All I Wanted - Cruz & Aaliyah

Part V - All I wanted was you.

Virginia - Estados Unidos

Quando o mundo te trata de um jeito muito justo, você começa a se questionar quando tudo saiu do controle. Às vezes você age de acordo com suas crenças e nem sempre elas estão certas. Quando a vida de inocentes recai em suas mãos, o mínimo a se fazer é questionar o porquê. Esse pensamento foi dominante por severas noites. Noites nas quais Cruz perambulava pelo apartamento, adormecia no sofá e sempre voltava ao questionamento inicial: o quanto valia a pena continuar nessa vida? Tanto sua vida como uma militar, quanto na vida em geral. Se ela era apenas mais uma peça no jogo, não faria diferença, certo? A parte mais fácil desse jogo é substituir as peças. Talvez ela não fosse apenas mais uma.

Cruz percebeu que esquecera a janela com uma fresta aberta durante a noite; a suave brisa estava incomodando e o dia ainda não estava claro. Era algo por volta das três ou quatro da manhã, não que isso fosse um problema já que ela costumava acordar nesse horário para correr pelo condomínio e treinar antes do dia começar. Ela queria desacelerar e pensar no que estava acontecendo. Seus olhos abriram apenas para constatar que de fato estava escuro e a janela tinha que ser fechada. Sua cabeça deu o comando: levante; mas ela não conseguia. Estava em uma posição boa, confortável para o seu ombro. Embora ela estivesse abstraindo o principal: Aaliyah. Era inegável que ela estava lá. E Cruz percebeu que ela realmente estava lá. O motivo? Em algum momento enquanto dormiam, Aaliyah passou o braço ao redor de Cruz. E aquele braço estava lá. Tão aconchegante, tão... era um linimento.

— Você está acordada.— Cruz não se assustou com a voz baixa de Aaliyah. Ela olhou para o lado e encontrou aquele par de olhos reluzentes mesmo em meio à escuridão.

— E você também.— disse de volta.

— Eu estou... de olho em você. Sabe, vai que você vira para o lado errado e pressiona a ferida e—

— Aaliyah...— Cruz colocou o indicador levemente sobre a boca de Aaliyah.— Você não é minha enfermeira.— era importante ressaltar.

— Mas sou o motivo de você estar assim.

— Não. Meu trabalho é o motivo.— e nesse momento Cruz moveu seu corpo um pouco para cima, mas não o bastante para sentar, porém Aaliyah recolheu o braço que passava tanto carinho mesmo sem intenção.

— Certo.— ela não refutaria isso. Era verdade também. As duas coisas poderiam ser verdadeiras.

— Desculpa se você não dormiu por minha causa. E desculpa por ter essa conversa tão fora de horário.— essa era Cruz tentando encerrar a conversa. Para a completa surpresa dela, Aaliyah não respondeu. Ok. Era válido.

Cruz levantou para acabar com o que tanto lhe incomodava: a janela entreaberta. E ela fechou antes de sair do quarto. Um pouco de água faria bem. Deus! Ela estava tão incomodada.

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Se tinha uma coisa que Kaitlyn não deixou passar foi a informação fodida de que Aaliyah poderia ter um irmão e que ele comandaria os negócios do pai. Quem era o fodido que ela nunca ouviu sequer o nome?

Em uma sala com Kaitlyn, Byron e Mullins nada poderia ser agradável.

— Um irmão... quem diria?— Byron estava perplexo igualmente.— E como vamos saber se é verdade?

— Eu não acho que seja. Honestamente. Estamos atrás desse cara há quanto tempo? Vinte anos? Mais? Temos a vida dele congelada atrás dessas telas. Saberíamos de um filho. Ainda mais um homem mais velho do que Aaliyah e ciente dos negócios. Eu não confio nela.— Kaitlyn passou as mãos levemente pelo rosto e cabelo.

— E ainda assim seu dever agora é protegê-la como se ela fosse a porra da filha do presidente. Então tente ser razoável. Não pressione para ter respostas.— Mullins foi rude intencionalmente.— Temos que manter a imagem do país que acolheu a filha do terrorista. Ela pode ser inocente, pode não ser inocente. Em todas as opções ela deve ser protegida. Os preços do petróleo estão oscilando, mas a projeção é boa. Favorável. Se tudo der certo os Estados Unidos finalmente terá a melhor mão nesse jogo.