Part II - Black-and-white reruns.

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Virginia - EUA

— Eu sou a porra de um gênio!— Bobby se permitiu ter aquele momento de felicidade.— Temos sinal da princesa.— informou com um moderado sorriso.

Joe não acreditou muito no que ouviu. Estava fácil demais, certo?

— Ela está se movendo, mas não parece sair do lugar.— Tucker estava responsável por analisar os dados que chegavam. O homem encarava a tela do computador com as sobrancelhas juntas e olhar vidrado, apertando o botão diversão vezes para recarregar.

— Vocês conseguem ver quando ela se move?— Cruz rapidamente ficou interessada. Ela sentou ao lado de Tucker, e ver aquele ponto vermelho na tela do computador era estranho. Era estranho pensar que aquele singelo círculo irradiando a cor vermelha era, ou poderia ser, Aaliyah.

— Como vocês fizeram isso?— Joe perguntou no mínimo curiosa.

— Ela meio que deixou um transmissor para trás.— Tucker olhou para Cruz, depois para Joe.— Quando fizemos a checagem dos equipamentos notamos que algo estava faltando. Bobby e eu pensamos em tentar conectar novamente o transmissor. E como é aquele pequeno para caralho ninguém vai perceber. Só estou triangulando todos os sinais e frequências para ter um ponto exato de onde ela está agora.— continuou apertando o botão.

— E como temos certeza de que está com ela?— Cruz questionou. Ela estava desconfiada e tinha seus motivos.

Tucker não respondeu. Ele apenas apertou um botão.

— Lam takun hadhih hi altariqat alati aietaqadt 'ana kula shay' sayantahi.
(Esse não foi o jeito que eu pensei que tudo chegaria ao fim.)

A voz de Aaliyah preencheu os ouvidos de todos. Algo estranho aconteceu. Uma espécie de frio no estômago. Algo estava fora do lugar. O coração de Cruz acelerou, embora ela tentasse esconder. Seu corpo todo batia fora do compasso. Talvez um ataque cardíaco não fosse tão ruim assim.

— 'ant tadfae thaman ma faealtuhu.— um homem estava junto com ela.
(Você está pagando pelo que cometeu.)

Aaliyah pareceu rir, mas sem muita vontade.

— Naema, 'ana 'adfae bialtaakidi.
(É, com certeza estou pagando.)

— Eu quero a localização exata dela.— Joe se afastou. Parecia atordoada.

— La taqliqi, 'amirat 'iimbiraturiat alnaft sawf yatimu tadhakuruha 'iilaa al'abad biaietibariha aleahirat alati tasababat fi wafaat waldiha.
(Não se preocupe, a princesa do império do petróleo será para sempre lembrada como a vadia que causou a morte do pai.)

A frase dita pelo homem desconhecido ecoou por toda a sala. Ecoou de um jeito afiado, como se facas estivessem flutuando pelo cômodo e atingindo cada pessoa presente.

Aaliyah ficou em silêncio. Foi possível ouvir uma porta se fechando. Nesse momento Cruz levantou e se afastou. Talvez a culpa excessiva estivesse a corrompendo. E por que Aaliyah estava tão conformada? Tudo bem que ela não tinha como fazer muita coisa, mas não havia um pingo sequer de indignação em sua voz. 

— Ei — Cruz ouviu Bobby.— Fale comigo.

— E se nós falharmos?— Cruz a olhou.— Tivemos sorte uma vez. Mas e agora?

— Você estava certa quando disse que somos descartáveis. Então vamos... apenas dar o nosso melhor. Esperar que um plano maior nos tire dessa enrascada. E rezar.— Bobby tinha um ar inexplicável de irmã mais velha. Algo do tipo, talvez.

— Ela não é como o pai.— Cruz suspirou.— Eu pude ver. Ela não é como ele. Ou o que dizem dele...

— Eu quero que você esteja certa. De verdade.— Bobby parecia sincera. Ela sorriu bem de leve e se retirou.

All I Wanted - Cruz & AaliyahOnde histórias criam vida. Descubra agora