Capítulo 13

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Luna:

O próximo capítulo será lido por uma menina do segundo ano da Grifinória e até agora eu sentia minhas bochechas queimando por causa do beijo. Eu já havia beijado antes, várias vezes, e até mesmo com meninas, mas nunca fiquei com tanta vergonha de encarar a pessoa como estava agora.

Ás vezes eu dava olhares sutis para Remus, e via que suas bochechas estavam coradas como as minhas. O que, é claro, os meninos perceberam.

- O que aconteceu com vocês? – Peter perguntou.

- Nada – guincho. Céus, o que houve comigo?

Sirius levantou uma sobrancelha enquanto me avaliava e depois remus.

- Sei. – Disse, desconfiado e apontou um dedo em nossa direção. – Vamos falar sobre isso mais tarde.

- Capítulo 13: nosso mergulho para a morte – leu a menina.

- Nossa, que motivador – um lufano ri.

Passamos dois dias no trem, rumo a oeste pelas colinas, por cima de rios, atravessando ondas de trigo cor de âmbar. Não fomos atacados nem uma vez, mas não relaxei. Sentia que estávamos viajando em uma vitrine, sendo observados de cima e, talvez de baixo, que alguma coisa estava aguardando o momento certo.

Tentei ser discreto, pois meu nome e fotografia estavam estampados nas primeiras páginas de vários jornais da Costa Leste. O Trenton Register-News publicou uma foto tirada por um turista quando desci do ônibus da Greyhound. Estava com uma expressão ensandecida nos olhos. Minha espada era um borrão metálico em minhas mãos. Poderia ser um taco de beisebol ou de lacrosse.

- Sabia que aquela foto era problema – murmurou James.

- O que é lacrosse? – A pergunta veio da mesa da Grifinória.

- É um esperto, parecido com futebol trouxa, só que eles carregam a bola dentro de uma rede em um taco. – Annabeth explica.

- Ah, igual aquela séria de lobisomens, né?

- Isso aí.

A legenda da foto dizia:

Percy Jackson, 12 anos, procurado para interrogatório sobre o desaparecimento em Long Island de sua mãe há duas semanas, aparece aqui fugindo do ônibus onde abordou diversas passageiras idosas. O ônibus explodiu no acostamento de uma rodovia a leste de New Jersey logo depois que Jackson fugiu da cena do crime. Com base em relatos de testemunhas, a polícia acredita que o menino possa estar viajando com três cúmplices adolescentes. O padrasto, Gabe Ugliano, ofereceu uma recompensa em dinheiro para qualquer informação que leve à sua captura.

– Não se preocupe – disse-me Annabeth. – A polícia dos mortais nunca nos encontraria.

Mas não pareceu muito segura.

Passei o resto do dia alternando entre andar de uma ponta a outra do trem (pois para mim era difícil ficar sentado) e olhar pelas janelas. Numa oportunidade avistei uma família de centauros galopando por um campo de trigo, arcos de prontidão, como se estivessem caçando o almoço. O menininho centauro, que era do tamanho de um pônei, percebeu que eu estava olhando e acenou. Olhei em volta no vagão de passageiros, porém mais ninguém reparou. Os passageiros adultos estavam todos com a cara enterrada em laptops ou revistas.

Em outra, mais ao anoitecer, vi algo muito grande se movendo pelo bosque. Poderia jurar que era um leão, só que não há leões vivendo soltos nos Estados Unidos, e aquilo era do tamanho de um tanque de guerra. O pelo tinha reflexos dourados à luz do entardecer. Ele então saltou por entre as árvores e desapareceu.

A Era Dos Marotos Lendo Percy Jackson - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora