Capítulo 3

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Estávamos indo em direção ao carro quando escuto um barulho estranho em um beco próximo.

• Agora •

Me aproximo do carro, coloco a May na cadeirinha e vou em direção ao beco.

Quando me aproximo, percebo que o barulho, na verdade, são gritos de socorro de uma mulher. Corro em direção à mulher e quando a vejo, ela está prestes a ser abusada. Olho para os lados e vejo uma barra de ferro. Caminho em direção ao homem e bato com tudo em sua cabeça. Com isso, ele cai na hora. Olho para a garota atento e vejo desespero em seus olhos. Ela me olha e começa a chorar. A puxo para um abraço e afago seus cabelos.

– Tá tudo bem, tá tudo bem. Vamos, vou te levar ao hospital e depois te levo em casa.

– Eu não tenho como pagar um hospital- fala enquanto chora copiosamente.

– Não se preocupe com isso.

– E eu não tenho pra onde ir- chora ainda mais.

– Onde você mora? - ela sorri sem graça enquanto chora.

– Na rua, a rua é minha casa.

– Então- tento pensar em alguma coisa e decido convida-la para minha casa- Você pode ficar na minha casa.

– Não, não, não quero incomodar.

– Não vai, vamos.

– Eu... eu não posso, não me sentiria bem.

– Então vamos fazer assim, você pode trabalhar como babá e cuidar da minha filha. Com isso, você pode morar lá em casa.

– Não sei.

– Aceite, por favor.

– Tudo bem.

Me dirijo ao carro ainda abraçando a garota que agora percebi que não sei o nome, nem absolutamente nada, mas depois eu pergunto. Entramos no carro e ela fica encantada com a minha filha, mesmo ela estando dormindo. Coloco meu casaco nela que está apenas com uma saia, pois o desgraçado rasgou sua blusa, e em seguida vou em direção ao hospital.
Depois de fazermos um check-up e ver que estava tudo bem com a garota, descobri que ela se chama Aurora.

Entramos no carro, mas antes de o colocar em movimento, mando uma mensagem para Ana, minha governanta.

– Ana, você poderia comprar algumas roupas femininas?

– Sim, claro, mas para quem são as roupas?

Depois de contar tudo que aconteceu para Ana, ela fala que vai comprar agora mesmo. Também me perguntou as medidas das roupas e como eu não sabia, mandei uma foto para Ana, que ao analisar disse que já tinha uma ideia. Ana é uma senhora de 62 anos e é como minha segunda mãe.
Ligo o carro após encerrar a conversa e vou em direção à minha casa, que fica cerca de 1 hora do hospital.

Não sei o que deu em mim para convidar uma estranha para ficar na minha casa assim, mas tem alguma coisa nela que me faz parar no tempo. Não conseguiria deixá-la ir. Ainda não sei o que está acontecendo, mas irei descobrir.

Uma Babá InesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora