Aquela ideia insana

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Ainda podia-se ouvir as vozes agitadas, nervosas, vocalizando confusão, decepção, amargura e frustração

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Ainda podia-se ouvir as vozes agitadas, nervosas, vocalizando confusão, decepção, amargura e frustração. Mesmo depois que o silêncio havia reinado em sua casa, nunca se pareceu tão altos aqueles sons, tudo se repetia sem parar em sua mente, conseguia ver Ron gritando, berrando de tão nervoso, os seus exs-sogros pedindo para ele se acalmar e seus pais tentando controlar a situação enquanto que simplesmente não conseguia encará-los, então, apenas fugiu para o seu quarto.

Quando se trancou ainda ouvia os xingamentos de Ron contra si, a fúria que domou seu pai e a paciência de sua mãe para tentar controlar a situação, então, deixando que o caos se prolongasse no cômodo inferior, jogou-se em sua cama, deitando-se e colocando uma música alta em seus fones de ouvido, tentando esquecer que o inferno tinha se instalado em sua vida e que não iria embora tão cedo. Então, de repente tudo se acalmou, o silêncio surgiu e Hermione conseguiu respirar novamente.

Ouviu passos e batidas na porta, a voz suave de sua mãe perguntando se estava bem e se poderiam conversar, não respondeu nada, não conseguiria vê-los naquele momento, então, fingiu que dormia até ela desistir. Foi quando olhou pela janela e viu que a chuva começava a cair do lado de fora, o som das gotas no telhado e o ar refrescante que lhe circulou. Depois de todo aquele dia infernal, foi a primeira vez que se sentiu em paz e pode conseguir descansar.

Ficou pensando em tantas coisas diversificadas, tantos caminhos no qual escolher, tantos atalhos que teria que tentar encontrar e tantos destinos incertos que teria que encarar, passar à noite acordada não seria ideal para si, porém, Hermione naquele momento não conseguia dormir, só queria continuar sentindo aquela paz momentânea que havia lhe atingido. 

Era tudo o que precisava no momento.

Encarando a janela embaçada, ouvindo a chuva, sentindo o frio da noite, relaxou. Pode, enfim, descansar para abrir os olhos e encarar o dia, percebendo que sua vida ainda era aquela e que não era um pesadelo e decidir que não iria levantar da cama. Iria ficar ali, fingindo que tinha evaporado da face da terra, pois desejava continuar com aquela paz que havia lhe embalado na noite anterior.

Ignorando seus pais, todas às vezes que eles tentarem lhe contatar, perguntando se iria dar o luxo de aparecer na escola. Quis rir, como poderia encarar a escola depois do dia anterior? Como poderia encarar seus amigos e não dar as devidas respostas? Como poderia encarar Ron? Como poderia negá-lhe a verdade sem achar que ele não iria confrontar o Draco por isso? Como poderia ser tão infantil a ponto de imaginar que tudo se resolveria e que sua vida continuaria a mesma?

Nunca mais seria a mesma.

Havia perdido não só um namorado, mas um amigo, um dos rapazes que havia crescido e criado um laço forte. Havia perdido o controle de sua vida, havia perdido sua liberdade. Havia perdido tanta coisa que apenas sentia vontade de chorar, era torturante, era apavorante, era angustiante, todos os sentimentos que lhe tiravam o sono.

Toda mulher ficaria feliz com uma gravidez.

Talvez sim, talvez não.

Duas listras - Dramione - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora