Aos 15 anos, após perder seus pais em um acidente de avião, Aurora Sampaio se vê abandonada pela única família que tinha, seus dois irmãos, a quem ela tanto amava. Depois da morte dos pais, eles ficaram com a herança e a colocaram para fora de casa...
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Após um banho rápido, me troco e desço as escadas. Aurora e May estão prontas e esparramadas no sofá.
– Vamos?
– Vamos sim- respondem em uníssono.
Entramos no carro e, ao sair pelos portões, ligo o rádio. Em minutos, alcançamos o parque. May desce do carro correndo em direção ao parquinho, e não consigo conter um sorriso diante da cena.
– Ela realmente adora parques- comenta.
– Sim- concordo, sorrindo.
Enquanto ouço a voz da babá, percebo que estou encarando demais, respondendo seu comentário quase automaticamente. Ela possui uma beleza tão delicada; Aurora é, de fato, uma mulher incrível. Ao notar meu olhar fixo, ela cora violentamente. Porra, depois dessa imagem começo a pensar como seria tê-la embaixo de mim, se contorcendo, enquanto goza. Essa mulher vai ser a minha perdição, desse jeito eu pareço um adolescente.
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Chegamos ao parque há alguns minutos e percebo os olhares de Matteo em minha direção. Coro imediatamente e tento disfarçar, mas falho miseravelmente. Decido correr na direção da May, que brinca despreocupadamente com sua boneca.
– Essa daqui- aponta para uma boneca de cabelos pretos e sorri.
– Parece com você.
– Ótimo- sorrio e começamos a brincar.
Faz exatamente um mês que estou trabalhando como babá e só agora me lembrei da dona Ana. Ela deve estar preocupada, pois prometi a ela que dormiria em sua casa no dia seguinte. Fico pensando por um instante e decido que, na minha folga, vou visitá-la. Sinto falta da carinhosa senhora.
Sou tirada dos meus pensamentos pela garotinha ao meu lado.
– Estou com fome, titia Aurora.
– Então vamos comer, princesinha.
Andamos em direção ao senhor Matteo, que está digitando em seu celular com um semblante fechado e preocupado. Ao nos ver se aproximar, ele nos olha e sorri.
– Algum problema?- pergunto.
– Algumas questões na empresa, mas nada que eu não consiga resolver- responde ele- Então, vocês estão com fome? Estava pensando em irmos almoçar no meu restaurante preferido, o que acham?
May pula de alegria.
– Ebaaaa!
Sorrimos com seu entusiasmo e começamos a caminhar em direção ao carro. Durante todo o percurso, May não para de fazer perguntas, mas a última nos deixa sem palavras.
– Papai, por que eu não tenho uma mamãe?
Matteo fica tenso e, ao mesmo tempo que aperta o volante, responde à pergunta da filha.
– Minha querida, já conversamos sobre isso- fala calmamente- A mamãe virou uma linda estrelinha.
– Mas a Lulu tem uma nova mamãe- menciona a coleguinha da escola com um semblante triste- Por que eu também não posso ter uma?
Intervenho na conversa entre pai e filha ao perceber que Matteo não sabe o que responder.
– Às vezes, demora um pouquinho para encontrar uma nova mamãe, querida, mas tenho certeza de que o papai está procurando. Ele só não encontrou ainda.
– Sim, isso mesmo, filha, o papai está procurando, mas talvez ela esteja mais próxima do que você imagina- sorri e pisca para a filha.
De repente, uma tristeza me atinge ao pensar em Matteo com outra mulher, mas decido deixar isso de lado. Ele nunca se interessaria por uma mulher como eu, sem nada para oferecer.
Ao chegarmos ao restaurante, fazemos nossos pedidos. Peço um carbonara, um prato que adorava comer quando ia ao restaurante com meus pais. Quase choro de tristeza ao lembrar deles; ainda dói muito. Sinto tanta falta.
Quando chegamos em casa, vou direto com minha pequena para seu quarto, é hora do seu cochilo da tarde. May está de férias da escola e só volta daqui a um mês. Depois de fazê-la dormir, vou para meu quarto. Estou exausta. Gosto de cuidar de May, mas cansa correr atrás dela. Decido dormir um pouco também, recarregar às energias.
