei da cama e segui a mesma rotina, que agora, se tornou maçante e sem graça.

Vazia.

Essa era a palavra que estava começando a me definir, vazia."


*


— Stella! Volte para a realidade. — Roman estalava os dedos a minha frente.

— Ah? O que foi? — Questionei com uma voz cansada.

— Você parece desconexa com a realidade. Ei! — Ele me segura. — Ei, calma, calma.

— Me deixa em paz. — Abruptamente, me desvencilho dele e vou para o meu quarto.

— Não deixo! Espera! — Ele me segue.

— O que você quer de mim agora? Eu já te contei tudo, TUDO!

— Só quero saber como você está. Jasper me disse que não está se alimentando direito, e que encontrou não só uma caixa de remédio, como várias, vazias na cozinha. Ande, me diga, o que não está lhe fazendo bem. — Ele se aproximou e me abraçou, fazendo com que me sentisse segura e confortável, como não me sentia a anos.

— Estou cansada de tudo. — Deixo-me ser acolhida pelo mais velho — De Lashbury, desse caso, das mortes, dos julgamentos, das acusações, as suas acusações. Eu sinto falta da minha família, da minha mãe. — Desabafei.

— Eu entendo, tudo vai ficar bem. Vamos resolver isso, e vai poder ser livre novamente.

— Por que tem tanta certeza de que vai conseguir resolver isso? Esse infeliz sempre consegue estar a nossa frente, sempre consegue nos deixar no chinelo! — O olho, com lágrimas nos olhos.

— Tenho esperança, pode não parecer, mas tenho. — Com o polegar, ele limpou minha face.

— Como? Não lhe basta essas mortes?

— Você me dá esperanças. — Sua face ganha um leve rubor — Digo, você é inteligente né, vai conseguir me ajudar a resolver isso. — Um sorriso amarelo surgiu em seus lábios.

— Eu não sei se consigo.

— É claro que consegue, juntos conseguiremos. — Ele desfere um beijo delicado em minha testa — Preciso ir, mais tarde trago o jantar e a atualização do caso. — Diz com nervosismo e sai da sala.


*


"O que acabou de acontecer?!

Nunca o vi tão acolhedor, e as palavras, por que me disse tais coisas? Será que ele está começando a enlouquecer por conta do caso? Isso seria bem mais provável, já que ele está se doando ao máximo para encontrar uma resolução, e, bem, não quero gastar meus últimos neurônios pensando nisso.

Aproveitei o resto do dia para tentar voltar aos trilhos.

Meditei, organizei toda a bagunça em que se encontrava o apartamento, fiz uma faxina que particularmente considerei dos deuses, e montei um novo quadro de cortiça com todas as informações disponíveis.

Assassinatos no Zodíaco (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora