Capítulo 5

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Luna:

O que mais doía era o olhar acusador dos meninos.

- Por que nunca nos disse nada? – Perguntou Peter.

- Uma das principais regras entre os Marotos é sem segredos entre a gente. – Acusa Sirius.

- Eu não contei nada porque não pude. Quiron me proibiu. – Encolhi mais ainda os ombros.

O único que não me olhava daquele jeito era Remus, que já descobrira antes. James abriu a boca, mas foi interrompido por Dumbledore, que pigarreou alto.

- Talvez devêssemos ler mais um capítulo, e então faremos uma pausa antes do almoço – sugeriu, e os professore assentiram. – Quem quer ler agora?

Ao meu lado, Remus levantou a mão e o livro voou para sua mão.

- Peraí – Narcisa pede. – Então você conhece eles?

Abro um sorriso.

- Conheço.

- Eu jogo pinoche com um cavalo

- E a cada capítulo, o título fica ainda mais esquisito – comenta Marlene.

- Eu avisei – Annabeth fala.

- Tive sonhos estranhos, cheios de animais de estábulos. A maioria queria me matar. O restante queria comida. Devo ter acordado várias vezes, mas o que ouvi e vi não fazia sentido, então adormecia de novo. Lembro-me de estar deitado em uma cama macia, sendo alimentado com colheradas de alguma coisa que tinha gosto de pipoca com manteiga, só que era pudim.

- Esse é um tipo de sonho comum – comenta James.

A menina com o cabelo loiro encaracolado pairava acima de mim com um sorriso afetado enquanto limpava as gotas de meu queixo com a colher.

Quando ela viu meus olhos abertos, perguntou:

– O que vai acontecer no solstício de verão?

- Nem um oi, nem nada? – Pergunto para Annabeth.

Eu consegui resmungar:

– O quê?

Ela olhou em volta, como se estivesse com medo de que alguém ouvisse.

– O que está acontecendo? O que foi roubado? Nós só temos algumas semanas!

– Desculpe – murmurei. – Eu não...

Alguém bateu à porta, e a menina rapidamente encheu minha boca de pudim.

- Quase quebrou meus dentes com a colher – Percy reclama.

- Isso já faz quase oito anos – reclama Annabeth.

Quando acordei novamente, a menina tinha ido embora.

Um sujeito loiro e forte, como um surfista, estava no canto do quarto me vigiando. Tinha olhos azuis – pelo menos uma dúzia deles – nas bochechas, nas testas, nas costas das mãos.

- Argos? – Sugeriu Lily.

- Você sabe mitologia grega? – Annabeth pergunta e Lily assenti.

- Mitologia grega e romana são meus tópicos favoritos.

Quando finalmente voltei a mim de vez, não havia nada de estranho com o lugar ao meu redor, a não ser que era mais agradável do que eu estava acostumado. Estava sentado numa espreguiçadeira em uma enorme varanda, olhando ao longo de uma campina para colinas verdejantes à distância. A brisa tinha cheiro de morangos. Havia uma manta sobre as minhas pernas, um travesseiro atrás do pescoço. Tudo isso era ótimo, mas minha boca me dava a sensação de ter sido usada como ninho por um escorpião.

A Era Dos Marotos Lendo Percy Jackson - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora