Capítulo 7

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Remus:

- Meu jantar se esvai em fumaça – leu James.

A notícia do incidente no banheiro se espalhou na mesma hora. Aonde quer que eu fosse, os campistas apontavam para mim e murmuravam algo sobre água de vaso sanitário. Ou talvez apenas olhassem para Annabeth, que ainda estava bastante encharcada.

- Coitada – murmurou Marlene.

Ela e Luna me mostrara mais alguns lugares: a oficina de metais (onde as crianças forjavam as próprias espadas), a sala de artes e ofícios (onde os sátiros jateavam com areia uma estátua gigante de um homem-bode) e a parede para escalada, que na verdade consistia em duas paredes que se sacudiam violentamente, deixavam cair rochas, espalhavam lava e colidiam uma com a outra se a gente não chegasse ao topo bem depressa.

- Legal – comenta Sirius com um sorriso. – Deverias ter atividades dessas aqui em Hogwarts.

- Por Merlim, não – Madame Pomfrey fala. – Já há ferimentos o suficiente com quadribol, não precisamos de mais.

- Quadribol? – Percy pergunta, confuso.

- É o esporte bruxo – responde Luna, ao meio irmão – Tipo futebol, só que voando com vassouras.

Finalmente retornamos ao lado de canoagem, de onde a trilha levava de volta aos chalés.

– Tenho treinamento – disse Annabeth secamente. – O jantar é às sete e meia. Você só tem de seguir o pessoal do chalé até o refeitório. Luna vai lhe mostrar o que fazer, ela também é do Chalé 11.

– Annabeth, desculpe pelos sanitários.

– Não importa.

– Não foi minha culpa.

Ela me olhou com ar cético e me dei conta de que tinha sido minha culpa. Eu havia feito a água jorrar no banheiro. Não entendia como. Mas os vasos tinham respondido a mim. Era como se eu fosse um dos canos.

– Você precisa falar com o Oráculo – disse Annabeth.

– Quem?

– Não quem. O quê. O Oráculo. Vou pedir a Quíron.

Olhei para o lago, desejando que alguém me desse uma resposta direta pelo menos uma vez.

- Mas foi uma resposta direta – reclamou a loira.

- Foi nada – Percy retruca.

Eu não esperava que alguém estivesse olhando de volta para mim do fundo, portanto meu coração deu um pulo quando notei duas meninas adolescente sentadas de pernas cruzadas na base do píer, cerca de seis metros abaixo. Vestiam jeans e camisetas verdes cintilantes, e os cabelos castanhos flutuavam soltos em volta dos ombros enquanto peixinhos passavam por entre eles. Elas sorriram e acenaram como se eu fosse um amigo há muito perdido.

Eu não sabia que outra coisa fazer. Acenei de volta.

– Não as encoraje – advertiu Luna. – As náiades são flertadoras incontroláveis.

- O que são náiades? – Dorcas pergunta.

- São espíritos aquáticos femininos da água doce. – Annabeth explicou. – E as nereidas são da água salgada.

– Náiades – repeti, sentindo-me completamente estupefato. – Já chega. Quero ir para casa agora.

Luna franziu as sobrancelhas.

– Você não percebe, Percy? Você está em casa. Este é o único lugar na terra seguro para crianças como nós.

– Você quer dizer crianças mentalmente perturbadas?

A Era Dos Marotos Lendo Percy Jackson - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora