Guia-me

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⚠️Tópicos Sensíveis⚠️

"E se guiar o cego outro cego, ambos cairão em uma vala."


Gamma pov.

"Calma, não é porque você está tendo acesso a minha mente que eu morri, muito menos a minha irmã.

Estou aqui para lhes contar os últimos acontecimentos da minha perspectiva, e suponho que Gália vá fazer isso também, uma hora ou outra.

Acharia confuso eu contar um pouco de como nossa vida começou a virar de cabeça para baixo? Na verdade, eu só quero desabafar com alguém que não esteja com as mesmas dores que eu. Sim, estou falando da minha querida irmã.

Nós compartilhamos tudo, por ser gêmeas, sempre nos divertimos fazendo tudo igual, ou tendo as mesmas coisas, vestindo as mesmas roupas, até fingindo ser uma à outra na escola.

Temos a mesma altura, os mesmos olhos verdes brilhantes, o mesmo cabelo preto como a noite e até o mesmo formato corporal. Gália cortou o cabelo depois que nossa mãe faleceu, se diferenciando um pouco de mim, e fez algumas tatuagens e piercings também.

A dor fez com que ela se rebelasse contra si mesma, fez com que se perdesse.

Eu sou a mais velha, nasci dois minutos antes, por isso, sempre tive um extinto de proteção com minha irmã, que sempre foi mais propensa a fazer mais besteiras.

Quando nossa mãe, Florence Hahn morreu, nós tínhamos acabado de concluir o ensino médio e estávamos ingressando na faculdade, lembro que o baque foi tão forte que por um momento eu me senti sem ar, sem rumo, perdida. Áli (apelido que nossa mãe deu para Gália) caiu no chão lamacento do lago Borrow e chorou até desmaiar.

Tudo bem, vou começar de novo para você entender.

No dia que nossa mãe foi encontrada morta, havíamos discutido porque queríamos ir a uma festa em uma clareira que ficava na floresta de Lashbury, próximo ao lago Borrow. Tínhamos acabado de nos formar, estávamos animadas e com aquele fogo de estar prestes a entrar em uma faculdade, e o desejo de ir era forte.

Fomos ao escritório dela depois do almoço, no qual ela não apareceu, e pedimos com tamanho receio. Ela estava esquisita, parecia psicótica, e bebia sem parar. Os olhos castanhos, outrora brilhantes, estavam fundos e opacos, e ela parecia estar sempre com medo, como se algo estivesse à espreita e pudesse a atacar a qualquer momento.

Ela se levantou bruscamente, caminhou até nós e fez com que prometêssemos que não íamos sair de casa naquele dia. Áli, demonstrando um pouco de rebeldia enfrentou nossa mãe. Coisas como "você vive sempre bêbada", "não liga para nós" e outras coisas parecidas foram ditas.

A discussão chegou ao ponto de recebermos um tapa no rosto, que foi o estopim para irmos a clareira escondidas.

Durante o decorrer da tarde, escutamos algo como vidro se quebrando, e imaginamos que ela tinha derrubado outra garrafa de gim, ou quem sabe um copo. Nos arrumamos, e sabendo do costume que nossa mãe tinha de vir verificar se estávamos bem, nos deitamos e nos cobrimos, mas ela nem sequer apareceu.

Estranhamos um pouco, mas não totalmente, ela estava diferente. Ela poderia estar chateada ainda com o que falamos, poderia estar ocupada na prefeitura, ou bêbada dentro da limusine.

Fomos a clareira, a fogueira estava acessa e a festa já tinha começado. Havia coolers com cervejas e garrafas de outras bebidas, ao lado oeste avistava-se um grupo fumando suas ervas e mais ao leste adolescentes dançavam sem parar, e é claro, tinha que ter música alta.

Assassinatos no Zodíaco (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora